Resenhas

Break the Silence

Voltstorm

Avaliação

9.0

Formada em Londres em 2019, a Voltstorm surgiu como uma verdadeira tempestade no cenário do metal britânico. O quarteto, liderado pelo vocalista John D. Prasec, conta ainda com Stef Nurra assumindo as guitarras com maestria, Ben Turner no baixo e Hugo Terva comandando as baquetas com uma precisão cirúrgica. Depois de um EP autointitulado e de conquistar holofotes em festivais como HRH Metal, eles chegam agora com “Break The Silence”, um álbum que não só reafirma sua identidade, mas também empurra os limites do melodic power metal para um território moderno e explosivo.

A sonoridade é um prato cheio para quem curte Judas Priest, Hammerfall, a teatralidade de Helloween e a pegada épica do Sabaton. Mas não se engane: a Voltstorm não vive de nostalgia. Aqui, riffs com pegada clássica convivem com produções cristalinas e uma dose extra de agressividade. É metal feito para arenas, mas com a energia crua que só uma banda faminta pelo topo consegue entregar.

Logo de cara, “Stormchaser” abre o disco como um furacão sonoro, com guitarras cortantes e um refrão que gruda como trovão no ouvido. A sequência com “Judas”, já conhecida do público por ser lançada como single, mostra a veia power metal da banda em sua forma mais afiada: solos incendiários, vocais altíssimos – que lembram bem a linha Halford; e uma base rítmica que não dá trégua. Em “Wake Me Up”, o clima continua, riffs poderosos e vocais que clamam por poder! Mais emoção, aqui o som tem cara de Hino – e que hino.

“Lambs” vem com uma proposta mais complexa, onde a bateria de Hugo é um rolo compressor e Stef parece decidido a desafiar as leis da física com sua palhetada – a faixa não tem uma linearidade de hit, mas surpreende pela condução. “Eye Of The Storm” traz mistério e mistica, costurando mudanças de andamento e crescendo com técnica absurda, enquanto “Evil Eyes” nos apresenta uma introdução de violão que é de um brilho e um ar misterioso imenso, mostrando porque já conquistam lugares e públicos dignos de monstros lendários do metal clássico.

No segundo ato do disco, “Rise Above” é puro combustível para levantar plateias, cadência, mistério e tensão – essa faixa é com certeza o segundo hino do disco! Você vai se pegar cantarolando essa faixa. Em seguida, temos a faixa-título “Break The Silence”, que é simplesmente um petardo. O riff principal tem ar poderoso e cara de clássico instantâneo, a faixa parece nos convidar para uma história, e tem lá suas semelhanças com o que Bruce Dickinson faria (tirando o INCRÍVEL agudo nos 2min50). “Black Cage” mergulha em climas mais sombrios, o violão volta – aqui mais agudo e oitavado, me lembra o que Andy LaRocque nos entregaria – por exemplo. Mas aqui, tem um poder e potência, um ritmo pesado que dá corpo ao álbum antes do gran finale: “Destroyer”, uma explosão de velocidade e agressividade, perfeita para encerrar com impacto. Essa faixa é a conclusão perfeita, velocidade, brutalidade, ritmo e energia – tudo em uma única faixa que pega heavy/speed/power e joga em nossa cara sem rodeios.

“Break The Silence” é um disco pensado para quem não abre mão da essência do heavy metal, energia e poder! Se você respira bandas como Iced Earth, Primal Fear e os já citados Helloween e Judas Priest, prepare-se: a Voltstorm chegou para ficar — e não vai calar a boca tão cedo.