Crédito das fotos: Leandro Cherutti/Metal No Papel
O Bréa Extreme Fest surpreendeu a todos quando foi anunciado. Em meio à turnê sulamericana do Napalm Death, os britânicos foram escalados como headliners do evento. Junto deles, o Dead Congregation foi a única banda internacional no festival, contendo também dez bandas brasileiras de peso aderindo ao festival. Com produção da Xaninho Discos e Caveira Velha Produções, a VIP Station foi o local escolhido para esse grande encontro da música extrema. As apresentações foram divididas em dois palcos: O palco 1, onde os shows geralmente acontecem no Vip Station, e o palco 2, na parte do subsolo da casa, com uma ideia mais “underground”, menor e com um espaço mais limitado.
A dupla Dischavizer fez uma apresentação intensa no festival. Com um som pesado que agitou o público desde o início, a performance começou às 14h30 e se destacou pela energia contagiante. Apesar do público ainda pequeno, a banda foi bem recebida e expressou sua gratidão pela produção, elogiando o bom equipamento que tinham à disposição. O duo trouxe músicas como “Pilha de Corpos”, “Violência”, “Insanidade” e “Pensar”, sendo a banda a inaugurar o palco 1.
A dupla Trachoma, expoente do grindcore, se apresentou no palco 2 do Bréa Extreme, começando às 15h. Com uma proposta intensa, Thales Gory (guitarra e vocal) e Rafaela Begore (bateria e vocal) trazem temas “patológicos” para suas músicas. Durante o set, a banda tocou faixas marcantes como “Hospital Purge”, “Brain Eating Amoeba”, “Medical Waste” e “MDK/DFC”, agradecendo à produção ao final da apresentação e deixando sua marca no festival.
A Subcut, uma das principais bandas do interior paulista, subiu ao palco 1 do Bréa Extreme com seu grindcore intenso e desafiador. Durante a apresentação, Souza fez questão de afirmar que os fascistas não eram bem-vindos, mandando um “foda-se se você pagou”. A banda, composta por André de Souza na guitarra, Afonso Moura na bateria e Wanderley Sales no baixo, apresentou um set poderoso, incluindo faixas como “Coroa de Espinhos” e “Glorificação ao Porcos”, que foi dedicada àqueles que gritavam “mito, mito” em 2018. Com um público considerável presente, deixaram todos satisfeitos com a energia e a atitude da Subcut.

Foto: Leandro Cherutti/Metal No Papel
A Andralls fez uma apresentação eletrizante, começando às 15h55 e mostrando toda sua maestria no que eles chamam de “fastthrash”. Com 25 anos de estrada, a banda, liderada pelo vocalista e guitarrista Alex Coelho, com Marcão substituindo Alexandre Brito, afastado da banda por um tempo. O setlist incluiu clássicos como “Rotten Money”, “We Are the Only Ones”, “Enemy Within” e “Andralls on Fire”, garantindo uma das melhores performances, rápida e direta como o Andralls sempre costuma fazer.

Foto: Leandro Cherutti/Metal No Papel
Logo em seguida, a Baixo Calão subiu ao palco, trazendo seu grindcore poderoso. Com faixas como “Famigerado” e “Coprofagia”, a banda agitou o público, que abria moshs constantemente. O clima estava elétrico, especialmente durante “Honra ao Mérito”, que fez a galera curtir ainda mais. A banda, inclusive, foi escalada para abrir o show do solo do Dead Congregation no dia seguinte ao festival.

Foto: Leandro Cherutti/Metal No Papel
A Podridão trouxe uma performance brutal ao Bréa Extreme, com seu death metal pesado e visceral. O trio de Itaquaquecetuba rapidamente conquistou o público, que gritava o nome deles durante o show. Para tornar a apresentação ainda mais especial, o baixista e vocalista comemorou seu aniversário, convidando a galera a “cuspir e fazer nojeira, porque Podridão é isso”. Esse clima de libertação aconteceu após a execução de “Chronic Gonorrhea”. Além dessa faixa, o set incluiu músicas como “Cadaveric Impregnation”, “Drowned Numbs” e “Urban Cannibalism”, garantindo uma experiência intensa aos presentes.

