Peter Lord chega com seu EP de estreia, ‘Songs from the 8th Dimension’, trazendo o que sabe fazer de melhor: uma mistura visceral de soul e funk music, rock’n’roll, psicodélico e indie, com toques de misticismo que refletem sua trajetória underground e independente. O EP de 5 faixas proporciona uma viagem ao mundo do letrista que compôs mais de 600 músicas gravadas pelos maiores nomes da música, incluindo Paula Abdul, Nicki Minaj, Common, D’Angelo, Corey Glover, Daryl Hall, Lalah Hathaway, Tamia, Heather Headley e Macy Gray. Aproveitando experiências pessoais para criar uma coleção profundamente ressonante de músicas, este álbum é mais um passo firme em sua jornada sonora. Gravado com emoção sincera, os vocais de Peter Lord, adicionam um toque pessoal a cada faixa, tornando este álbum imperdível para os entusiastas da música.
A abertura com “BOOM” já mostra suas origens enigmáticas. A faixa escolhida como primeiro single, conta com participação de Didi Dionne, e traz um ambiente pesado com sentimento profundo, muito semelhante ao estilo de Lenny Kravitz. Logo na primeira faixa o artista transmite sua lamúria e dor emocional, onde ele perfura o ouvinte. A transição entre uma batida mais densa com coral típico do gospel, ao lado dos vocais doces de Didi que infundem o álbum com um som único e cativante que o diferencia. Logo de cara, somos pegos de surpresa com um mega hit!
Em “Go” temos o slide guitars, pianos e uma pegada cheia de atitude com um instrumental mais trabalho e emocionado. Os vocais descolados e roucos trazem uma autenticidade difícil de ignorar. O disco tem variações de sentimento, do mais lisérgico e introspectivo, ao hipnotizante que parece flutuar em um mar de reverberação, com pianos e outros instrumentos mais sofisticados. Essa canção merece atenção, nos fazendo até dançar – adição imprescindivel na playlist.
“Rolling Thunder” resgata uma pegada old school do rock com tons de gospel com um violão robusto e denso e pianos que faz qualquer um se embalar ao ritmo da batida, um hit de primeira linha que lembra os clássicos da Motown mas com um toque muito moderno. Uma ode cinematográgica que nos transporta para o além, com uma atmosfera angustiante e reflexiva, com backing vocals gospel de arrepiar. É uma faixa que quase podemos ver o sol poente em tons laranja enquanto a melodia se estende no horizonte, em coletividade.
Na seguinte, “Dancing Into the Abyss”, Peter Lord explora a liberdade da alma com um som mais soturno, onde o a guitarra se destaca com uma linha roqueira e poderosa. O artista dá um passo criativo e experimental aqui, criando um equilíbrio fascinante. Essa é a faixa mais rock’n’roll, com vocais abafados bem ao estilo dos anos 90 do hard rock, um rock muito comercial e emotivo que vai encantar os fãs mais roqueiros até os que gostam de rock mais suave. Eu adorei essa faixa. Os riffs de guitarra, o solo… Trazem muita nostalgia, remetendo ao Bon Jovi, Velvet Underground e afins, o que mostra a versatildiade de Peter Lord.
Encerrando essa viagem sonora perfeita, “And The Sun Is A Dying Star” é denso e melancólico, com um violão acústico e toda angústia que se espera de uma faixa desse estilo, junto dos vocais etéreos de Terra Naomi, criando uma ambiente cinzento e introspectivo. Um encerramento de classe com um dueto magistral.
‘Songs From The 8th Dimension’ é uma jornada interestelar e destemida através do soul, funk, rock e outros gêneros, entrelaçada com o lirismo poético e a produção magistral de Lord, e prova que precisamos dar mais atenção á artistas novos, principalmente compositores escondidos por trás de grandes nomes. Peter Lord entrega letras profundas, instrumental técnico perfeito e merece atenção, sendo um artista ideal para abrir grandes shows. Peter entrega uma obra que mistura peso, melancolia e experimentação, tudo com um toque místico que só eles sabem fazer. Definitivamente, você precisa ouvir esse álbum – mais de uma vez.
 
				 
									 
									 
									 
									 
									 
									