‘The Great Swells That Carry Us Will Pull Us Under’, do trio de post-rock Aaronson, te envolverá em uma jornada sonora hipnotizante e repleta de mistérios. Com uma combinação de passagens ambience prog, metal moderno, e post- rock, esse álbum de oito faixas promete transportar os ouvintes para um universo mágico e sombrio, onde as paisagens sonoras calmas e profundas nos levam a profundidades desconhecidas.
Abrindo o álbum, temos uma breve introdução, intitulada “Lowest Tide”, uma introdução instrumental de apenas 1 minuto e 45 segundos que abre os trabalhos de forma soturna e suave. As notas leves e suaves nos acalmam antes de sermos arrebatados pela faixa-título “The Great Swells That Carry Us Will Pull Us Under”. Aqui, o peso toma forma e a fusão perfeita de guitarras leves e pesadas cria uma sensação de evolução brilhante, como se estivéssemos flutuando nas ondas do oceano, enquanto bateria adiciona mais peso e atmosfera ao som, nos fazendo sentir como se estivéssemos sendo levados por marés poderosas. Cheio de mudanças rítmicas essa canção é uma viagem que encantará a todos! Definitivamente essa canção é o registro fiel de identidade do grupo. Simplesmente épico.
A segunda faixa, “Where Do You Go When You Disappear” traz uma atmosfera inquietante e envolvente, que cresce gradualmente até chegar em seu ápice. As passagens ambience prog aqui são especialmente marcantes, aos seus 3min40 a canção toma a forma completa e explode em nossos ouvidos, criando uma sensação de desorientação e maravilhamento ao mesmo tempo. As guitarras parecem dançar junto ao ritmo e complementam perfeitamente toda a atmosfera da canção, retratando a dualidade da existência e a complexidade do pensamento. Já na terceira faixa, “Monoliths To Safe Passage”,canção de 8min, a segunda mais longa deste álbum, somos jogados para uma cama sonora leve e suave, hipnotizante que conduz a nós ouvintes ao paraíso sonoro e azul, como o céu. A música começa suavemente, evoluindo para um nirvana catártico em seus 5 min, fazendo a qualquer ser ouvinte vivenciar a experiência de projeção astral em pleno despertar, uma faixa simplesmente brilhante.
A quinta faixa,”The Silent World” permite que a música fale por si só. As guitarras leves fluem como água tranquila, a percussão acrescentada ao final adiciona uma expectativa de catarse que é encerrada com a entrada da sexta faixa, “Shipwrecks” faixa notável e outra demonstração de beleza sonora, aqui o “Blackgaze” é fortíssimo e colorido. Com uma atmosfera belíssima, ainda que sombria e melancólica. Aqui, as guitarras dão a chance de destaque para o teclado, que cresce e evolui para jogar o público para a contemplação, criando uma sensação de imponência e elevação espiritual. Os artifícios atmosféricos nos fazem sentir como se fossem astronautas saindo da camada da estratosfera.
Em “No Light In the Fathoms”, os teclados desempenham um papel fundamental e são os responsáveis pela introdução da canção, criando uma sensação de solidão e vislumbre. É como se estivéssemos perdidos em um abismo onde só há um ponto de luz, e essa luz aqui são as guitarras, que vem surgindo devagar enquanto o piano a encobre quase que confundindo os sons, que são envolvidos por uma escuridão opressiva. Toda essa sensação culmina finalmente em “Return To The Surface” – faixa que encerra o álbum. As paisagens sonoras profundas nos acolhem e assim como o título somos levados de volta à superfície, mas de forma leve e suave, como se estivéssemos renascendo após uma longa jornada. As guitarras leves nos reconfortam, assim como os metais e percussão, a sensação de alívio permeia a música.
Inspirado por bandas de blackgaze como Alcest, Ulver, Forgotten Woods e Ben, o Aaronson entrega um álbum verdadeiramente excepcional. “The Great Swells That Carry Us Will Pull Us Under” é uma experiência musical imersiva que captura a essência de paisagens sonoras mágicas e sombrias. Se você está procurando uma jornada profunda e transcendental através de notas e melodias, esse álbum é um verdadeiro tesouro que merece ser explorado repetidamente. Prepare-se para ser arrastado pelas grandes ondas desse universo sonoro e entregue-se ao poder da música de Aaronson.
