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Megadeth em São Paulo: Hinos do thrash metal para um público fanático

Megadeth em São Paulo: Hinos do thrash metal para um público fanático

19 de abril de 2024


Crédito das fotos: Carlos Pupo/Headbangers News

O Megadeth e a América Latina possuem um caso de amor. Paixão antiga que vem desde o longínquo ano de 1991, quando a banda fez a sua estreia nesse continente com um show histórico no Rock In Rio e segue intacta até chegar nos dias atuais. Afinal, estamos falando da quadragésima apresentação em nosso país para um Espaço Unimed praticamente lotado.

Logo na entrada, o que chama a atenção é a diversidade do público: pais e mães juntos com filhos, amantes do heavy metal ‘das antigas’ e mais novos e algumas pessoas que nem parecem fãs de metal…todos unidos para reverenciar uma das melhores bandas da história com a turnê “Crush The World”.

Pontualmente às 21h30 a apresentação se inicia de forma arrasadora com a faixa título do mais recente álbum, “The Sick, The Dying… And The Dead!” e prossegue com “Skin O’ My Teeth” e “Angry Again”, duas canções que estão entre as favoritas dos fãs.

Se o cenário de palco possui um visual bem ‘clean’, o mesmo não pode se dizer do belíssimo jogo de luzes que engrandece o espetáculo. “Wake Up Dead” e “In My Darkest Hour” são aquelas ‘velharias’ amadas por todos e fazem parte da época mais irada do grupo.

Dave Mustaine não é de falar muito entre as músicas – só um ou outro “thank you” e olhe lá – mas com um repertório como esse, falar o que? E tome “Countdown To Extinction”, “Sweating Bullets” e “Dystopia” – curiosamente, foram tocadas apenas duas músicas compostas neste século: as duas faixas títulos dos dois últimos álbuns.

“Hangar 18”, “Trust” e “Tornado of Souls” mantém a temperatura nas altura, mas não se comparando ao frisson causado logos nos primeiros acordes de “A Tout Le Monde”. Que essa canção é um dos maiores sucessos da banda não há dúvidas, mas a resposta do público foi tão calorosa que um emocionado Dave Mustaine saiu um pouco do script ao agradecer muito a todos e anunciar “Devil’s Island”, que havia sido tocada apenas uma vez no Brasil, justamente em sua primeira apresentação.

Existe um consenso que a formação clássica da banda é: Dave Mustaine, Martin Friedman, David Ellefson e Nick Menza, responsáveis por gravar os álbuns que ainda são a base do setlist. A formação atual, apesar de não ter a mesma adoração entre os fãs, é bem talentosa: James LoMenzo e Dirk Verbeuren formam uma ‘cozinha’ segura e essa turnê marca a estréia do guitarrista Teemu Mäntysaari.

“Symphony of Destruction” não pode faltar e fazer o coro de “Megadeth! Megadeth!” já é uma das marcas registradas do show. Quando nos damos conta, a apresentação vai chegando ao fim com “Peace Sells” e é muito reconfortante ouvir Dave Mustaine berrar o icônico verso ao lado do mascote Vic Rattlehead que acabou dando as caras – e, sim, o ‘reconfortante’ tem a ver com o fato dele ter superado um câncer de garganta e estar em plena forma.

A volta para o encore é com um dos maiores clássicos da história do heavy metal e só o riff inicial de “Holy Wars… The Punishment Due” já causa alvoroço com todos cantando a letra e caprichando no coro de “warssss” para encerrar a apresentação de forma apoteótica.

Paixões antigas sempre mexem com o imaginário de qualquer pessoa e esse é o caso dessa lendária banda que, apesar de sempre passar pela vizinhança, ainda causa alvoroço como se fosse a primeira vez – que Dave Mustaine e seus companheiros jamais se esqueçam de seus fãs desse lado da linha do Equador.

Formação:

Dave Mustaine: guitarra e vocal

James LoMenzo: baixo

Dirk Verbeuren: bateria

Teemu Mäntysaari: guitarra

Setlist:

The Sick, the Dying… and the Dead!
Skin o’ My Teeth
Angry Again
Wake Up Dead
In My Darkest Hour
Countdown to Extinction
Sweating Bullets
Dystopia
Hangar 18
Trust
Tornado of Souls
A tout le monde
Devil’s Island
Symphony of Destruction
Peace Sells

Encore

Holy Wars… The Punishment Due

Galeria do show