Crédito das fotos: Leandro Cherutti/Metal no Papel

Iniciando sua história em 1990 na Suécia pelas mãos do guitarrista Morgan Steinmeyer Hakansson com o intuito de ser a “banda mais blasfema do mundo”, a escolha do nome Marduk já carregava uma dose de ironia – segundo o próprio Morgan, na mitologia mesopotâmica a divindade Marduk representava a luz, já a mensagem passada pela banda vai na contramão, sempre pendendo para as ‘trevas’. Seu primeiro lançamento, o EP ‘Fuck Me Jesus’ de 1991, já deixava clara a sua proposta.

Mantendo o mantra idealizado por Morgan inabalável, essa jornada profana pôde ser conferida na turnê ‘35 Years Anniversary’ com a apresentação nesse Dia dos Mortos no Manifesto Bar em São Paulo.

Formada no ano de 2021 no Rio Grande do Sul, a abertura foi com o Torches Of Nero. Vindo de um lançamento em 2024 – o EP ‘The First Denial’ – apresentam uma sonoridade que ‘homenageia o metal extremo da metade da década de oitenta até o início da década de noventa’, conforme palavras da própria banda.

Foram 45 minutos de ótimos riffs e um instrumental afiado que se encaixa com o vocal de Baal Seth Penitent, além de toda uma preocupação com o visual apresentado.

Com um black metal cru e sem concessões, o Torches Of Nero caminha para se tornar umas das bandas mais proeminentes da música extrema brasileira.

Formação:

Antimater – bateria

Baal Seth Penitent – vocal, guitarra

Blackpest – baixo

Uma introdução com um clima soturno gera uma enorme expectativa para o que está por vir: a execução na integra de um dos álbuns mais icônicos da história do black metal: ‘Panzer Division Marduk’ . Abrindo com a poderosa faixa título, passando por temas como “Baptism By Fire”, “Christraping Black Metal” até “Fistfucking God’s Planet” foram trinta minutos implacáveis.

Se a execução de Panzer preencheu cerca de metade da apresentação, a ‘outra metade’ procurou representar a trajetória do Marduk, desde seu primeiro álbum ‘Dark Endless’ até o último ‘Memento Mori’, lembrando de todos os vocalistas que passaram por suas fileiras: Andreas Axelsson, Joakim Af Gravf, Legion e Mortuus.

Essa longeva carreira acabou por moldar o Marduk em volta de seu líder Morgan, criador de riffs gélidos que se fundem com baixo/bateria criando um som poderoso e único dentro do estilo. No meio desse cataclismo sonoro, a performance de Mortuus é impressionante com seus urros transmitindo toda blasfêmia presente nas letras. Temas como “Those of the Unlight”, “With Satan and Victorious Weapons” e “Slay The Nazarene” são executados de forma devastadora para um público fiel que correspondia com exaltação a cada chamado vindo do palco.

Quando “The Blond Beast” encerra a apresentação de forma abrupta, fica uma sensação situada entre a surpresa e a satisfação. Surpresa por ‘faltar algo’ – “Wolves” que encerrou as demais apresentações nessa turnê não foi executada – e satisfação por presenciar um dos melhores shows de black metal dos últimos tempos.

Formação:

Morgan – guitarra

Mortuus – vocal

Simon – bateria

Simon Wizén – baixo

Setlist:

Panzer Division Marduk
Baptism By Fire
Christraping Black Metal
Scorched Earth
Beast Of Prey
Blooddawn
502
Fistfucking God’s Planet
Those Of The Unlight
With Satan And Victorious Weapons
Shovel Beats Sceptre
Slay The Nazarene
The Black…
The Blond Beast

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