Resenhas

We Are All Bots

Andrea Pizzo and The Purple Mice

Avaliação

9.0

Andrea Pizzo and The Purple Mice, a curiosa banda italiana formada por cinco membros, lança seu mais recente EP, ‘We Are All Bots’. Com um conjunto de três faixas que servem como vinhetas de histórias, com temas filosóficos profundos, o álbum é uma verdadeira celebração da jornada musical e pessoal. Com faixas que misturam influências e sonoridades diversas, o álbum é uma demonstração do talento e da versatilidade da banda.

A banda lançou seu álbum de estreia ‘Potatoes em Mars’, em 2022. Recebendo reconhecimento internacional, a banda retornou um novo EP, um disco que explora o vício digital, a IA e o futuro da humanidade — envolto em melodias poderosas e arranjos cinematográficos. Conhecidos por sua habilidade em criar hinos inspiradores e cheios de energia, eles já são destaque e ‘We Are All Bots’ não foge à regra, apresentando uma coleção de canções que são tanto uma homenagem à sua história quanto uma evolução de seu som característico – todas as faixas possuem um videoclipe para dar uma experiência audiovisual completa.

A primeira faixa, “We Are All Bots”, abre o álbum com um vigoroso mix de pop e rock, com uma batida pulsante mas suave e vocais poderosos. A canção é forte e cheia de momentos crescentes, um chamado que confronta o vício digital e a alienação moderna com uma ousada energia, com arranjos modernos de sintetizadores que acrescentam profundidade à faixa. A faixa é uma meditação, com instrumentação que merece atenção especial, riffs de guitarra dreampop, bateria suave, sintetizadores e um vocal arrebaador.

O álbum por inteiro mescla rock alternativo, pop e tons de música eletrônica de maneira envolvente. Suas músicas são marcadas por melodias emotivas e cativantes, criando uma profunda conexão emocional com os ouvintes. O sintetizador desempenha um papel central em muitas das faixas, oferecendo uma base harmônica rica e conduzindo a melodia. As guitarras complementam esse som, criando tanto texturas suaves quanto momentos de maior intensidade com riffs simples, mas memoráveis.

A produção das músicas desse disco tendem a ser polida e atmosférica, utilizando extensivamente reverb e delay para criar uma sensação de espaço e grandiosidade. Isso faz com que as faixas soam expansivas, como se fossem executadas em um ambiente vasto e aberto. Os vocais contribuem significativamente para a identidade sonora do grupo com seu timbre de voz distintivo e emotivo, capaz de transmitir uma ampla gama de emoções, desde a intimidade até a potência.

“To the Space and Beyond” carrega um tom mais reflexivo, com um ritmo leve que convida o ouvinte a se emocionar, oferecendo uma visão existencial com arranjos sinfônicos e texturas futuristas para vislumbrar o futuro cósmico da humanidade. A intensidade aumenta nessa faixa que se destaca pela sua fusão que traz um forte apelo, criando uma atmosfera intimista, profunda e contagiante – algo que com certeza chama atenção e desperta curiosidade – talvez esse seja o momento que possamos dizer o quão profundo é esse trabalho. Os vocais aqui também são destaque, cheios de emoção.

“To the Space and Beyond”  oferece uma pausa introspectiva com um arranjo acústico e harmonias vocais com linhas de pianos perfeitas e uma orquestração admirável, que desperta paisagens verdes em nossas mentes e nos joga no campo de força magnético sobre futuro.

“Eternità” é a última faixa, que encanta e desperta o ouvinte. A canção em tom de ópera emocionante com uma melodia comovente e arranjos instrumentais que evocam uma sensação de nostalgia e gratidão, com vocais operísticos que trazem uma vibe diferente do restante do disco em  um dueto de vocal, feminino e masculino belíssimo. A faixa é inspirada no mito da eterna juventude, encerra o EP com grandiosidade operística e profundidade emocional. Os riffs de guitarra trazem à tona o metal sinfônico (aqui temos muita influência de Nightwish e Epica). Um excelente jeito de terminar a jornada com um verdadeiro espetáculo sonoro com grandiosidade operística e profundidade emocional.

‘We Are All Bots’ traz emoções e referências do universo. Com uma produção impecável e uma mistura de influências que vão do rock ao pop, passando por elementos eletrônicos e acústicos e épicos e opéra, o álbum é uma prova do talento e da versatilidade da banda. Cada faixa é uma peça única que contribui para um todo coeso e emocionante, fazendo deste lançamento uma obra de altíssima qualidade, e você TEM que ouvir!