Há 33 anos, em 26 de outubro de 1992, o Kreator lançava “Renewal“, o álbum de número seis da discografia deste lindo quarteto alemão, cuja maior virtude é não apoiar fascistas nem governantes autoritários. O mais novo trintão da cena é tema do nosso Memory Remains deste domingo.
A banda vinha de dois excelentes álbuns: “Extreme Aggressions” (1989), considerado como um dos melhores álbuns de todos os tempos do Thrash Metal alemão, e o não menos excelente “Coma of Souls” (1990), onde eles apostavam em canções mais complexas. Para o aniversariante do dia, eles prepararam surpresas ainda maiores: o Kreator apresentava uma sonoridade mais moderna, apostando no Groove e no industrial.
Por mais que o fã não compreenda, há uma explicação para essa mudança e não era apenas o Kreator que se via na obrigação de apresentar novas alternativas. O Metal de maneira geral passava por uma crise de identidade e perdia espaço para as bandas de Rock Alternativo e para o movimento Grunge. O Metallica apostou em uma sonoridade mais comercial, o Megadeth idem, o Anthrax abandonou o Thrash Metal vigoroso, até mesmo o Iron Maiden que perdia Bruce Dickinson para a carreira solo, sentiu o baque. Com o Kreator não foi diferente.
Então a banda se reuniu com o produtor Tom Morris, que tem em seu currículo trabalhos com Savatage, Kamelot, Morbid Angel e também havia feito a mixagem do álbum “Beneath the Remains“, do Sepultura, e todos atravessaram o Atlântico rumo ao icônico Morrisound Studios, em Tampa, Flórida, por onde ficaram trancafiados entre os meses de agosto e setembro de 1992 para gravar o vindouro álbum.
Em “Renewal“, o Kreator nos apresentou uma sonoridade bastante diferente, onde passaria a flertar com o Industrial e até mesmo com o Hardcore. O álbum tem 9 faixas e 39 minutos de duração. Os destaques ficam por conta de músicas como “Winter Martyrium“, a faixa-título, “Brainssed“, “Depression Unrest” e “Zero to None“, disparada a melhor do play.
Longe de ser o melhor álbum do Kreator e também longe de ser o pior, “Renewal” divide opiniões. Há quem o ame, há quem o odeie. O álbum fez com que alguns fãs deixassem de acompanhar a banda. Outros acusaram a banda de estar sem criatividade, após lançarem seis álbuns em oito anos. Foi na turnê deste álbum que o Kreator veio pela primeira vez em terras brasileiras, o que depois seria uma coisa corriqueira, rendendo inclusive a gravação de um DVD, anos depois, o “Live Kreation“. Nesta primeira visita ao país, a banda tocou no extinto Programa Livre, comandado por Serginho Groisman, que ainda estava no SBT.
Após a turnê, o baixista Rob Fioretti deixou a banda para se dedicar a família e logo depois, o baterista Ventor tambem abandonou o barco, deixando Mille Petrozza como único membro original. Ventor iria retornar anos depois e permanece fiel ao companheiro até os dias de hoje. Atualmente, o álbum não é muito lembrado durante os shows da banda, a única música que ainda é tocada de vez em quando é a faixa-título.
A fase experimental ficou para trás, o Kreator voltou a praticar seu Thrash Metal e segue como uma das maiores bandas alemãs do estilo e felizmente, são antifascistas. A banda já anunciou o lançamento de seu mais novo álbum, que se chamará “Krushers of the World” e estará disponível aos fãs em 16 de janeiro de 2026. Longa vida ao Kreator.

Renewal – Kreator
Data de lançamento – 26/10/1992
Gravadora – Noise Records
Faixas:
01 – Winter Martyrium
02 – Renewal
03 – Reflection
04 – Brainseed
05 – Karmic Wheel
06 – Retalitätskontrolle
07 – Zero to None
08 – Europe After the Rain
09 – Depression Unrest
Formação:
Mille Petrozza – vocal/ guitarra
Frank Gosdzik – guitarra
Rob Fioretti – baixo
Ventor – bateria