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Após 20 anos, Jethro Tull retorna à Lisboa com show memorável

Após 20 anos, Jethro Tull retorna à Lisboa com show memorável

19 de fevereiro de 2022


Inês Barrau - Arte Sonora

Com vários sucessos de vendas e de crítica, como os clássicos ‘Thick as a Brick’ (1972), ‘A Passion Play’ (1973) ou ‘Aqualung’ (1971), o Jethro Tull retornou à Lisboa, em Portugal após 20 anos. A mítica banda inglesa que acaba de lançar ‘The Zealot Gene’ (2022), primeiro álbum de inéditas em 18 anos, subiu aos palcos do Coliseu dos Recreios na noite de sexta-feira, dia 18 de fevereiro – e hoje, dia 19 de fevereiro, se apresentam em Super Bock Arena, na cidade de Porto, em Portugal.

Após todo o caos da pandemia, a cidade de Lisboa viu o retorno dos shows internacionais, e pudemos acompanhar de perto essa experiência. A ansiedade do público por presenciar novamente um bom show, os olhares de emoção com um misto de paixão pelo artista que estava a se apresentar e a sensação de estar curtindo um show. O Coliseu dos Recreios recebeu o público, que lotou a casa, com todo acolhimento e um ótima estrutura de som e iluminação, tornando a nossa primeira  experiência em Portugal perfeita.

O público ovacionou quando a banda, liderada por Ian Anderson subiu ao palco. Anderson continua sendo um romântico incurável, um flautista incrível e um frontman incansável. Jethro Tull começa a turnê ‘The Prog Years’, que está rodando a Europa tocando os maiores clássicos da banda, com “Nothing Is Easy”, do álbum ‘Stand Up’ (1969) –  primeiro disco com o guitarrista Martin Barre.

Inês Barrau - Arte Sonora

Entre uma canção e outra, Ian Anderson foi contando algumas histórias e mostrando seu senso de humor, arrancando risos e aplausos da plateia, como a sequência “Hunt By Numbers” que conta a história inusitada de seu gato, “My God” que trouxe problemas à banda por alguns estados religiosos acharam que o tema era contra religião e claro, teve canção do novo disco, a “The Zealot Gene”, que fala sobre as maldades presentes nas redes sociais – entre tantos temas nostálgicos que passavam no telão ao fundo, essa canção trouxe toda a tecnologia e imagens das redes sociais da atualidade.

Antes do bis, a banda fez o público ir á loucura com a clássica “Aqualung”, que ganhou uma versão ao vivo diferente da editada no álbum, e foi a canção que recebeu os mais longos e emocionados aplausos. O show terminou com “Locomotive Breath” e
“The Dambusters March”, e o público aplaudiu de pé o grupo, que atualmente conta com o líder Ian Anderson, o baixista David Goodier, o teclista John O’Hara, o baterista Scott Hammond e o grande guitarrista Joe Parrish.

A faixa etária média do público estava acima dos 40 anos, mas o entusiasmo e emoção era de um público bem mais jovem. Era possível ver a nostalgia nos olhares e a satisfação em acompanhar uma banda com tantos anos de carreira, que consegue entregar um show maravilhoso, provando que sua música é leve, brilhante, firme e inconfundível, pois Jethro Tull criou sua identidade, onde todos conhecem sua famosa flauta, que é uma das atrações principais.

Com uma discografia que se espraia por cerca de duas dezenas de álbuns originais e que recua até 1968, os Jethro Tull de Ian Anderson são uma verdadeira instituição do rock britânico, e isso foi provado esta noite. Em Maio de 2020, Ian Anderson revelou sofrer de DPOC (Doença Pulmonar Obstructiva Crónica), doença que foi diagnosticada há dois anos, mas nem isso e nem a idade, que já são 74 anos, impede o grande artista de fazer o que gosta e entregar ao público um dos melhores shows que o Headbangers News já cobriu.

Inês Barrau - Arte Sonora

Setlist:

  1. Nothing Is Easy
  2. Love Story
  3. Thick as a Brick
  4. Living in the Past
  5. Hunt by Numbers
  6. Bourrée in E minor
  7. Black Sunday
  8. My God
  9. The Clasp
  10. Wicked Windows
  11. The Zealot Gene
  12. Pavane in F-Sharp Minor
  13. Songs From the Wood
  14. Aqualung
    Bis:
  15. Locomotive Breath
  16. The Dambusters March

Com uma discografia que se espraia por cerca de duas dezenas de álbuns originais e que recua até 1968, os Jethro Tull de Ian Anderson são uma verdadeira instituição do rock britânico, tendo ao longo da sua extensa carreira tocado vários dos estilos, do blues-rock ao jazz de fusão, cruzando mais tarde a folk, o heavy e até a música clássica para criarem a sua própria visão do que ficou conhecido como rock progressivo ou rock sinfónico, corrente de que são um dos expoentes. O grupo que atualmente consiste do líder Ian Anderson e ainda de músicos como o baixista David Goodier, do teclista John O’Hara, do baterista Scott Hammond e do guitarrista Joe Parrish mantém-se ativo e tem até prevista a edição de um novo álbum para 2022, The Zealot Gene. Uma dezena de trabalhos ao vivo reforça também o facto dos Jethro Tull terem sido sempre uma aclamada força de palco, facto que lhes valeu vénias de muitos dos seus pares, de Bruce Dickinson dos Iron Maiden a Eddie Vedder dos Pearl Jam ou até Nick Cave. Com vários sucessos de vendas e de crítica, como os clássicos Thick as a Brick, A Passion Play ou War Child e Songs From The Wood, os Jethro Tull forjaram uma identidade única que marcou gerações. E agora preparam-se para regressar a Portugal, 20 anos depois de uma memorável passagem pelo então Pavilhão Atlântico.

Coliseu dos Recreios

Data: 18/02/22

Horário: 19H

R. das Portas de Santo Antão 96, 1150-269 Lisboa