Em uma geração de bandas de Metalcore na qual muitas bandas soam exatamente iguais, com o mesmo timbre de guitarras, mesmos breakdowns feitos para bombar no Tiktok – sim, isso acontece até no mundo do Metal – e até vocalistas com as vozes parecidas, quando uma banda faz algo que difere desses fatores, é um verdadeiro achado que vale ser destacado. É isso que acontece com o Imminence, banda sueca que está lançando o seu quinto álbum de estudio, “The Black”, de forma independente.
A começar pela ótima adição de harmonias feitas por violinos que criam uma atmosfera além do peso das guitarras e da impiedosa bateria, que somadas a incrível performance do vocalista Eddie Berg nos brinda com composições cheias de feeling, sem perder a agressividade, que por muitas vezes é apenas um bônus em meio a tantos elementos.
A faixa de abertura “Come Hell or High Water” já faz sentir como se fosse o início da jornada, uma música inspiradora que convoca o ouvinte para a batalha que vem a seguir. Logo a atmosfera citada antes é apresentada, sendo o carro chefe das composições. O peso vem mais a seguir, em “Desolation” e “Heaven Shall Burn“, ambas com riffs mais agressivos que com a bateria trabalhando com mais técnica e velocidade, ainda com uma harmonia muito bela acompanhando a trilha.
Interessante ver também que os guturais e vocais limpos são equilibrados, não há um momento em que um sobrepõe o outro, mesmo em músicas mais agressivas como “Beyond The Pale“, que conta com um incrível refrão melódico e uma ponte mais agressiva perfeita para grandes shows; “Come Whay May“, que tem o melhor riff do álbum. Essa faixa toma um rumo diferente em seu decorrer, com alguns breakdowns insanos que vão se tornando algo mais melodioso e com os violinos se tornando o carro chefe.
“Call Of The Void” tem partes mais agressivas, ainda com momentos de calmaria, mas o peso é mais evidente aqui. “Continnum” é aquela feita pra ser um hino, que não pode faltar nos shows, além disso, é a que melhor represente o som do álbum, com um dos melhores refrãos do álbum. Essa com certeza já nasceu um clássico da banda.
Não menos importante, temos a a faixa-título. Um masterpiece de seis minutos que apresenta o melhor da banda. Seu campo harmônico é de uma beleza e delicadeza impressionante. Os violinos ganham a companhia de coros épicos que contrastam perfeitamente com os guturais.
O álbum ainda conta com três interlúdios instrumentais bem encaixados: “Cul-de-Sac“, “L’appel de Vide” e “Le Noir“. Esse último fecha o álbum com clima melancólico, ainda assim muito bonito.
Esse sem dúvidas é uma das grandes surpresas do ano até aqui. A produção é impecável, mixagem é bem equilibrada e destaca tudo de forma cristalina, onde nenhum dos elementos sobrepõe o outro. O Imminence dá um grande passo evolutivo em “The Black“, já se mostravam competentes nos trabalhos anteriores, mas aqui encontraram a fórmula e deram aquela subida no degrau que pode colocá-los como uma das melhores bandas de Metalcore da geração.
Tracklist:
01. Come Hell or High Water
02. Desolation
03. Heaven Shall Burn
04. Beyond the Pale
05. Death by a Thousand Cuts
06. Come What May
07. Cul-de-Sac
08. The Call of the Void
09. Continuum
10. L’appel du Vide
11. The Black
12. Le Noir