Memory Remains

Memory Remains: Deicide – 12 anos de “In the Minds of Evil” e a saída de Jack Owen

25 de novembro de 2025

Há doze anos, em 25 de novembro de 2013, o Deicide lançava “In the Minds of Evil“, o 11° álbum de estúdio desta que certamente é a mais profana dentre as bandas de Death Metal e é tema do nosso Memory Remains desta terça-feira.

“In the Minds of Evil” marca a estreia do guitarrista Kevin Quirion e o último a contar com a lenda viva do Death Metal, Jack Owen, que após deixar o Cannibal Corpse em 2004, entrou no Deicide em 2006, ficando por dez anos. O álbum é tido por muitos como um distanciamento da fãs mais melódica da banda, trazendo a sonoridade parecida com o que eles faziam nos tempos de “Legion“, ainda que no decorrer do disco, tenhamos uns solos ainda com bastante melodia, o que não é ruim. O baterista Steve Asheim deu uma declaração sobre essa sonoridade. Aspas para ele:

“Uma parte de nosso material recente e tem mais uma vibe Old-School. Riffs não tão melódicos e muito cativantes.”

Asheim acrescentou que a banda queria que os vocais de Glen Benton “soassem mais old-school. Então, é um pouco do novo com um pouco de ação de volta às origens.” Glen Benton também teceu comentários sobre o então vindouro álbum, concordando com seu companheiro Steve Asheim. Aspas para o trevosão:

“(o Deicide) estabeleceu uma formação permanente e o processo de composição agora é como se o processo de composição voltasse ao início e todos nós estamos aparecendo e escrevendo as músicas juntos. Todos têm uma opinião e isso está refletido no álbum.”

Ainda de acordo com Steve Asheim, o produtor Jason Suecof quis captar a mesma sonoridade do já citado álbum “Legion“. Ele ainda revelou que durante as sessões de gravação, estava com uma lesão no ombro e que sua performance foi improvisada, que lidou com a dor e fez seu trabalho. Banda e produtor juntaram-se no “Audiohammer Studios”, na Flórida, no mês de fevereiro e depois entre julho e agosto de 2013, quando saíram com esse petardo, lançado pela Century Media.

Dando play na bolacha, temos o bom e velho Deicide, trazendo seu Death Metal de altíssima qualidade, pesado, brutal e trazendo muitas blasfêmias em suas letras, como sempre foi durante toda a sua carreira. O álbum tem onze faixas e duração de 36 minutos, com destaques para a faixa-título, “Thou Begone“, “Misery of One“, “Even the Gods can Bleed” e “Kill the Light of Christ“. O álbum é de uma pancadaria sem dó nem piedade, aliás, cai como uma luva no atual cenário político brasileiro, onde alguns se juntam para fazer vigília em nome de um condenado que foi preso por tentar romper a tornozeleira eletrônica utilizando um cabo de solda.

“In the Minds of Evil” é um belo disco de Death Metal. Ficou tão clássico quanto “Legion“? Claro que não, mas isso não diminui a qualidade do trabalho, que representa muito para este quarteto da Flórida. O aniversariante do dia chegou à 32ª posição na “Billboard 200”, o que é um feito considerável, ainda mais por se tratar de uma banda de Metal Extremo, com uma temática bem pesada, longe demais de ser considerado comercial.

A banda saiu em turnê para divulgar o álbum em 2014, a banda tocou pela América do Norte, Europa e também passou pelo Brasil, quando tocou em São Paulo e São Leopoldo, no mês de maio. Em 2015, o Deicide fez uma turnê com o Entombed AD e o Hate Eternal, que passou por diversas cidades nos Estados Unidos, entre os meses de março e dezembro daquele ano.

Como dissemos mais acima, este foi o último álbum a contar com o guitarrista Jack Owen, que em 2016 acabou saindo, quando a banda já estava preparando o sucessor de nosso homenageado. Owen ficou incomodado porque Steve Asheim mudou trechos de três ou quatro músicas que o guitarrista havia escrito, para, segundo ele próprio disse, também levar os créditos pelas composições. Owen não concordou, saiu, e acabou entrando no Six Feet Under, onde está até os dias atuais e diz não guardar mágoa do episódio. Em seu lugar, entrou Mark English, do Monstrosity, que ficou até 2019.

O Deicide segue em plena atividade, tendo lançado no ano passado o excelente álbum “Banished by Sin“, e esse ano, passou pelo Brasil, quando tocou com o Behemoth no mês de setembro, em Curitiba, Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. Infelizmente, nenhuma música de nosso homenageado foi tocada neste giro que a banda fez por nosso país.

Então hoje é dia de comemorar mais um álbum que apaga as velinhas. Nosso espaço hoje está satânico, capirotesco, Evil, 666. E nada melhor do que botar esse play lindo no volume alto e de preferência fazendo reverência a um pentagrama e uma cruz invertida. Apenas Glen Benton e Steve Asheim permanecem como membros originais, mas o Deicide segue implacável.