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Lemmy Kilmister: há dez anos, perdíamos a lenda da música pesada

28 de dezembro de 2025


Há 10 anos, em 28 de dezembro de 2015, Lemmy nos deixava, depois de complicações por conta de câncer de próstata, arritmia cardíaca e insuficiência cardíaca. Vamos prestar uma homenagem a esta figura icônica do Rock N’ Roll neste último domingo do ano.

Na última quinta-feira, 24, completou 80 anos do nascimento de Ian Fraser Kilmister, nome completo de nosso homenageado. Suas origens estão em Burslem, Inglaterra, e seus pais se separaram quando ele tinha apenas três meses de vida. Em 1958, o jovem Ian tinha dez anos, e sua mãe, Jessie Milda Simpson, casou-se novamente, levando seu filho para morar com o novo marido e os filhos que o companheiro já tinha. Eles foram para o País de Gales e nesta época, o garoto já se interessava por música.

Aos 16 anos, ele conheceu o The Beatles. Apesar de ter ficado conhecido como baixista, seu primeiro instrumento foi uma guitarra. Ele aprendeu a tocar o instrumento de seis cordas, e tirou as músicas do primeiro álbum da banda. Ele admirava o sarcasmo dos Fab-Four, em especial de John Lennon. Antes de se tornar músico, ele teve alguns empregos temporários, mas seu futuro estava mesmo na música.

Há uma lenda urbana sobre a origem de seu apelido. A mais conhecida é de que ele vivia pedindo £5 emprestados (lemmy a fiver), que era da época em que ele era roadie. Entretanto, o próprio Lemmy havia declarado em sua autobiografia que o apelido lhe foi dado quando ele tinha dez anos de idade e não sabia explicar o porquê.

Ele atuou como roadie e guitarrista de ninguém menos do que Jimi Hendrix. Depois foi roadie do Hawkwind, assumindo depois o posto de baixista quando o titular faltou a uma apresentação e o baixo dele estava na van da banda. Ele ficou na banda entre 1971 e 1975, quando foi demitido após ser detido portando anfetaminas, no Canadá.

No mesmo ano, ele montou o Bastard, que logo depois mudou seu nome para Motörhead, onde ele ficou até o final de sua vida. O nome definitivo foi inspirado em uma música homônima do Hawkwind, e acabou pegando. Esta primeira música, aliás, saiu no primeiro álbum da banda, “On Parole“, que embora lançado somente em 1979, é na prática, o primeiro disco da nova banda. Mas foi recusado pela gravadora e lançado depois, quando o Motörhead era um nome em ascensão.

Com o Motörhead, Lemmy lançou 23 álbuns de estúdio, além de alguns discos ao vivo. Sua banda não lhe deixou rico. Ele dizia que ganhou mais dinheiro quando compôs três músicas para o álbum “No More Tears“, de Ozzy Osbourne. Foram elas “I Don’t Wanna to Change The World“, “Desire” e “Hellraiser“, essa última, também gravada pelo Motörhead. Lemmy dizia que nunca ganhou tanto dinheiro fazendo música como ganhou nesta época.

Ele criou um estilo com seu baixo Rickenbacker, com distorção, e seu vocal rasgado. E foi o precursor do Crossover, uma vertente que tinha um pouco do Punk e um pouco do Metal, e conseguiu agradar ambos os públicos. Era um dos únicos a conseguir tal feito. Os álbuns “Overkill“, “Bomber” e “Ace of Spades” são as obras primas de Lemmy, mas não podemos nos esquecer de outros grandiosos álbuns como “Iron Fist“, “Orgasmatron” ou até mesmo “Hammered“.

Lemmy era um sujeito um tanto quanto mal humorado. Não era raro vê-lo reclamar dos problemas que a banda enfrentava no palco. Também detestava política. Ele desprezava os políticos de maneira geral e dizia que ninguém se preocupava com o bem-estar comum. E ao que parece, ele não estava errado. Basta observarmos a geopolítica global, onde cada um se preocupa com o seu, em detrimento do coletivo. Muitos admiravam essa postura de Lemmy e quem o conheceu pessoalmente, garante que a satisfação foi enorme em conhecer um ícone do Rock.

Ele passou algumas vezes pelo Brasil. A primeira oportunidade foi em 1989, quando o Motörhead se apresentou em São Paulo. Depois, a banda voltou e tocou no Monsters of Rock de 1996, no Rock in Rio de 2011 e a última apresentação, em São Paulo no ano de 2015, não contou com Lemmy, que ficou no hotel, pois já estava com a saúde debilitada. Então Mikkey Dee e Phil Campbell fizeram uma jam com Andreas Kisser e outros convidados, em São Paulo. No mesmo ano, a banda se apresentou também em Curitiba e Porto Alegre, com a participação de seu líder.

Em 28 de dezembro de 2015, 4 dias depois de completar 70 anos, foi anunciada a partida de Lemmy. Ele estava em sua casa, em Los Angeles. Além das causas da morte citadas no início deste texto, Lemmy também era diabético. Seus restos mortais estão sepultados em Hollywood. Deixou um riquíssimo legado e uma legião de fãs órfãos. Lendas não morrem!