O Best of Blues and Rock 2025 iniciou sua 12ª edição em um ensolarado sábado, 7 de junho, na área externa do Auditório Ibirapuera, em São Paulo. O festival, já consolidado no cenário musical brasileiro, promete reunir aproximadamente 15 mil pessoas e, em sua primeira noite, trouxe ao palco nomes de peso como Cachorro Grande, Vitor Kley, Richard Ashcroft e a aguardada banda Dave Matthews Band.

Abertura com a força do rock gaúcho e a leveza do pop nacional

Pontualmente às 14h30, após a abertura dos portões às 12h30 – que permitiu aos fãs desfrutar da excelente estrutura com bares, ativações e ampla praça de alimentação –, a Cachorro Grande deu o pontapé inicial. O grupo gaúcho, que retornou aos palcos em 2024 com sua formação clássica após um hiato, entregou uma performance sólida e efervescente. O espetáculo começou com “Lunático” (do álbum homônimo de 2001) e, ao longo de quase uma hora, a banda revisitou sucessos como “Hey Amigo” (de As Próximas Horas Serão Muito Boas, 2004) e “Você Não Sabe o Que Perdeu” (de Pista Livre, 2005), mesmo com uma plateia ainda em formação.

Às 16h, Vitor Kley assumiu o palco, trazendo a leveza de suas composições melódicas e românticas. O cantor de Porto Alegre, conhecido por transmitir mensagens positivas e de bem-estar, contagiou a audiência com seu carisma e melodias vibrantes. Com o público já bem mais numeroso, a presença de famílias e idosos dançando em cirandas aos pedidos de “mão para cima e seja feliz” do artista foi marcante. Sua performance incluiu hits como “O Sol” e “Morena” (ambas de Adrenalizou, 2017), “Pupila” (parceria com Anavitória, 2018) e “Menina Linda” (de A Bolha, 2020). Kley ainda surpreendeu os presentes com versões de “Don’t Look Back in Anger” e “Wonderwall”, do Oasis.

O britpop de Richard Ashcroft e homenagens brasileiras

A sequência do evento trouxe Richard Ashcroft, cantor e compositor inglês, amplamente reconhecido por sua liderança no The Verve. Em entrevista coletiva antes da apresentação, Ashcroft expressou seu carinho pelo futebol brasileiro, citando Ronaldo e Zico, e sua admiração por Ayrton Senna. O artista revelou a felicidade de sua primeira vinda ao Brasil e a preparação de um repertório repleto de sucessos para a audiência local.

Às 17h34, sob uma leve garoa, Ashcroft subiu ao palco vestindo uma camiseta em homenagem a Ayrton Senna. O show começou com “Sonnet” (do álbum Urban Hymns, 1997 do The Verve), disco que também abriga a poderosa balada “The Drugs Don’t Work”. Em um dos momentos mais emocionantes, Richard dedicou “Break the Night With Colour” (de sua carreira solo) a Ayrton Senna, com uma performance intensa e memorável. O ápice do espetáculo, a icônica “Bitter Sweet Symphony”, foi dedicada a Zico, sendo amplamente cantada pela plateia em um coro emocionante.

Dave Matthews Band: O grandioso encerramento

Para o grand finale da noite, a área externa do Auditório Ibirapuera estava completamente lotada de admiradores ansiosos pela chegada da Dave Matthews Band. Com seu conjunto instrumental robusto e cheio de ritmo, Dave Matthews brilhou por mais de duas horas, tocando violão e dançando incessantemente.

O espetáculo iniciou com um atraso de 13 minutos, prontamente relevado pelos presentes. Todos vibraram com a primeira melodia, “Don’t Drink The Water” (1998), que foi executada em um ritmo acelerado e estendida por mais de dez minutos, evidenciando a destreza de cada instrumentista.

Após três canções, Dave Matthews agradeceu o carinho do público, arriscando um “obrigado” em português. A banda, visivelmente inspirada pelo Brasil, teve seu baterista, Carter Beauford, incorporando batidas tipicamente brasileiras em seus solos.

Um dos pontos altos foi a participação do gaitista brasileiro Gabriel Grossi na música “What Would You Say” (de 1994). Dave Matthews, amigo de longa data de Gabriel, o apresentou e o convidou para um solo impressionante, que empolgou a multidão.

Para o bis, Dave Matthews retornou ao palco sozinho com seu violão. Em português, desejou: “Eu desejo a vocês amor, paz e felicidade”. A noite foi encerrada com uma emocionante versão acústica de “Peace on Earth”, uma composição ainda não gravada que questiona as guerras que “buscam paz matando pessoas”, deixando uma mensagem de reflexão e esperança ao público.

Galeria do show