Crédito das fotos: Carlos Pupo/ Headbangers News

Desde a sua primeira edição no ano de 2014, o festival Best Of Blues And Rock se notabilizou por trazer nomes como Jeff Beck, George Benson, Joss Stone, Richie Sambora, Buddy Guy, Zakk Wylde dentre outros. Para a edição de 2025, o line-up apresentou Dave Matthews Band, Richard Ashcroft, Alice Cooper e Deep Purple, além de outros artistas.

A cidade de São Paulo vem enfrentando temperaturas baixas nesse final de outono, mas nem isso foi suficiente para arrefecer o animo do público que abarrotou o Parque Ibirapuera para o último dia do festival.

Foto: Carlos Pupo/Headbangers News

HURRICANES: FURACÃO DOS PAMPAS

A abertura ficou a cargo do Hurricanes, banda formada no ano de 2016 em Santa Maria (RS) que conta com dois lançamentos no currículo: ‘Hurricanes’ (2023) e ‘Back To The Basement’ (2024).

Ao vivo esbanjam energia com seu ‘rock setentista’ adicionando altas doses de blues e uma performance que remete às grandes bandas daquela década, principalmente o vocalista Rodrigo Cezimbra que se situa entre o saudoso Ronnie Van Zant (Lynyrd Skynyrd) e Steven Tyler (Aerosmith).

Algumas canções cairam no gosto do público já presente em grande número como “Come To The River” e a emocionante “Weary Hearted Blues”. “With A Little Help From My Friends” (The Beatles) foi o epílogo de uma excelente apresentação.

Formação:

Rodrigo Cezimbra – vocal

Leo Mayer – guitarra

Henrique Cezarino – baixo

Guilherme Moraes – bateria

Foto: Carlos Pupo/Headbangers News

JUDITH HILL: CLASSE E ESTILO

Apesar de muitas pessoas não associarem o nome de Judith Hill ao seu currículo, em uma rápida pesquisa podemos constatar que se trata de uma das cantoras mais requisitadas da atualidade. Selecionada por Michael Jackson para ser uma das backing vocals da turnê – que infelizmente nunca ocorreu – ‘This Is It’, Judith aparece no documentário em um dueto primoroso com Michael na canção ‘I Just Can’t Stop Loving You’ – esse fato catapultou sua carreira para colaborações com artistas como Prince, Stevie Wonder, Rod Stewart e Eric Clapton. Partindo para uma prolífica carreira solo iniciada em 2015, já constam cinco álbuns no currículo – o mais recente ‘Letters from A Black Widow’ é de 2024

Fazendo sua estreia em solo brasileiro com a canção “Burn It All”, Judith apresenta uma sonoridade que transita pelo ‘rhythm and blues’ com altas doses do funk estadunidense, tudo isso embalado pela sua voz potente acompanhada por uma excelente banda. Em seu caldeirão musical ainda aparecem referências ao Led Zeppelin e The Jimi Hendrix Experience na canção “Flame”, um dos pontos altos do show.

Apesar de ter uma sonoridade um pouco distante do Deep Purple, duvido algum fã que presenciou esse show não ter ficado impressionado com a qualidade apresentada.

Formação:

Judith Hill – vocal e guitarra

Robert “Peewee” Hill – baixo

Michiko Hill – teclados

John Staten – bateria

DEEP PURPLE: HISTÓRIA AO VIVO

De todas as grandes bandas de rock, o Deep Purple é uma das que tem maior conexão com o público brasileiro, afinal, desde a sua primeira aparição por essas paragens no longínquo ano de 1991 eles sempre aparecem para emocionar seus fãs.

Menos de um ano após sua ultima apresentação em São Paulo, a lendária banda retorna para encerrar o festival Best Of Blues And Rock.

A obra “Mars, The Bringer Of War” do compositor Gustav Holst anuncia o início da apresentação que culmina com a seminal “Highway Star”. “Hard Lovin’ Man” e “Into the Fire” canções do poderoso ‘In Rock’ são tocadas na sequencia, fazendo o público esquecer o frio noturno.

Como esse show faz parte da turnê do ultimo álbum ‘=1’, o setlist é basicamente o mesmo apresentado no ano passado, mas e dai? Ouvir clássicos como “Lazy” – com o solo de gaita de Ian Gillan – e “When A Blind Man Cries” sempre causam emoção.Outro exemplo é “Anya” de ‘The Battle Rages On’, canção que possui um dos riffs mais marcantes da carreira do Deep Purple, ficou fora das apresentações por mais de 25 anos retornando apenas na turnê do álbum anterior, ‘Whoosh!’. Será que algum dia poderemos ouvi-la novamente ao vivo?

Com mais de cinquenta anos de carreira, a banda ainda possui aquele brilho de quem ama estar em um palco. Ian Paice é um dos maiores bateristas da história formando com o simpático Roger Glover uma dupla precisa; Don Airey teve a dificil missão de substituir o lendário Jon Lord e faz de forma tranquila; Simon McBride, cada vez mais entrosado com o grupo, se mostrou a escolha certa e Ian Gillan é o mestre de cerimônias desse verdadeiro ‘dream team’, sempre comunicativo com a platéia, contando histórias e, apesar de não ter o mesmo alcance vocal de outros tempos, conduz o show como alguém que se apresenta para amigos em algum pub.

A parte final do show presenteia o público com dois clássicos do ‘Machine Head’: ‘Space Truckin’ e ‘Smoke On The Water’ – todo fã de rock deveria, pelo menos uma vez na vida, ter a sensação de entoar o ‘smoke on the water, a fire in the sky’ junto com o mestre Gillan.

A instrumental “Green Onions” abre o encore para depois chegarem “Hush” e “Black Night”, uma das canções mais icônicas do repertório do Deep Purple e o epílogo perfeito para uma noite magnífica.

Formação:

Ian Gillan – vocal

Ian Paice – bateria

Roger Glover – baixo

Don Airey – teclado

Simon McBride – guitarra

Setlist

Highway Star
A Bit On The Side
Hard Lovin’ Man
Into The Fire
Guitar Solo
Uncommon Man
Lazy Sod
Lazy
When A Blind Man Cries
Anya
Keyboard Solo
Bleeding Obvious
Space Truckin’
Smoke On The Water
Encore

Green Onions
Hush
Black Night

Essa edição do Best Of Rock And Blues apresentou uma grande mescla de estilos e sonoridades agradando diferentes públicos.

Com uma ótima organização e excelente qualidade de áudio e vídeo, aguardamos agora a edição de 2026.

Nota sobre a cobertura do show do Deep Purple no Best of Blues and Rock

Por decisão exclusiva da produção da banda Deep Purple, não foi autorizada a realização de fotos durante o show deste domingo (15) no festival Best of Blues and Rock, em São Paulo.

Diante dessa restrição, nossa cobertura visual se limita ao conteúdo da coletiva de imprensa concedida antes da apresentação. A ausência de imagens do show na resenha se deve a essa negativa, que também afetou outros veículos de imprensa credenciados para o festival.

Agradecemos a compreensão dos leitores e seguimos comprometidos em trazer o melhor conteúdo possível dentro dos limites permitidos.

Galeria do show