Resenhas

Scriptures

Benediction

Avaliação

8,5

Acabou a longa espera dos fãs: 12 intermináveis anos separaram os dois últimos lançamentos do Benediction. Scriptures marca a volta de Dave Ingram, que ficou ainda mais tempo afastado dos fãs do “Benê”: o vocalista levou 21 anos para retornar à banda. E o retorno fez muito bem, pois o oitavo álbum dos ingleses está simplesmente arrebatador.

Scriptures”, lançado em 16 de outubro, teve a produção de Scott Atkins e foi gravado no Grindstone Studio, na terra natal da banda, Inglaterra. O play foi lançado pela Nuclear Blast nos formatos duplo vinil, CD e cassete, sendo algumas destas versões, limitadíssimas. Vamos então, destrinchar as 12 faixas deste petardo:

Iterations of I” tem um início avassalador, com riffs nervosos, lembrando muito a época de “The Dreams You Dread”. Ainda temos uma mudança de andamento no meio, onde os riffs simplesmente seguem matadores, para o retorno triunfal, rápido exatamente como começou.

Scriptures in Scarlet” mantém a velocidade em alta e impressiona a criatividade dos caras, pois é cada riff mais avassalador que o outro. “The Crooked Man” tem um andamento só um pouco mais lento do que as duas primeiras, porém do meio para o final o bicho pega e a música ganha aquela velocidade que nos inspira a entrar em um moshpit, assim que essa pandemia maldita terminar, certo? Excelente música.

Stormcrow” é a faixa número 5 e de cara os bumbos nervosos de Giovani Durst dão as caras e se destacam em uma música cujos riffs vão se repetindo durante as estrofes, hipnotizando o ouvinte e no refrão ela fica rápida. 

Progenitors of a New Paradigm” tem uma velocidade média, mas mantém o nível do play bastante elevado. Os riffs, sobretudo das partes mais arrastadas seguem excepcionais e só mostram que os caras estavam com vontade e sangue nos olhos quando se juntaram para escrever as músicas.

Rabid Carnality” traz de volta a velocidade supersônica, na faixa mais curta do play, com um breve momento de quebra de andamento, não durando nem dez segundos, porque a velocidade volta com tudo.

A segunda metade começa com “In Our Hands, the Scars”, que tem influências de punk, sobretudo na sua introdução e conforme vai se desenvolvendo, há momentos em que notamos semelhanças com o som do Napalm Death, mais pela pegada punk aliada aos vocais de Ingram. Os riffs seguem incríveis.

Tear off These Wings” é mais arrastadona e a impressão é de que ela vai seguir assim até o final. Ledo engano: a música cresce, fica mais rápida, com destaques mais uma vez para as guitarras, e as viradas insanas de um Giovanni Durst inspirado. Excelente.

Embrace the Kill” é mais uma daquelas que desafia nossos pescoços. Rápida e certeira, com a parte mais cadenciada onde a brutalidade permanece intacta, ela é uma das que mais se destacam neste absurdo de play.

Neverwhen” é bem equilibrada e mostra que a banda pode ser competente tanto em partes mais rápidas quanto nas partes mais densas. E essa música beira a perfeição por conta dessa dose exata, quase cirúrgica que os caras impuseram.

The Blight at the End” traz o Benê de volta ao Old-School, com riffs sombrios e um andamento relativamente rápido, mas, claro, sempre com as incursões (que aqui são breves) das partes mais arrastadas. Sonzão. “We Are Legion” chega, arrastadona durante a primeira metade, ficando veloz e agressiva do meio para o final e nos avisa que é a última música do play. O que é bom, dura pouco. 

Em pouco mais de 46 minutos, temos um disco simplesmente excelente, onde o Benediction nos mostra o quanto fez falta nestes longos 12 anos que ficou sem lançar um full-lenght. A produção caprichadíssima e merece destaque, pois o som está perfeitamente audível e mais uma vez o poder de fogo dos britânicos está bem latente, super recomendado; O “Benê” nunca nos decepciona.

Faixas:

01 – Iterations of I

02 – Scriptures of Scarlet

03 – The Crooked Man

04 – Stormcrow

05 – Progenitors of a New Paradigm

06 – Rabid Carnality

07 – In Our Hands, the Scars

08 – Tear off These Wings

09 – Embrace the Kill

10 – Neverwhen

11 – The Blight of the End

12 – We Are Legion

Formação:

Dave Ingram – Vocal

Peter Rew – Guitarra

Darren Brookers – Guitarra

Dan Bate – Baixo

Giovanni Durst – Bateria