Há onze anos, em 2 de dezembro de 2014, o AC/DC lançava “Rock or Bust“, o 16° álbum da discografia dos australianos mais amados do Rock, e que é tema do nosso Memory Remains desta terça-feira.
“Rock or Bust” encerrou um jejum de seis anos sem lançamentos de álbuns do AC/DC, que seria o maior período entre dois álbuns da banda, sendo superado somente em 2020, quando eles lançaram o sucessor de nosso aniversariante, “Power Up“, que é o último disco da banda.
Esse foi o primeiro álbum a não contar com a participação do guitarrista e fundador, Malcolm Young, que havia deixado a banda em 2014, devido a demência e Alzheimer, vindo a falecer em 2017. Em seu lugar, entrou seu sobrinho, Steve Young. Em entrevistas, Brian Johnson afirmou que foi muito difícil fazer esse álbum sem Malcolm, que era quem tomava as principais decisões dentro da banda.
O AC/DC resolveu repetir a parceria com o produtor Brendan O’Brien. Ele concedeu uma entrevista à Ultimate Classic Rock, onde lembrou da rapidez para gravar o álbum, além de elogiar a pontualidade dos membros (quase todos, a exceção foi o baterista Phil Rudd). Vamos abrir aspas ao produtor:
“Não me recordo quanto tempo levamos pra gravar o ‘Black Ice’, mas acho que o tempo de gravação de ambos é muito semelhante. Me contaram que dessa vez foi mais rápido… finalizamos a gravação um pouco mais rápido, na verdade eu acho que gravamos menos músicas. Acho que durante o ‘Black Ice’ nós gravamos cerca de 15 ou 16 músicas… posso estar errado sobre isso. Mas eu acho que a gravação de ambos os álbuns correram muito bem. Esses caras trabalham duro; não há preguiça. Eles são pessoas muito dedicadas. Até mesmo quanto ao horário de estar no estúdio, eles chegavam em ponto todos os dias. Então acho que por isso a gravação foi rápida.”
Como dissemos acima, Phil Rudd foi quem destoou dos demais membros no assunto pontualidade. Todos os músicos já haviam gravado as suas partes, faltava apenas o baterista, que atrasou em dez dias o início. Brendan O’Brien cogitou arrumar outro baterista para gravar a bateria, mas Phil Rudd resolveu dar as caras, e finalmente gravou seu instrumento.
O álbum foi gravado durante os meses de maio e julho de 2014 no Warehouse Studios, localizado em Vancouver, no Canadá. Angus Young disse que a banda gastou cerca de quatro semanas para registrar todas as músicas. Ele também rasgou elogios ao produtor, que iremos reproduzir abaixo:
“Brendan é um músico muito talentoso, então é parte do motivo pelo qual trabalhamos com ele. Ele conhece todos os seus instrumentos.”
Com a ausência de Malcolm, coube à Angus Young a tarefa de ser o principal responsável pelas músicas, mas muito do que encontramos aqui em “Rock or Bust” é fruto do material composto no passado pela dupla de irmãos e que por algumas razão, não foram utilizados nos álbuns anteriores.
Bolacha rolando, o AC/DC nos traz onze canções, em breves 34 minutos, o que faz de nosso aniversariante o álbum mais curto de toda a discografia da banda, superando “Flick of the Switch“, o antigo detentor da marca, que possui dois minutos a mais de extensão. Os destaques ficam por conta de músicas como a faixa-título, “Play Ball“, “Dogs of War” e “Sweet Candy“. É um bom álbum onde encontramos todos os elementos da música do AC/DC, que é uma das poucas bandas que podemos reconhecer só se ouvir os primeiros acordes.
A receptividade foi a melhor possível, tanto por parte dos fãs, que já sabem o que esperar dos discos da banda, quanto por parte da crítica especializada, que teceu elogios ao play. Nos charts, o desempenho foi incrível: foi topo na Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Noruega, Escócia e Suíça; 2° na Espanha, Polônia, Japão e Nova Zelândia, 3° na República Tcheca, Itália, Reino Unido e na “Billboard 200“, 5° na Hungria, 6° na Irlanda, 8° em Portugal e 20° na Grécia.
As vendas foram razoáveis, e renderam diversas certificações mundo afora, tais como: Disco de Ouro na Bélgica, Dinamarca, Finlândia, Nova Zelândia e nos Estados Unidos; foi certificado com Disco de Platina na Austrália, Brasil (de vez em quando nosso país surpreende e emplaca algum artista que não seja de música popularesca), Canadá, Hungria, Itália, Polônia, Espanha, Suécia, Suíça, Reino Unido e Europa. É bom lembrar que já vivíamos em uma época que o número de pessoas que ainda compram discos reduziu e muito.
A banda saiu em turnê em 2015, e Chris Slade foi chamado para ocupar o lugar de Phil Rudd. A banda realizou um total de 53 shows naquele ano e de acordo com um relatório da Pollstars, nenhum outro artista vendeu mais ingressos em seus shows naquele ano do que o AC/DC. Em 2016, o mundo ficou surpreso com o anúncio de que Brian Johnson estava se afastando da banda para cuidar de seus problemas auditivos. A surpresa foi ainda maior quando o substituto foi anunciado: era ninguém menos que Axl Rose, que não comprometeu. Brian Johnson retornou em 2020 e o anúncio foi feito no programa Fantástico, da TV Globo.
Felizmente, o AC/DC está em plena atividade, tendo inclusive, acabado de anunciar que fará três apresentações no Brasil. Elas irão acontecer nos dias 24 e 28 de fevereiro e no dia 4 de março, todas no estádio do Morumbis, em São Paulo. Enquanto aguardamos o retorno dos australianos ao nosso país, vamos celebrar mais um aniversário deste álbum.

Rock or Bust – AC/DC
Data de lançamento – 02/12/2014
Gravadora – Albert
Faixas:
01 – Rock or Bust
02 – Play Ball
03 – Rock the Blues Away
04 – Miss Adventure
05 – Dogs of War
06 – Got Some Rock & Roll Thunder
07 – Hard Times
08 – Baptism by Fire
09 – Rock the House
10 – Sweet Candy
11 – Emission Control
Formação:
Brian Johnson – vocal
Angus Young – guitarra
Steve Young – guitarra/ backing vocal
Cliff Williams – baixo/ backing vocal
Phil Rudd – bateria/ percussão