Shows

Skáld transforma o Carioca Club em templo viking

Skáld transforma o Carioca Club em templo viking

13 de setembro de 2025


O Carioca Club, em São Paulo, se transformou em um verdadeiro templo pagão na noite desta sexta-feira (12). Infelizmente, a casa estava longe de lotar, com apenas algumas centenas de pagantes. Mas isso não diminuiu a força da apresentação.

A imersão teve início com a Yön, grupo paulistano formado exclusivamente por mulheres: Luana Carvalho (voz e percussão), Aline Reis (voz e percussão), Carol Encanto (voz, percussão e guitarra), Janine Plis (voz, percussão e violão), Bea Três (voz e violões) e Silvia Lozano (voz e violoncelo). Com sonoridades de inspiração escandinava, elas envolveram o público em atmosferas densas e etéreas, evocando as Eddas Poéticas e recriando rituais ancestrais por meio da força dos instrumentos tradicionais e da delicadeza das vozes. Mesmo diante de uma plateia reduzida, a recepção foi calorosa, e a intensidade da performance já prenunciava o que viria a seguir.

Quando o Skáld assumiu o palco, o público mergulhou ainda mais fundo. A introdução com “Heimeo” funcionou como um chamado espiritual, preparando todos para a jornada. Em seguida, “Óðinn” e “Yggdrasill” estabeleceram o clima cósmico e mitológico, enquanto os tambores ressoavam como trovões.

A cada faixa, o ambiente se transformava. “Hross” e “Mánin Liður” evocavam cavalgadas ancestrais e luas cheias que iluminavam o Norte distante. Já em “Sækonungar” e “Ó Valhalla”, o público vibrou com algumas das faixas mais cativantes do grupo, tomado pela atmosfera de batalha e glória. A viagem sonora prosseguiu com “Ljósálfur” e “Rún”, mais etéreas, como se espíritos e símbolos mágicos atravessassem o ar.

O show avançou como uma verdadeira saga. “Da Manen Sken” trouxe uma beleza melódica quase hipnótica, enquanto “Fimbulvetr” congelou o ambiente com sua evocação do inverno eterno da mitologia nórdica. O público permaneceu em transe com “Elverhoy” e “Níu”, até ser arrebatado pelo canto marítimo de “Hafgørðingar”. O ápice mítico aconteceu com “Jörmungundr” e “Hinn Mikli Dreiki”, que invocaram serpentes gigantes e dragões por meio de riffs pesados e batidas tribais.

Próximo ao fim, “Draumakona”, “Troll Kalla Mik” e “Grótti” encerraram a parte principal do espetáculo com intensidade ritualística. Mas o público não deixou o Skáld partir sem bis: “Herr Mannelig” antecedeu “Gleipnir”, que concluiu a jornada com a força do laço mítico que aprisiona o lobo Fenrir.

Entre cantos em nórdico antigo, instrumentos medievais e uma encenação carregada de espiritualidade, o Skáld não apenas apresentou um show, mas conduziu uma experiência que mescla espetáculo, mito e ritual. A estreia em São Paulo confirmou a força hipnótica do grupo, que ecoa cânticos da Era Viking.

Galeria do show