Shows

O Halloween que não acabou: Michale Graves e o culto ao horror punk

O Halloween que não acabou: Michale Graves e o culto ao horror punk

2 de novembro de 2025


Crédito das fotos: Carlos Pupo/Headbangers News

Se o Halloween acabou em 31 de outubro, alguém esqueceu de avisar Michale Graves. Na noite de 1º de novembro, o Hangar 110 em São Paulo virou um afterparty do além-túmulo e o horror punk dominou. Foi ali que o ex-vocalista do Misfits comandou um show da Something Wicked Tour 2025, trazendo à capital paulista clássicos, nostalgia e energia que fez o público se mexer.

Quando os primeiros acordes de “Abominable Dr. Phibes” ecoaram, parecia que o lugar inteiro havia sido sugado para dentro de um filme B de terror, com guitarras cortantes e coros marcantes. Foi quando as luzes tomaram o palco e Graves surgiu como anfitrião da festa macabra. O público explodiu com “American Psycho” e dali em diante ninguém ficou parado.

A sequência de “Speak of the Devil”, “Walk Among Us” e “From Hell They Came” foi um deleite para quem cresceu ouvindo o Misfits dos anos 90. Quando veio “Dig Up Her Bones”, foi impossível não se arrepiar. A multidão respondeu com gritos e punhos erguidos.

A cada refrão, o Hangar virava um coral de fãs unidos pelo punk. “Last Caress” e “Lost in Space” mantiveram o ritmo, enquanto “Shining” e “Crimson Ghost” mostraram que o horror pode contagiar.

Muito inusitado: ele aproveitava as pausas entre as músicas para cumprimentar cada fã e autografar os encartes dos CDs. É um sujeito de rara humildade e carisma. Graves dominava o palco com uma energia constante, sempre sorrindo e interagindo com a plateia. Consegue equilibrar o carisma teatral com a entrega genuína de quem vive cada verso. Entre uma música e outra, fazia pausas para agradecer e falar sobre o quanto gosta de se apresentar no Brasil.

Quando chegou em “Saturday Night”, o clima mudou: luzes baixas, vozes emocionadas e uma nostalgia que fez o tempo parar por alguns minutos.

Mas foi o final que selou o pacto. Após uma sequência com “Descending Angel”, “Hunting Humans” e “Fiend Club”, o bis trouxe um presente: “Halloween”, “Hybrid Moments” e “Helena”, encerrando com uma versão de “War Pigs”, do Black Sabbath, em homenagem a Ozzy Osbourne.

Ao deixar o Hangar, a sensação era clara: o Halloween ainda não havia terminado. Michale Graves transformou São Paulo em um epicentro de celebração, provando que o horror punk não envelhece; ele apenas ressuscita, ano após ano, para nos fazer cantar entre os vivos e os mortos.

 

 

Galeria do show