Resenhas

POST HUMAN: NeX GEn

Bring Me The Horizon

Avaliação

9.5

O álbum “Post Human: Nex Gen” do Bring Me The Horizon, anunciado em 2021, e finalmente lançado neste ano, representa uma expansão ambiciosa do trabalho anterior da banda, “Post Human: Survival Horror“. Com 16 faixas que exploram uma ampla gama de estilos, o álbum demonstra a habilidade da banda experimentar e explorar temas complexos. BMTH navega entre post-hardcore, pop punk, metalcore, eletrônica, emo e nu metal. O segundo ato de Post Human é uma obra que reflete a maturidade e a ousadia do BMTH. Cada música contribui para um mosaico sonoro diversificado que mantém a essência da banda enquanto explora novas direções. Bring Me The Horizon demonstra uma habilidade excepcional em equilibrar intensidade emocional com experimentação musical, oferecendo uma nova perspectiva sobre temas universais como solidão, redenção e autodescoberta.

 

Post Human: NeX GEn” de Bring Me The Horizon inicia com um interlúdio atmosférico de 19 segundos, preparando o terreno para “Youtopia”, que estabelece o tom do álbum em um som eletronicamente infundido, equilibrando melodia cativante e uma produção sofisticada. A letra aborda temas de busca e autodescoberta, refletindo a complexidade emocional do álbum. “Kool-Aid” apresenta um ritmo contagiante e um refrão que gruda na mente, enquanto “Top 10 Statues That Cried Blood” mergulha em uma atmosfera mais sombria e introspectiva, evidenciando a versatilidade da banda em criar paisagens sonoras variadas.

A sonoridade é marcada por guitarras pesadas, linhas de baixo profundas e uma bateria intensa que sustenta a estrutura rítmica da música. A produção incorpora efeitos eletrônicos que adicionam uma camada extra de profundidade e textura à música, complementando os vocais angustiados de Oli Sykes. “Top 10 Statues That Cried Blood” destaca a luta interna e a percepção de que a batalha pela superação é, em última análise, uma jornada solitária.

A faixa “Limousine” em colaboração com a cantora AURORA, é uma amálgama de sonoridade hipnótica e lírica introspectiva. Os versos iniciais, “Drag me down some more / Get me low like a basement / I hope that you wrote all your songs for me“, estabelecem um tom de vulnerabilidade e desejo de conexão, mesmo que essa conexão venha acompanhada de dor. A combinação das vozes de Oli Sykes e AURORA resulta em uma textura sonora rica, equilibrando momentos de peso e suavidade, incorporando camadas que refletem a dualidade das emoções.

Rápida e agressiva, “Darkside” mostra o lado mais pesado do BMTH. A faixa é uma explosão de energia, com riffs pesados e um ritmo acelerado que capturam a essência do metalcore. As variações vocais entre vocais limpos e gritos adicionam uma camada emocional à música, refletindo a vulnerabilidade e a raiva presentes na letra, capturando sentimentos de desespero, fragilidade, insegurança e a necessidade desesperada de apoio.

A Bullet W/ My Name On“, com a participação de Underoath, é uma faixa carregada de adrenalina, mesclando elementos de metalcore com eletrônica, criando uma sonoridade explosiva. “Ost Spiritual” e “Ost Pusse” funcionam como interlúdios atmosféricos que adicionam uma camada cinematográfica ao álbum. Serve como uma pausa reflexiva, preparando o terreno para as faixas seguintes.

Em seguida vem a excelente “n/A“, que com sua sonoridade flutuante demonstra um reunião coletiva que ecoa o momento da fase de aceitação, enfretamento da abstinência e o estágio de acolhimento da reabilitação. Outra faixa que exemplifica a capacidade do BMTH de combinar melodia e intensidade, “Lost“, aborda temas de desorientação e busca por significado, ressoando com a experiência humana universal. “Strangers” é uma das faixas que certamente será um sucesso em shows ao vivo. A música aborda a sensação de isolamento e a busca por conexão em um mundo cada vez mais desconectado.

R.I.P. (Duskcore Remix)” revisita e reimagina temas familiares com uma nova energia. “Amen!”, com as participações de Lil Uzi Vert e Daryl Palumbo do Glassjaw, é uma mistura ousada de gêneros que surpreende e cativa, destacando a disposição da banda de experimentar e quebrar barreiras. É uma faixa pesada que traz o último clímax. A seguir, as faixas  “Die4U” e “Dig It” encerram o álbum com uma nota alta de melodia e efeitos atmosféricos, desacelerando, fechando a obra com uma sutileza hipnótica.

O segundo ato de Post Human da Bring Me The Horizon é uma obra musicalmente diversificada e liricamente profunda, que mergulha nas complexidades da condição humana.  Com sua fusão única de estilos e temas universais, um álbum que se destaca como uma adição significativa ao catálogo da banda e como um testemunho da sua evolução artística contínua. Uma obra coesa do início ao fim, composições bem trabalhadas que se conectam na narrativa a que se propõe. A música da banda Bring Me The Horizon, ao longo de sua evolução sonora, mergulha desde suas raízes no metalcore até suas incursões mais recentes em gêneros como rock alternativo e eletrônica. “Post Human: Nex Gen” ao longo de suas 16 faixas é frenético como o caos do mundo. É uma montanha russa sonora e lírica que expõe as vulnerabilidades humanas em uma sociedade adoecida que usa filtros digitais para vender uma vida que não existe.

Tracklist:

1. [ost] dreamseeker
2. YOUtopia
3. Kool-Aid
4. Top 10 staTues tHat CriEd bloOd
5. liMOusIne ft AURORA
6. DArkSide
7. a bulleT w/ my namE On ft Underoath
8. [ost] (spi)ritual
9. n/A
10. LosT
11. sTraNgeRs
12. R.i.p. (duskCOre RemIx)
13. AmEN! ft Lil Uzi Vert & Daryl Palumbo of Glassjaw)
14. [ost] p.u.s.s.-e
15. DiE4u
16. DIg It