Chegando ao seu sexto álbum de estúdio com “Necrophony”, a interessantíssima banda de Los Angeles, Exmortus, chegou até meu radar por conta de sua inspiração lírica, a qual tem forte base nas escritas de H.P. Lovecraft e J.R.R. Tolkien, além do mais, também tem um pézinho de inspiração no meu jogo favorito de todos os tempos: Bloodborne. Somado a isso, o som da banda pode ser definido como Neo-classical Thrash/Death Metal. Uma mistura que cria um som enérgico e rico em harmonias e riffs estupendos.
O estilo de Metal Neo-classical não fazia parte de minhas playlists e audições, mas foi sendo introduzido aos poucos por conta do tema lírica, sempre buscando inspiração na literatura com ênfase no terror e temas sombrios. Mas vamos falar de música! Contando com elementos que vão desde o Thrash, com seus riffs acelerados e cortantes, passando por interlúdios melódicos e a adição de instrumentos de música clássica, você fica satisfeito em todos os sentidos. Desde a abertura “Masquerade“, a qual anuncia a chegada da torrencial “Mask Of Red Death“, logo nos metralhando com incríveis riffs e uma performance antológica da bateria, onde os pedais duplos são incansáveis, contando até com alguns blast beats muito bem encaixados.
Há alguns momentos onde o Power Metal dá um pitaco aqui ou ali, como em “Mind Of Metal“, mas timidamente. Essa, inclusive, apresenta momentos mais melódicos onde a harmonia se destaca, deixando um clima sombrio de fundo. “Test Of Time” também apresenta elementos parecidos, até com mais agressividade. Tem uma ponte com um Groove bem bacana antes de chegarmos nos excelentes solos de guitarra.
A mais longa faixa do álbum é “Darkest Of Knights“, a qual apresenta algumas mudanças de compasso. Aqui temos Thrash, Death e música clássica misturados de forma perfeita. Ótimo trabalho das guitarras mais uma vez. Outra faixa longa é “Children Of The Night“, a única do álbum onde temos uma intro mais cadenciada e melodiosa, com um duelo das guitarras com a base limpa, muito bem executada. Logo entra a banda com todo o seu poder e entrega riffs prestigiosos, além de uma cozinha perfeito com baixo e bateria que comandam algumas passagens.
Outro momento com muito Thrash aparece em “Beyond the Grave”, mais uma ótima performance das guitarras, muito técnicas e com muita energia. A bateria também se destaca pelas ótimas viradas e adição de blast beats em momentos específicos. A instrumental “Overture” anuncia algo grandioso e realmente entrega o prometido com a ótima faixa-título. Momentos melódicos bem trabalhados em contraste com o peso de ótimo riffs nos quais a influência da música clássica é evidente. Fechando o álbum temos “Moonchild“. Sim! É aquela mesmo da Donzela. Um cover simplesmente impecável, fiél a original e ao mesmo tempo com um toque especial do Exmortus que deixou tudo muito agradável.
Uma produção incrível, enxuta e muito cristalina que deixa tudo bastante satisfatório durante a audição. A habilidade de todos os integrantes é inegável e a performance é muito bem encaixada, estão muito entrosados e isso faz tudo soar mais agradável aos ouvidos. Esse álbum não pode passar batido aos seus ouvidos, então vá lá, compre o CD que a Shinigami lançou no Brasil em parceria com a Nuclear Blast ou adicione na sua playlist, você não se arrependerá!
Tracklist:
1. Masquerade
2. Mask of Red Death
3. Oathbreaker
4. Mind of Metal
5. Storm of Strings
6. Test of Time
7. Darkest of Knights
8. Prophecy
9. Children of the Night
10. Beyond the Grave
11. Overture
12. Necrophony
13. Moonchild