Entrevistas

Lepra: punk e hardcore com crítica social e subversão

Lepra: punk e hardcore com crítica social e subversão

24 de setembro de 2019


DM Photos/Divulgação

O site Headbangers News teve a oportunidade de entrevistar o vocalista Reverendo Duda, da pioneira banda Lepra, uma das mais antigas da cena punk paulistana. Atual formação conta com Duda nos vocais, Ronaldo na guitarra, Callero no baixo e Felipe Gut na bateria. Com 33 anos de estrada, o grupo formado em 1986 continua com seu som autoral com a pegada punk e hardcore de crítica social e revolucionária (ou subversiva como o próprio Duda citou). O grupo segue as influências de grupos como Exploited, Dead Kennedys, GHB, DRI, Sex Pistols, entre outros.

Com mais de 30 anos de história, a banda passou por um hiato de 10 anos, como é retornar com o cenário político de hoje no Brasil?

Reverendo Duda: -É muito show estar aqui para responder as perguntas. Depois de 10 anos, retornamos com sangue nos olhos, porque percebemos que nada mudou, as bandas fazem praticamente o mesmo som de sempre, sem novidades e o cenário político continua o mesmo, onde a periferia é a mesma, a exploração em nome dos interesses financeiros são os mesmos e grande parte da população continua sendo oprimida em nome da fé, das reformas e do Governo. Por tudo isso, voltamos para fazer a diferença.

Esta onda de conservadorismo que chega a contaminar até o rock é um reflexo deste momento em que vivemos?

Reverendo Duda: – Em algumas cenas do rock, a onda conservadora chega para alienar as pessoas, com letras vazias e sem sentido, onde tudo é bonitinho ou certinho. Nossa cena já é a da porrada, com som e letras de vanguardas, subversivas para alguns ou revolucionárias para os outros, mas que mostram a verdade, com a intenção de alertar as pessoas sobre a importância da liberdade e da consciência política no campo das ideais independentes ou da livre expressão.

O punk rock parece imutável com relação as bandas de outros estilos. É isso mesmo?

Reverendo Duda: O punk é a mais pura raiz do rock que não muda sua essência. Podemos até nos dias de hoje ter algumas influências dos outros estilos como solos diferenciados na guitarra ou bateria, como também, em algumas gravações das músicas punks que estão mais limpas e bem produzidas do que no passado, mas a essência, o fundamento é o mesmo.

Vocês fazem parte do projeto Cria do Rock. Qual é a importância para as bandas ao receberem este tipo de suporte?

Reverendo Duda: Toda banda independente deveria fazer parte da Cria do Rock, porque com o Cria as bandas aumentam públicos, locais para fazer show e divulgação. O Cria do Rock é uma grande vitrine para as bandas autorais.

Quais são os projetos para shows e novas gravações?

Reverendo Duda: Estamos focados no projeto do CD “Atentado ao Pudor”, que vamos ter músicas antigas e músicas novas. Estamos com shows marcados para Mogi das Cruzes, Diadema, Santo André e no Festival Anti Fascista que acontece no coração da boemia de São Paulo, no Bairro do Bixiga.

Foi muito bom falar com vocês, show de bola e Viva o Lepra!!!!