Crédito das fotos: Tamires Lopes/Headbangers News

A noite quente da última sexta-feira (17) não impediu que os fãs de metal progressivo se reunissem no Carioca Club, em Pinheiros. Num mar de shows quase homéricos que vem acontecendo por grandes estádios pelo Brasil, o retorno do Leprous ao país, organizado pela Overload, contou com um Carioca Club bem cheio, diferente da primeira vinda dos noruegueses em 2019. Ventiladores com um sistema de umidificação foram espalhados pela casa, tentando ajudar os fãs a suportar o calor dessa onda de altas temperaturas.

Porém, nada disso impediu que os membros da banda fosse aparecendo aos poucos, pontualmente às 21h, para a execução de “Out of Here”, faixa do disco “Aphelion”, de 2021, que ainda vem sendo divulgado nessa turnê. Aparentemente isso não aconteceu para quem estava mais próximo do palco, mas no fundo da casa o som estava baixo e, infelizmente, isso perdurou por todo o show. Algumas pessoas tentavam gritar alertando e pedindo para que o som fosse aumentado, mas em vão. Já estive no Carioca Club por várias vezes, principalmente no fundo, mas nunca presenciei o som com um volume tão baixo como nesse dia. “Illuminate” e “The Valley” deram sequência ao show, tendo essa última muito bem acompanhada pelo jogo de luz no palco, piscando junto às batidas do bumbo de Baard Kolstad, baterista cada vez mais relevante na cena metal, sempre sem camisa e dando um show de performance. Toro Oddmund, simpático guitarrista da banda, fez excelentes backing vocals em “On Hold”, porém, os aplausos foram todos voltados aos incríveis agudos feitos por Einar Solberg. O incrível vocalista e tecladista da banda impressiona com sua apurada técnica vocal, sendo impressionante de se assistir, mesmo com alguns comentários de que Einar estava gripado naquela noite. A belíssima “Castaway Angels” abriu caminho para “From the Flame”, uma das mais queridas do público. Depois dessa última, Einar agradeceu pela presença de todos, comentando sobre o hiato de shows no Brasil dos últimos quatro anos, mas que mal podia esperar pela próxima vez que viria ao país com a banda.

Depois de “The Flood”, primeira faixa executada do elogiadíssimo “The Congregation”, disco de 2015, “Alleviate” foi executada com perfeição, mostrando novamente toda a habilidade de Einar em seus vocais. “Stuck” foi o momento de Simen Børven mostrar sua excelente performance no baixo, sempre animando o público e correspondendo às interações, inclusive subindo nas caixas de som logo acima do palco. A ótima “Below” e “The Price” tiveram os apoios vocais do público, sendo que nesta última, ao invés de cantar a letra da música, o público acompanhava o clássico riff da faixa, algo divertidíssimo de se presenciar. “Nighttime Disguise” foi a responsável por encerrar o set principal da banda. Na volta para o bis, a potente “The Sky is Red” contou novamente com um excelente jogo de luz, deixando o Carioca Club iluminado de vermelho, além de um excelente solo de Robin Ognedal, guitarrista do grupo. A faixa apresenta algumas variações ao longo de sua duração, sendo muito interessante de se presenciar ao vivo, incluindo sua forte parte final que relembra uma trilha sonora de filme. Depois de muito barulho do público com “Ole Ole Ole, Leprous, Leprous”, os presentes clamavam por “Slave”. Dessa forma, a banda retornou para um segundo bis, atendendo o público e finalizando o show.

A diferença de público da estreia da banda no país em 2019 para o show desta sexta-feira mostrou como o Leprous vem conquistando seu espaço na cena, não apenas aqui. Nome carimbado em grandes festivais de metal do verão europeu, a banda vem rodando o mundo levando sua música e conquistando o público com sua simpatia. A banda atendeu quem compareceu ao show já na parte da tarde, tirando fotos e conversando. Hoje, o Leprous é sinônimo de técnica apurada, excelente performance, simpatia e, sem dúvida, sucesso.

Galeria do show