Jéssica Marinho
Alex Camargo, baixista e vocalista do Krisiun
Um dos maiores nomes do metal nacional foi o escolhido para a volta dos shows presenciais. Após 8 meses sem eventos de metal devido à pandemia do novo coronavírus (COVID-19), o Carioca Club recebeu neste domingo, dia 08 de novembro, a primeira apresentação do estilo, com a presença de Krisiun e Havok666, com ocupação reduzida a 60% de sua capacidade e ingressos limitados para segurança e comodidade.
Seguindo todos os protocolos, a casa abriu às 17H, e o público foi ocupando as mesas que tinham distanciamento de 1,5 metro, uso de máscaras, sanitização dos ambientes, aferição de temperatura e demais procedimentos de segurança, tudo estava conforme o imposto pela Prefeitura de São Paulo para a reabertura do setor.
Abrindo a noite, às 18H30, Havok666 sobe ao palco. Já conhecido na cena do metal, a banda formada em Salto (SP) em 2004, apresenta um Death Metal extremo, cru e direto. As letras são voltadas para temas como o caos, a antirreligião e o mal em sua mais pura essência. A formação inusitada conta com Andre Brutaller (guitarra e vocal) e Felipe Wrecker (bateria) – nos álbuns é André quem cuida do baixo.
No show ao vivo eles se apresentam sem baixista, mas conseguem fazer uma massa sonora impressionante. Não há defeitos na apresentação ao vivo, esbanjando energia e aquecendo o público para a banda principal.
Jéssica Marinho
Público seguindo o novo protocolo para realização de shows presenciais.
Jéssica Marinho
Havok666, duo de death metal
O tão aguardado Krisiun, subiu ao palco pouco antes das 20H. E em meio ao público estava João Gordo, ansioso para conferir um show de metal ao vivo e prestigiar os colegas. Assim como João, os fãs também estavam ansiosos para curtir um show, era nítido no olhar e na energia de cada um, daqueles que estavam aguardando por isso. Porém, como já era esperado, nem todos conseguiram seguir as recomendações impostas para evitar o contágio do novo coronavírus (COVID-19).
Logo na segunda música do Krisiun, alguns fãs estavam grudados no palco, mesmo com máscaras, estavam bem próximos entre si. Conforme o show acontecia, o público foi chegando mais perto do palco, afastando as mesas e tirando a máscara. Alguns continuaram sentados, ao fundo.
A energia e qualidade do Krisiun, continuam indiscutíveis. O ápice do show foi a questão que vem sido debatida em vários lugares: é possível retornar aos shows presenciais? Definitivamente, sabemos que o público de heavy metal não está apto para curtir esse estilo de show. É difícil se conter. A prova disso foi na penúltima música, onde mais ou menos 20 fãs abriram uma roda, já sem máscaras e sem se preocupar com a pandemia.
O retorno das atividades do setor de entretenimento, principalmente shows, é algo delicado. Por um lado, temos a liberdade de não apoiar a volta e criticar a postura dos fãs que não se cuidam ou da banda em aceitar realizar shows. Por outro lado, também temos a liberdade em comparecer e apoiar a equipe da “graxa”, que retornou ao trabalho, bandas e casas de shows voltaram a gerar renda e permitir que que esta classe volte a trabalhar. Durante o show, Alex Camargo disse “Estamos aqui, para manter a cena viva, o show tem que continuar de alguma forma”.
Não cabe julgar e defender apenas um lado. A volta rendeu trabalhos e um pouco de animação para alguns que não estavam mais conseguindo ficar em casa – a depressão aumentou muito nos últimos meses. E pode não ser justo criticar quem apoia a volta por conta de alguns que não conseguiram seguir à risca todo o protocolo imposto.
Jéssica Marinho
Moyses Kolesne, guitarrista do Krisiun
Carioca Club
Data: 08/11/20
Horário: 17H
Rua Cardeal Arcoverde, 2899 - Pinheiros