Podemos dizer que esta é a semana do Type O Negative: na última quarta-feira, 11, nós falamos sobre os 34 anos de “Slow, Deep and Hard“, o álbum de estreia do quarteto nova-iorquino, caso você tenha perdido, poderá ler, clicando AQUI. O Memory Remains desta terça-feira vai falar sobre “Life is Killing me“, o sexto álbum da banda, lançado há exatos 22 anos.
Este é o último álbum a ser lançado pela Roadrunner, gravadora pela qual o Type O Negative havia lançado todos os outros cinco álbuns anteriores. “Life is Killing me” encerrou um jejum de 3 anos e 9 meses entre dois álbuns da banda, o que faz com que este seja o maior período em que a banda de Peter Steele ficou sem um novo lançamento.
Originalmente, o álbum se chamaria “The Dream Is Dead”, nome da música que fecha o álbum. Após o anúncio do título, os fãs começaram a especular de que eles estariam se aposentando ou que iriam se separar, então, eles optaram por trocar o título, que se referia aos problemas enfrentado por seu frontman. Ele abordou temas como problemas de relacionamento, o falecimento de seus pais e de sua namorada, então ele tinha uma expectativa de vida bastante pessimista. Certa vez, ele respondeu sobre isso, em uma entrevista. Aspas para ele:
“Acho que estou passando por algum tipo de crise de meia-idade, com 41 anos agora. E todas as coisas que eu tomava como certas, minha saúde, minha vida, pessoas que eu amo morrendo, pessoas que eu amava indo embora. Eu estava com uma namorada por 10 anos, mas ela foi embora. É como se meus sonhos estivessem mortos.”
Steele escreveu duas letras sobre seu pai: trata-se da faixa-título e também “Todd’s Ship Gods (About All Things)“. A faixa “Nettie” é dedicada à sua mãe, enquanto que “I Like Goils” trata da frustração do vocalista depois de fazer sucesso entre o público gay, uma vez que ele posou nu para a Playgirl em 1995, sem sequer fazer ideia do público que era o maior consumidor de revistas do gênero.
A banda foi para o estúdio Systems Two, em Nova Iorque, onde o álbum foi gravado e mixado, mais uma vez produzido pela dupla Peter Steele e Josh Silver. O ex-baterista Sal Abruscato participou como convidado e gravou backing vocal em “I Like Goils“. O ex-guitarrista do Carnivore, Paul Bento, também participou tocando guitarra, tambura e cítara, no que era uma novidade apresentada pelo Type O Negative em suas músicas. Foi também o último álbum onde a banda fez uso da bateria eletrônica.
Acredita-se que a música “IYDKMIGTHTKY (Gimme That)” seja uma forma abreviada da frase If You Don’t Kill Me I’m Going To Have To Kill You (se você não me matar, eu vou ter que te matar), que é repetida algumas vezes ao longo dos mais de seis minutos de duração da música. Tal afirmação jamais foi confirmada ou desmentida por qualquer um dos músicos da banda.
Musicalmente falando, o álbum é bem extenso. temos 15 faixas, sendo que duas delas não são originalmente composições do próprio Type O Negative: a instrumental “Thir13teen“, que abre o álbum, é uma música da série de TV chamada “The Munsters” e foi escrita por Jack Marshall. A música “Angry Inch” foi originalmente composta por Stephen Trask. O maior destaque do play é a faixa “I Don’t Wanna be me“, que ganhou um videoclipe. A música “(We Were) Electrocute” foi incluída na trilha sonora do filme “Freddy vs. Jason“, lançado no mesmo ano de 2003.
O álbum foi bem recebido tanto pela crítica quanto pelo público. E como já estávamos na era digital, o álbum acabou vazando na internet antes do lançamento original, o que acabou por deixar os músicos insatisfeitos, principalmente o tecladista Josh Silver, que disse que esse vazamento fez com que a banda perdesse dinheiro. O álbum figurou em algumas paradas de sucesso: foi 5° na Finlândia, 9° na Alemanha, 39° na “Billboard 200“, 46° nos Países Baixos, 51° na Áustria e na Suécia, 87° no Reino Unido, 98° na França e 98° na Suiça. Em 2024, o álbum voltou às paradas, quando ficou em 4° lugar na Croácia e 28° na Hungria.
O Type ainda lançaria mais um álbum depois, “Dead Again“, em 2007, que acabou por ser o último da banda. Em 2010, Peter Steele nos deixou e com isso o Type O Negative também se findou. Hoje, temos o belo legado desta banda para poder apreciar e mostrar para aqueles que ainda não conhecem. Hoje é dia de celebrar mais um ano deste álbum que envelhece muito bem. E como sempre dizemos aqui, “eu ouço gente morta!”
Life is Killing me – Type O Negative
Data de lançamento – 17/06/2003
Gravadora – Roadrunner
Faixas:
01 – Thir13teen
02 – I Don’t Wanna Be Me
03 – Less than Zero (<0)
04 – Todd’s Ship Gods (Above All Things)
05 – I Like Goils
06 – …a Dish Best Served Coldly
07 – How Could She?
08 – Life Is Killing Me
09 – Nettie
10 – (We Were) Electrocute
11- IYDKMIGTHTKY (Gimme That)
12 – Angry Inch
13 – Anesthesia
14 – Drunk in Paris
15 – The Dream Is Dead
Formação:
Peter Steele – vocal/ baixo/ guitarra/ teclados
Josh Silver – teclado/ backing vocal
Kenny Hickey – guitarra/ backing vocal
Johnny Kelly – bateria/ backing vocal
Participações especiais:
Paul Bento – guitarra/ cítara/ tambura
Pandit Kinnar K. Seen – tabla
Sal Abruscato – backing vocal
Bensonhoist Lesbian Choir – coral