Shows

Madball incendeia São Paulo e celebra história com os fãs

Madball incendeia São Paulo e celebra história com os fãs

11 de dezembro de 2024


Crédito das fotos: Vanessa Maeda/Metal no Papel

Depois de um fim de semana carregado de grandes apresentações internacionais na cidade de São Paulo, a última segunda-feira (9) deu a chance para que os fãs de hardcore também pudessem se divertir. A Vênus Concerts produziu a sétima vinda do Madball ao Brasil, a primeira desde 2017.

Desta vez, Freddy “Madball” Cricien e companhia vieram para celebrar o disco “Set it Off”. Lançado em 1994, o primeiro trabalho da banda foi o responsável por lançá-los na famosa cena de hardcore de Nova Iorque, tornando-os um dos principais nomes desse cenário musical.

Anunciado primeiramente para o dia 05/12 no Espaço Usine, o show mudou de data e local, realocado para o Fabrique Club no dia 09/12. Depois, voltou para o Espaço Usine, mantendo a nova data. Paura, banda convidada desde o primeiro anúncio, se manteve presente no lineup mesmo com as mudanças

Anunciada durante a manhã da segunda-feira, dia do evento, a Abulia veio de São José dos Campos para entregar seu hardcore no palco do Usine. Na estrada desde 2006, o grupo se apresentou para um número bem reduzido de público. A apresentação do sexteto se iniciou com vinte minutos de atraso ao que havia sido anunciado.

Faixas como “Antifa”, “Vaso Ruim”, “Morte Lenta” e “Mente a Milhão” animaram o tímido público presente na casa. Constantemente, os vocalistas chamavam o público para se aproximar mais do palco, mas sem muito sucesso. O som, infelizmente, não ajudou o grupo, muito alto e embolado, atrapalhando um pouco a performance dos joseenses.

Velhos conhecidos do público paulistano, o Paura trouxe todo o peso de seu hardcore recheado de influências de metal e fez a alegria dos presentes. A banda, que também acompanhou o Madball durante o show do Chile no domingo anterior ao show, enfrentou diversos problemas para chegar a tempo em São Paulo.

O grupo entrou no Espaço Usine apenas às 20h, horário em que seu show estava marcado para começar. A apresentação foi iniciada, de fato, apenas por volta das 20h30. Durante o concerto, Fábio Prandini (vocal), explicou que eles tiveram problemas logísticos e que estavam há trinta e seis horas sem dormir e comer, mas que não deixariam de se apresentar.

Talvez todos esses problemas tenham ajudado a banda a intensificar a potência do show visceral entregue no palco do Usine. Com muita energia e com uma casa muito mais cheia, o Paura descontou sua raiva durante “Karmic Punishment”, “No Hard Feelings!? Fuck You!” e “The City is Ours”, entre outras. Seu set, infelizmente, foi cortado devido ao atraso.

Com o som da casa bem melhor do que na primeira apresentação, o Paura entregou, como de costume, uma aula de hardcore. Mesmo com todos os problemas enfrentados para estarem ali, esta foi uma das melhores apresentações que pude presenciar do grupo.

Assim como as duas primeiras bandas, o Madball também subiu ao palco com um certo atraso. Porém, qualquer atraso foi esquecido após o início de “Set it Off” pelo quarteto Nova Iorquino. Com casa cheia, o grupo tinha o público nas mãos. Freddy demonstrava uma empolgação tremenda, claramente feliz por estar no Brasil novamente.

O vocalista agradeceu o público várias vezes por terem comparecido ao show. Num determinado momento, comentou que precisava de muita coragem para se fazer um show em uma segunda-feira, prometendo que a próxima vez que a banda voltasse, seria em um sábado.

As faixas do “Set it Off” não seguiram a ordem do disco. “Smell the Bacon”, “Lockdown”, “Never Had it”, “It’s Time”, “C.T.Y.C (R.I.P)” e “Across Your Face” foram encarrilhadas para o delírio dos presentes. A banda agradeceu ao público que estava comparecendo pela primeira vez em um show do Madball, assim como os fãs mais antigos que já haviam presenciado algum concerto deles.

Freddy também comentou que a América Latina era como uma casa para eles. O vocalista falava muito em espanhol, chegando a perguntar se o público preferia que ele falasse inglês ou espanhol, já que não sabia falar português, recebendo respostas divididas.

Agitando o público a todo momento em faixas como “Can’t Stop, Won’t Stop”, “For My Enemies”, “Down by Law” e “Spit on Your Grave”, Freddy disse que “o palco era do público”, intensificando ainda mais os stage divings que já aconteciam com frequência durante a apresentação.

Em duas músicas do show, uma fã argentina roubou a cena, subindo no palco e assumindo o microfone de Freddy. Encantado com a performance da mulher, o vocalista agradeceu o público feminino no show e brincou que nem poderia deixar a fã continuar o show por ele.

Muito comunicativo, o frontman da banda comentou disse que “toca essas músicas todas hora” e que queria saber o que os brasileiros queriam ouvir. Quando ele colocou o microfone no público, um fã gritou “Look on Me” e foi prontamente atendido, o que foi muito legal por parte da banda.

Alguns nomes conhecidos da música pesada nacional estavam presentes no show. Antonio Araújo (Matanza Ritual, ex-Korzus) e Henrique Pucci (Noturnall, ex-Paura, ex-Project46) eram alguns dos nomes. Thiago Monstrinho (Worst) chegou a subir no palco para um stage diving, tamanha empolgação com o concerto.

“Doc Marten Stomp” deixou o público em êxtase, animando os fãs na reta final do show que também contou com “Rev Up”, “It’s My Life”, “Born Strong” e “100%”, responsável por encerrar a apresentação.

Apesar de parecer que o público não se faria presente na apresentação – seja por ser uma segunda-feira nublada ou por ser após um movimentado fim de semana na capital paulista – os fãs compareceram e se fizeram presentes, mostrando toda sua empolgação durante os shows do Paura e do Madball.

Quem compareceu, voltou para casa com a chama do hardcore acesa depois de três incríveis apresentações. Com a melhora gradativa do som e o aumento do público durante a noite, shows como esse reafirmam o poder do cenário hardcore paulista, sempre com uma forte cena na cidade.

Galeria do show