Foto: Leandro Cherutti/Metal No Papel
A Fossilization trouxe um verdadeiro atropelo sonoro ao Bréa Extreme, entregando um death metal com toques de doom que superou todas as expectativas. Com blasts pesados e muito peso, a banda paulistana fez valer cada segundo de sua apresentação. Elcio Junior (Tocaia, All I Hate, Malsagrado) em conversa comigo antes do show começar, disse para eu me preparar e não havia como discordar: o show foi brutal deixando o público completamente envolvido na experiência sonora que a Fossilization proporcionou. “Once was God”, “Leprous Daylight” e “Blight Cathedral” foram algumas das faixas apresentadas no palco 1.

Foto: Leandro Cherutti/Metal No Papel
A Cemitério, nome consolidado no death metal nacional, subiu ao palco 2 e deixou a galera em êxtase. Com dez anos de estrada, o trio paulistano entregou um death metal rápido e intenso, cantando em português e fazendo o público não exitar em se jogar em moshs e surfing crowd. O setlist incluiu “Dia de Satã”, “Sexta-feira 13”, “Natal Sangrento”, “Holocausto Canibal” e “Massacre no Texas”. A conexão com a plateia foi visceral, consolidando ainda mais o legado da Cemitério na cena metal brasileira.

Foto: Leandro Cherutti/Metal No Papel
A Surra fez o público vibrar e abrir moshs o tempo todo durante sua apresentação no palco 1. Com uma mistura explosiva de thrash e punk, seu crossover garantiu um clima de festa. Natural de Santos, a banda tem alcançado cada vez mais reconhecimento, e o setlist no palco 1 incluiu faixas como “Bom Dia Senhor”, “Ultraviolência”, “Caso Isolado”, “Liberdade Eliminando o Mundo” e “Plano Infalível”.
A apresentação da ROT no Bréa Extreme foi uma verdadeira tempestade de energia, deixando a galera ensandecida. O mosh estava tão intenso que, em certos momentos, o público da frente quase caiu no palco, que era baixo, fazendo com que membros da equipe ficassem na linha de frente para evitar acidentes com os equipamentos. A bateria foi um espetáculo à parte, esbanjando técnica. Com a bandeira da Palestina pendurada na caixa da guitarra, a banda trouxe não apenas música, mas uma mensagem poderosa.
Um dos melhores shows da noite, o ROT foi o responsável pelo encerramento do palco 2. Com músicas curtas e diretas, o setlist contou com mais de vinte faixas, incluindo “Passado Presente sem Futuro”, “War Business”, “Pathetic White Man” e “Pull the Trigger”. A intensidade e a conexão com o público fizeram da apresentação uma experiência memorável, como se cada nota fosse um golpe de adrenalina, fazendo todos se sentirem parte de algo grandioso.

Foto: Leandro Cherutti/Metal No Papel
A Dead Congregation subiu ao palco com uma pesada dose do death metal grego, apresentando um som denso e repleto de blast beats. Após uma longa abertura, a banda entregou uma performance intensa, mas, apesar da qualidade técnica, muitos no público perceberam que as músicas soavam repetitivas. Essa diferença de estilo, especialmente após o show super empolgante da ROT, fez com que a apresentação do Dead Congregation se tornasse um pouco cansativa para aqueles que não estão acostumados com o death metal mais tradicional.
Ainda assim, a banda mostrou seu valor ao tocar faixas como “Martydoom”, “Morbid Paroxysm”, “Dismal Realms” e “Teeth Into Red”. A qualidade das composições e a execução impecável não passaram despercebidas, e a Dead Congregation conquistou seu espaço na cena. Além disso, a banda foi escalada para um side show no La Iglesia no dia seguinte ao festival, prometendo mais uma oportunidade para os fãs apreciarem seu som característico.

