Memory Remains

Memory Remains: AC/DC – 42 anos de “Flick of the Switch” e a demissão de Phil Rudd

15 de agosto de 2025

Há 42 anos, em 15 de Agosto de 1983, o AC/DC lançava “Flick of the Switch”, o nono álbum da carreira dos australiano, de maneira geral, e oitavo lançado mundialmente. O mais novo quarentão do Rock é tema do nosso Memory Remains desta sexta-feira.

É também o terceiro com Brian Johnson e lançado logo após a saída do baterista Phil Rudd, que participou das gravações e tem seu nome devidamente creditado. A banda repetiu a experiência de gravar nas Bahamas, tal como em “Back in Black”. Porém, a parceria com o produtor Robert “Mutt” Lange desta vez foi deixada de lado, tendo a própria banda se encarregado de produzir a obra. A banda afirmaria mais tarde que “Flick of the Switch” era uma tentativa de fazer o AC/DC soar com uma sonoridade crua, que segundo eles foi atingida com sucesso.

O clima no estúdio foi bastante tenso, com Phil Rudd enfrentando problemas com álcool e drogas, o que culminou com a sua demissão, ainda nas Bahamas, Mas os problemas já vinham acontecendo bem antes do processo de gravação, tendo, inclusive, um caso em que Malcolm Young agrediu o baterista após este se atrasar para uma apresentação e de não ter tido condições de retornar ao palco e tocar no bis.

O processo de gravação durou todo o mês de Abril de 1983 e apesar de todos os percalços enfrentados pela banda dentro do estúdio, apenas quatro meses depois, o disco estava disponível ao grande público, que aguardava com a maior das ansiedades por um novo álbum dos australianos.

Bolacha rolando, temos um álbum apenas mediano, com dez músicas e duração de 37 minutos. Os grandes destaques do play ficam por conta de canções como “Landslide“, “Guns for Hire“, “Bedlan in Belgium“, além da faixa-título. Algumas das características do AC/DC ainda estão presentes, mas falta algo a mais. E talvez as tensões enfrentadas no estúdio tenham sido determinantes para o resultado abaixo do esperado.

A receptividade ao álbum não foi tão boa quanto os álbuns anteriores. Os críticos não pouparam a banda, e os fãs consideram o álbum menos inspirado que o AC/DC lançou naquele período. Anos mais tarde, o guitarrista Malcolm Young concordou e deu a seguinte declaração. Aspas ao saudoso guitarrista:

“Foi feito muito rápido. Eu não diria que é um ótimo álbum…”

Nosso homenageado de hoje teve um relativo sucesso comercial, alcançando o 3º lugar na Austrália, 4º lugar nas paradas britânicas e também na Noruega, 15º na “Billboard 200”, e os singles “Guns for Hire”, “Nervous Shakedown” , além da faixa título foram bem sucedidas. Foi certificado 3 vezes com Platina na Austrália, Platina nos Estados Unidos, Ouro na França e Alemanha e Prata no Reino Unido. São bons números, mas nem chega perto dos seus dois antecessores, “Back in Black” e “For Those About to Rock (We Salute You)”.

A banda saiu em turnê, que teve seu primeiro show nos Estados Unidos em 3 de setembro de 1983, em Pittsburgh, Philadelphia e se estendeu pela América do Norte e depois Europa, com mais de 70 datas, tendo a última data sendo 16 de setembro de 1984, em Barcelona. Após o cumprimento das datas, a banda se reuniu para a gravação de seu sucessor, “Fly on the Wall“, mas deram uma pausa para duas apresentações na primeira edição do Rock in Rio de 1985, quando tocaram nos dias 15 e 19 de janeiro daquele ano. Então, tecnicamente, as apresentações na Cidade do Rock pertenceram à turnê do álbum.

Embora muito criticado pelo fato de a banda ter optado em abrir mão de um produtor, tendo ela mesma produzido o álbum, “Flick of the Switch” foi citado na época como um dos melhores lançamentos daquele ano de 1983 e por isso ele se faz digno de celebração. No mês passado houve uma especulação de que a banda viria ao Brasil, mas infelizmente, ainda não foi confirmada. Seria a quarta passagem da banda por nossas terras, que eles não tocam desde o ano de 2009. Nós desejamos uma longa vida ao AC/DC, que segue em plena atividade, fazendo sua turnê do álbum “Power Up“, o último lançado pela banda até o presente momento.