Memory Remains

Memory Remains: Black Sabbath – 27 anos de “Reunion” e a celebração da era de ouro da formação original

20 de outubro de 2025

Há 27 anos, em 20 de outubro de 1998, o Black Sabbath lançado “Reunion“, primeiro álbum ao vivo da formação original que se reunia depois de anos, e que é tema do nosso Memory Remains desta segunda-feira.

Os fãs estavam ansiosos para ver a formação original reunida novamente. Depois que Ozzy saiu do Black Sabbath em 1979, eles se reuniram por duas vezes, uma em 1985, durante o Live Aid e outra em 1992, quando Ozzy realizou a turnê de despedida, o que acabou não acontecendo. Em 1993, o retorno quase aconteceu, mas esbarrou em diferenças entre os músicos.

Em 1997 eles se acertaram e os fãs puderam assistir algumas apresentações do Black Sabbath, ou pelo menos ¾ da banda original, já que Bill Ward não pôde participar, devido a problemas de saúde. A banda foi atração do Ozzfest daquele ano e o baterista foi Mike Bordin, do Faith no More.

No final de 1997, os quatro integrantes aparentemente resolveram seus problemas internos e duas apresentações foram agendadas para os dias 4 e 5 de novembro daquele ano. Bill Ward tinha um problema cardíaco e isso causava preocupação nos companheiros. Vinny Appice estava de prontidão, caso precisasse entrar em ação.

Os shows foram gravados para ser lançado como um álbum duplo, e Bill Ward acabou passando por um contratempo enquanto tocava. Tony Iommi certa vez lembrou do incidente do baterista quando o gongo simplesmente caiu por cima do baterista. Aspas para Iommi:

“Bill bateu num gongo e este caiu em cima dele, eu me encolhi. O braço dele estava roxo e roxo de manhã, porque aquelas coisas pesam uma tonelada. Quando o gongo bateu nele e caiu em cima do kit, parecia que alguém estava jogando panelas e frigideiras para todo lado. Estávamos esperando que algo assim acontecesse.”

O Black Sabbath tocou um total de 18 músicas nestes dois shows, concentradas nos primeiros cinco álbuns da banda. Algumas, não eram tocadas há bastante tempo, como “Lord of This World“, tocada a última vez em 1971, “Spiral Architect“, não tocada desde 1976 e “Electric Funeral” e “Dirt Women“, fora dos shows desde 1978.

Eles aproveitaram também e gravaram duas faixas inéditas em estúdio, o que não acontecia com os quatro cavaleiros de Birmingham desde 1979, com “Never Say Die!”, que completou aniversário recentemente, e você pode ler, clicando AQUI. As músicas novas são “Psycho Man” e “Selling my Soul“. Mas Bill Ward tocou somente na primeira, que foi a última vez que os quatro gravaram uma música nova. A banda utilizou bateria eletrônica em “Selling my Soul“.

Um álbum que conta com clássicos como “War Pigs“, “N.I.B “, “Electric Funeral“, “Sweet Leaf“, “Into the Void“, “Snowblind“, “Black Sabbath“, “Iron Man“, “Paranoid“, entre outras, muitas carregadas de mensagens de cunho social, coisa que o fã conservador detesta, não tem como ser ruim. São músicas eternizadas pelos criadores do Heavy Metal. Afortunados foram os espectadores que estiveram in loco, e depois nós, que tivemos a honra de escutar a gravação. Temos uma hora e quarenta e sete minutos, incluindo as músicas inéditas. A sensação é a melhor possível.

O álbum figurou em algumas paradas de sucesso pelo planeta: 6° no Canadá, 11° na Suécia e na “Billboard 200“, 29° na Finlândia e no Japão, 40° na Alemanha, 41° no Reino Unido, 59° na Escócia, 65° na França e 81° na Europa. Foi certificado com Disco de Prata nos Estados Unidos e Platina no Canadá e Reino Unido. O sucesso foi grandioso e algumas novas tentativas foram feitas para que os quatro voltassem a se reunir. Em 2013, Ozzy, Iommi e Butler se reuniram, gravaram “13” e fizeram uma extensa turnê mundial.

Eis que em 5 de julho deste ano, os quatro se reuniram pela última vez, literalmente falando. Ozzy já estava com a saúde bastante debilitada e cantou sentado, no show batizado “Back to the Beginning“. E dezessete dias depois, Ozzy acabou nos deixando. Fica o legado deixado por estes quatro gênios. Legado este que devemos manter vivo e influenciando novas gerações, como sempre fez desde os anos 1970. Hoje é dia de escutar esse álbum no volume máximo. Para sempre Black Sabbath.