Foto: Leandro Cherutti/Metal No Papel
Os técnicos de som estavam ajustando tudo até por volta das 21h15, um atraso que deixou a expectativa no ar, já que o show estava marcado para às 21h10. Finalmente, às 21h30, o show começou e a galera ficou completamente maluca. Barney, com sua performance engraçada e divertida, muitas vezes se jogava em um mosh solo, envolvendo todos no clima. Ele se comunicou em espanhol para se tornar mais compreensível para os brasileiros, destacando mensagens de inclusão: “Não ao sexismo, não à homofobia, não à transfobia. Humanos são humanos, sem exceção”. Antes de tocar “Nazi Punks Fuck Off”, ele não hesitou em soltar um “foda-se Bolsonaro” e declarou um firme “Nazismo nunca mais”.
Como headliners do festival, a banda trouxe uma mistura explosiva de grindcore e death metal, com Shane Embury, o membro mais antigo, dando um show à parte. O setlist foi um verdadeiro festim para os fãs, incluindo “M.A.D.”, “Scum”, “You Suffer”, “Suffer the Children”, “Dead” e abrindo com “From Enslavement to Obliteration”. A conexão entre a banda e o público foi palpável, fazendo desse o melhor show da noite. No palco, era possível ver João Gordo (Ratos de Porão), assistindo a apresentação do grupo britânico.
Em sua décima segunda passagem por terras brasileiras, o Napalm Death reafirmou sua soberania entre as bandas de grindcore/death metal. Se conectando com o público, os britânicos foram a escolha perfeita para encerrar a primeira edição de um festival que tem tudo para uma segunda edição de sucesso. Somado com excelentes apresentações dos grupos brasileiros, o Bréa Extreme Fest ficou para a história como um sucesso. Que sigam, então, trazendo explosivas apresentações.
Galeria do show
- Bréa Extreme 2024. Dia 26 de outubro (sábado). Vip Station (SP). Com as bandas Napalm Death (UK), Dead Congregation (GRE) e as bandas brasileiras Surra, Rot, Cemitério, Fossilization, Podridão, Baixo Calão, Andralls, Subcut, Dischavizer e Trachoma. Foto: Leandro Cherutti/Metal No Papel
- Bréa Extreme 2024. Dia 26 de outubro (sábado). Vip Station (SP). Com as bandas Napalm Death (UK), Dead Congregation (GRE) e as bandas brasileiras Surra, Rot, Cemitério, Fossilization, Podridão, Baixo Calão, Andralls, Subcut, Dischavizer e Trachoma. Foto: Leandro Cherutti/Metal No Papel
- Bréa Extreme 2024. Dia 26 de outubro (sábado). Vip Station (SP). Com as bandas Napalm Death (UK), Dead Congregation (GRE) e as bandas brasileiras Surra, Rot, Cemitério, Fossilization, Podridão, Baixo Calão, Andralls, Subcut, Dischavizer e Trachoma. Foto: Leandro Cherutti/Metal No Papel
- Bréa Extreme 2024. Dia 26 de outubro (sábado). Vip Station (SP). Com as bandas Napalm Death (UK), Dead Congregation (GRE) e as bandas brasileiras Surra, Rot, Cemitério, Fossilization, Podridão, Baixo Calão, Andralls, Subcut, Dischavizer e Trachoma. Foto: Leandro Cherutti/Metal No Papel
- Bréa Extreme 2024. Dia 26 de outubro (sábado). Vip Station (SP). Com as bandas Napalm Death (UK), Dead Congregation (GRE) e as bandas brasileiras Surra, Rot, Cemitério, Fossilization, Podridão, Baixo Calão, Andralls, Subcut, Dischavizer e Trachoma. Foto: Leandro Cherutti/Metal No Papel
- Bréa Extreme 2024. Dia 26 de outubro (sábado). Vip Station (SP). Com as bandas Napalm Death (UK), Dead Congregation (GRE) e as bandas brasileiras Surra, Rot, Cemitério, Fossilization, Podridão, Baixo Calão, Andralls, Subcut, Dischavizer e Trachoma. Foto: Leandro Cherutti/Metal No Papel
- Bréa Extreme 2024. Dia 26 de outubro (sábado). Vip Station (SP). Com as bandas Napalm Death (UK), Dead Congregation (GRE) e as bandas brasileiras Surra, Rot, Cemitério, Fossilization, Podridão, Baixo Calão, Andralls, Subcut, Dischavizer e Trachoma. Foto: Leandro Cherutti/Metal No Papel
- Bréa Extreme 2024. Dia 26 de outubro (sábado). Vip Station (SP). Com as bandas Napalm Death (UK), Dead Congregation (GRE) e as bandas brasileiras Surra, Rot, Cemitério, Fossilization, Podridão, Baixo Calão, Andralls, Subcut, Dischavizer e Trachoma. Foto: Leandro Cherutti/Metal No Papel
- Bréa Extreme 2024. Dia 26 de outubro (sábado). Vip Station (SP). Com as bandas Napalm Death (UK), Dead Congregation (GRE) e as bandas brasileiras Surra, Rot, Cemitério, Fossilization, Podridão, Baixo Calão, Andralls, Subcut, Dischavizer e Trachoma. Foto: Leandro Cherutti/Metal No Papel