Resenhas

Servus

Uganga

Avaliação

8.5

Peso, músicas cantadas em português que criticam nossa sociedade e espaço para experimentação em misturas de hardcore, thrash e punk. A veterana banda mineira Uganga amplia seus horizontes numa ampla gama de sonoridades com participações especiais como da cantora Flaira Ferro, do músico Luiz Salgado e do grupo chileno de rap Lexico.

Ao concluir a audição do álbum, noto que o grupo tem como objetivo principal fazer uma música agressiva, sem falsas “firulas” e coesa. A banda mostra toda sua evolução, afinal são 25 anos de estrada, não caindo na mesmice e fazendo com que cada faixa soe única, com suas próprias características.

O disco foi financiado por dois relevantes prêmios, o Wacken Foundation, organização alemã sem fins lucrativos idealizada em 2008 pelos produtores do Wacken Open Air – o maior festival de heavy metal do mundo – e que apoia projetos de hard rock e heavy metal de todas as partes do mundo, tendo nomes como o de Alice Cooper entre os doadores, e também pelo Programa Municipal de Incentivo à Cultura (PMIC) de Uberlândia, Triângulo Mineiro, de onde a banda é originária.

Este é um trabalho muito bem feito, de um grupo que merece ser destacado no cenário headbanger nacional com maior ênfase. A faixa título é uma obra-prima com uma letra que é um soco no nosso estômago e que nos obriga a refletir com a sentença “escravos coniventes, massa de manobra, não mais que servos”.

Ainda somos servos, realmente coniventes com todas as mazelas que nos afligem, somos usados como massa de manobra de quem realmente manda neste país e ainda agradecemos por permanecermos nesta servidão. Sem entrar na polaridade ridícula que assola nosso cenário político nacional, o grupo mostra que é possível refletir de forma independente. Longa vida ao Uganga e ao seu som maduro e certeiro.