Crédito das fotos: Carlos Pupo/Headbangers News

Considerado um dos pilares da cena thrash metal da Bay Area (região onde está localizada a Baía de São Francisco na Califórnia, EUA), o Exodus surgiu em 1979 combinando a agressividade do punk com a musicalidade do heavy metal; seu primeiro álbum, ‘Bonded By Blood’ (1985) é um marco do estilo. Para comemorar os quarenta anos do seu lançamento, o Exodus excursiona tocando o álbum na íntegra; outro atrativo é a volta do vocalista Rob Dukes substituindo Steve ‘Zetro’ Souza. Anunciada no último mês de abril, Dukes é um velho conhecido dos fãs, participando de quatro álbuns, inclusive uma regravação de ‘Bonded By Blood’ chamada ‘Let There Be Blood’ (2008).

Toda essa expectativa resultou em um Carioca Club lotado de fãs para presenciar o único show em terras brasileiras da ‘40 Years Of Blood’.

A abertura ficou com a banda paulista Throw Me To The Wolves. Formada em 2023, lançaram seu primeiro full-length ‘Days of Retribution’ nesse ano.

Com uma sonoridade que transita entre o metalcore com alguns momentos ‘thrash’ – como na cacetada “Fragments” – algumas canções se destacam no setlist: “Gaia”, “An Hour Of Wolves” e a excelente “Gates Of Oblivion” com uma introdução de bateria animal.

Em uma apresentação de quarenta minutos, o Throw Me To The Wolves esbanjou técnica e porradaria, com direito a uma piada do vocalista Diogo Nunes: ‘sei que o nome é difícil, mas procurem a gente como Wolves que vocês acham’.

Formação:

Diogo Nunes – vocal

Maycon Phantoms – bateria

Guilherme Calegari – guitarra

Fabricio Fernandes – guitarra

Fábio Fulini – baixo

Setlist:

Chaos
Tartarus
Days Of Retribution
Fragments
Awakening My Demons
Gates Of Oblivion
An Hour Of Wolves
Gaia

Com o Carioca Club praticamente lotado, uma pequena introdução é a deixa para a clássica “Bonded By Blood” ecoar no recinto emendando com “Exodus” para deleite do público. “And Then There Were None”, “A Lesson in Violence” e “Metal Command” vieram na sequencia completando o ‘lado A do vinil’. Óbvio que um sentimento de nostalgia toma conta dos headbangers – claro que muitos se lembram quando ouviram esse álbum pela primeira vez.

Por problemas familiares, Jack Gibson se ausentou da turnê pela América Latina sendo substituído por Steve Brogden e pelo brasileiro Gerson Polo, integrante do tributo Funeral Blood. Apesar de sentida, a ausência de Jack não comprometeu, principalmente se levarmos em conta que na bateria temos a locomotiva Tom Hunting. Gary Holt e Lee Altus, juntos há vinte anos, formam uma das melhores duplas do thrash metal e dispensam comentários. Rob Dukkes, com seu porte de lenhador e carisma, domina o palco incitando o público a abrir rodas de ‘mosh’ – sua ‘fase Exodus’ foi lembrada com “Iconoclasm”.

O dedilhado que inicia “No Love” faz lembrar o motivo de estarmos ali e da-lhe “Piranha” e “Deliver Us to Evil”. Essa celebração ainda contou com “Impaler’, canção que deveria ser incluída no álbum e acabou ficando de fora porque Kirk Hammett levou o riff principal quando entrou no Metallica usando-o em “Trapped Under Ice” – o Exodus acabou por grava-la em ‘Tempo Of The Damned’.

Iniciada com trechos de “Raining Blood” (Slayer) e “Motorbreath” (Metallica) “The Toxic Waltz” instaura o caos no recinto, com “Strike Of The Beast” vindo para sugar a energia que ainda restava da platéia e encerrar o show de forma espetacular.

Ao optar por executar um álbum incontestável como ‘Bonded By Blood’ junto com outros clássicos, o Exodus entrega uma apresentação certeira e digna da história que carrega.

Formação:

Rob Dukkes – vocal

Gary Holt – guitarra

Lee Altus – guitarra

Tom Hunting – bateria

Steve Brogden – baixo

Gerson Polo – baixo

Setlist:

Bonded by Blood
Exodus
And Then There Were None
A Lesson In Violence
Metal Command
Iconoclasm
Blacklist
Fabulous Disaster
No Love
Deliver Us To Evil
Piranha
Brain Dead
Impaler
The Toxic Waltz
Strike Of The Beast

Galeria do show