Após anos de composições, recomeços e períodos de introspecção, Evan Dando retorna com Love Chant — o primeiro álbum de estúdio dos The Lemonheads em quase duas décadas, que chega via Fire Records em 24 de outubro.
Trabalhado ao longo de vários anos e moldado por diferentes geografias e uma equipe de colaboradores de confiança, o disco é uma reafirmação ousada e melódica de uma das vozes mais singulares do rock alternativo.
Agora radicado no Brasil, onde boa parte do álbum foi gravada, Dando encontrou, nos últimos anos, uma nova perspectiva — uma chance de se reconectar, recomeçar e finalmente dar forma a essas canções. O resultado é um álbum que soa ao mesmo tempo fresco e familiar: enraizado nos elementos clássicos que definem o melhor dos Lemonheads, mas expandido por anos de vivências e novas influências.
Chegando neste outono (primavera no Brasil) junto ao lançamento da autobiografia de Dando, Rumours Of My Demise (a ser lançada pela Faber em 6 de novembro), Love Chant foi produzido pelo multi-instrumentista brasileiro Apollo Nove e reúne velhos amigos e novos aliados. Entre eles estão J Mascis (Dinosaur Jr), Juliana Hatfield, e Tom Morgan (como coautor de “Deep End”), além do produtor Bryce Goggin (Pavement, Antony and the Johnsons), a cantora Erin Rae, John Strohm (Blake Babies), que coescreveu e tocou guitarra em “Togetherness”, e Nick Saloman (The Bevis Frond), que assina e interpreta a joia psicodélica “Roky”. Adam Green, do cultuado duo nova-iorquino The Moldy Peaches, também participa como coautor da faixa “Wild Thing”, um desvio descontraído em clima de country.
“A capacidade dos Lemonheads de mesclar a simplicidade energética do punk rock com ganchos melódicos e envolventes é ao mesmo tempo atemporal e influente.” — Pitchfork
O single principal, “In the Margin”, é um clássico de Dando: meio quebrado, meio belo, envolto em uma melodia que desarma antes de explodir.
Evan explica:
“Eu queria uma música cheia de riffs, então escrevi riffs por toda parte. O corpo da canção é da Marciana (Marciana Jones). É tipo uma canção de vingança de garota da oitava série: ‘Stupidly I left the escape plans out so they could find my way’.”
“The Key of Victory” é lenta e meditativa — uma peça modal ancorada pela guitarra sinuosa de Apollo Nove e pelos vocais etéreos de Erin Rae. Escrita em parceria com David Ashby (Rum Shebeen), teve o vocal gravado no lendário Abbey Road Studios.
Evan comenta:
“É calma, é incrível. É bonita e é modal. Eu estava tentando fazer algo na vibe de Street Hassle, sabe?”
“Cell Phone Blues” pulsa com energia nervosa e ironia contida, cheia de riffs vibrantes e fúria silenciosa, enquanto “58 Second Song” entrega western swing e melancolia de bar com o toque inconfundível de Dando. “Deep End” — coescrita com Tom Morgan — é pura propulsão, incendiada por um solo explosivo de J Mascis.
A faixa-título “Love Chant” pulsa com a insistência dos Modern Lovers, e “Togetherness Is All I’m After” começa com força antes de se dissolver em um último e sussurrado pedido: “Baby, don’t blow it.”
Nos últimos anos, a influência dos Lemonheads só se aprofundou. Artistas como MJ Lenderman, Courtney Barnett e Waxahatchee já regravaram músicas de Dando, elogiando a clareza emocional, o instinto melódico e a intimidade espirituosa que definem sua escrita. Essa ressonância entre gerações faz com que Love Chant seja mais do que um retorno — é um lembrete do que fez essa banda ser tão importante desde o início.
“Poucas bandas conseguiram equilibrar tão bem a angústia do grunge e o calor do folk quanto os Lemonheads.” — Rolling Stone
“Os Lemonheads sempre foram reconhecidos como fornecedores de pop punk de primeira linha.” — Record Collector