Há 24 anos, em 3 de outubro de 2001, o Ratos de Porão lançava “Sistemados Pelo Crucifa”, que é a regravação do clássico álbum “Crucificados Pelo Sistema“, e é tema do nosso Memory Remains desta sexta-feira.
O álbum foi gravado entre os meses de fevereiro e abril de 1999, quando a formação da época, que era praticamente a mesma da atual (a diferença era o baixista Fralda, que tocou antes de dar a vaga para Juninho) se juntou para dar uma roupagem mais moderna ao primeiro play da banda, lançado em 1984. O play saiu pela Alternative Tentacles, selo de propriedade de Jello Biafra, contou com produção de Dennis Feres, Marcelo Munari e Ratos de Porão, mixagem de Billy Anderson e uma nova capa, assinada por Dick Siebert.
Temos algumas mudanças na ordem das músicas em relação ao lançamento original: as dez primeiras faixas estão na mesma sequência de “Crucificados Pelo Sistema“. Depois, há algumas modificações: as faixas “Só Pensa em Matar” e “Corrupção“, que já haviam sido lançadas no álbum “Feijoada Acidente? – Brasil“, foram excluídas, dando lugar às faixas “Paranóia Nuclear“, “Cérebros Atômicos” e “Eu não Sei”. As duas primeiras foram lançadas em “Descanse em Paz“, o segundo play da banda, e a última, é um cover da banda portuguesa Aqui d’El Rock, pioneira do Punk na terra de Camões.
A regravação conta com algumas participações especiais: Phú, ex-baixista do DFC, o pessoal do Ação Direta e da Sociedade Armada, gravaram backing vocais em diversos momentos do play. Além disso, Maca, gravou os vocais na música “Não me Importo“. E Jão, que na época do lançamento original era o baterista, gravou também o vocal na faixa “Periferia“.
O álbum tem 17 faixas e duração de 47 minutos e traz versões atualizadas das músicas gravadas originalmente em 1983. Alguns clássicos foram forjados pelo Ratos de Porão no primeiro lançamento, como “Morrer“, “Caos“, “Agressão / Repressão“, “F.M.I.”, “Crucificados Pelo Sistema“, além do cover para “Que Vergonha!“, do Olho Seco. As músicas estão com um andamento mais lento, porém, ganharam em peso e quase vinte e cinco anos depois da regravação, a banda consegue reproduzir as músicas quase da mesma forma no palco.
Era o Ratos de Porão comemorando os vinte anos de existência e entrando no novo século da melhor forma possível. A banda segue fiel aos seus princípios e a cada novo álbum lançado, a banda traça a história do nosso país no momento, o que faz com que cada disco seja como um livro de história. Livros, aliás, que são odiados por uma boa parcela de fãs que dizem gostar de Rock.
Hoje é dia de celebrar esse baita álbum e agradecer por termos uma voz antifascista sendo uma voz das minorias, transmitindo isso em forma de música. O Ratos segue em plena atividade e hoje é dia de escutar essa bolacha no volume máximo enquanto aguardamos o sucessor de “Necropolítica“, lançado em 2022.
Sistemados Pelo Crucifa – Ratos de Porão
Data de lançamento – 03/10/2001
Gravadora – Alternative Tentacles
Faixas:
01 – Morrer
02 – Caos
03 – Guerra Desumana
04 – Agressão / Repressão
05 – Obrigando a Obedecer
06 – Asas da Vingança
07 – Que Vergonha!
08 – Poluição Atômica
09 – Pobreza
10 – F.M.I.
11 – Paranóia Nuclear
12 – Sistema de Protesto
13 – Não me Importo
14 – Periferia
15 – Sistemados pelo Crucifa
16 – Cérebros Atômicos
17 – Eu Não Sei
Formação:
João Gordo – vocal
Jão – guitarra/ vocal em “Periferia”
Boka – bateria
Fralda – baixo
Participações especiais:
Maca – vocal em “Não me Importo”
Phú – backing vocal
Ação Direta – backing vocal
Sociedade Armada – backing vocal