Entrevistas

David Reyes (Electric Cult): “A América do Sul é um dos destinos que nos chama a atenção”

David Reyes (Electric Cult): “A América do Sul é um dos destinos que nos chama a atenção”

20 de julho de 2021


David Reyes, vocalista do Electric Cult

Grecia Cabrera

David Reyes, vocalista do Electric Cult

Adoradores da música densa, dark e pesada, os mexicanos do Electric Cult seguem divulgando o recém lançado EP ‘The First Rite’. A banda de stoner / sludge / doom apresenta um poderoso trabalho de quatro faixas lançado em CD pelo selo americano Swamp Records e influenciado por sons de Stoner, Doom Metal e Sludge.

Em entrevista ao Headbangers News, o vocalista David Reyes anunciou que a banda está trabalhando em seu segundo EP de estúdio, que marca um prelúdio para o que será o primeiro LP da banda, também contou sobre as inspirações na hora de compor e novidades do futuro.

Para o público brasileiro que ainda não conhece a banda, podem contar brevemente sobre a Electric Cult?
Somos uma banda de Doom/Stoner que presta culto à musica densa, obscura e pesada. Foi formada por volta de 2015 por iniciativa de Ángel Reyes (guitarra) e Guillermo Pérez (bateria), na cidade de Veracruz/México, ainda que o projeto tomasse forma concreta alguns anos depois com a lineup atual, tendo também Rafael Llanes (baixo) e David Reyes (voz)

Quando decidiram criar a banda, o estilo Doom/Stoner foi a primeira aposta ou já pensaram em tocar outro estilo?
Sim, o projeto se iniciou quando os dois membros fundadores se conheceram e, ao ver que compartilhavam o interesse em Stoner e Doom e a inquietude em explorar esses sons, decidiram ciar uma banda que tocasse esses gêneros musicais.

Quais as maiores influências da banda na hora de compor?
Na realidade, temos uma ampla variedade de influências musicais e nem todas obrigatoriamente dentro da cena Doom//Stoner/Sludge/Psych. Inclusive, não é raro que vertentes como o Heavy, Black e Death Metal sirvam de influência, ainda que sempre atrelados ao Stoner e Doom. Porém, se tivermos que citar duas influências musicais, seriam Black Sabbath como os pais dos riffs densos, e Orange Goblin, por ser uma banda relacionada ao Doom/Stoner mas que ainda assim é muito versátil, como nós tentamos ser.

O EP “The First Rite” foi lançado recentemente e traz quatro músicas bem trabalhadas e com peso na medida certa! Como foi a produção desse EP?Bem, foi algo lento como o bom Doom. Estas são canções  cuja base foi composta por Ángel e Guillermo em seu primeiro mês de projeto, e com a integração de Rafael e David as canções foram polidas e as letras foram se moldando com a intervenção de David. Quando finalmente nos sentimos maduros como banda e com a necessidade de retratar nosso trabalho, decidimos entrar em estúdio. O processo no estúdio foi algo lento por alguns contratempos, entre eles a Pandemia, porém também decidimos toma-lo com a calma necessária para fazer um bom trabalho, e considerando que de certo modo a gravação desse primeiro trabalho também seria um aprendizado para gravações futuras.

Grecia Cabrera

Em relação às letras das músicas, de onde veio a inspiração para escrever?
São temáticas variadas, muito vem das vivências e coisas que fazem parte das nossas vidas cotidianas. Por exemplo, Guillermo escreveu “Sleep Demons” tomando como referência que ele costumava sofrer de paralisia do sono. “Bacchus Blood” é como um hino à bebida, nesse caso especificamente ao vinho, porém visto da perspectiva desse pequeno escape da realidade no qual se converte e que é algo que muitas pessoas vivem, em maior ou menor medida. “White Line” também fala do abuso de substâncias, porém não precisamente como algo agradável. E finalmente temos “Hammer of Doom”, que foi o título tomado de um extinto festival do gênero e a letra se volta como uma maneira de liberar esse sentimento de raiva contra a raça humana. Bem, isso é arte e tem que ser dramático, e esta não é uma música para falar de coisas bonitas, afinal escrever se converte em uma válvula de escape sã para liberar esses sentimentos negativos que todos têm.

A banda já está trabalhando no álbum de estreia? Podem contar alguma novidade sobre isso?
Bem, como álbum debut suponho que se refira ao primeiro LP. Sim, existe o plano de poder estar entrando em estúdio para a gravação no próximo ano, porém ainda nesse ano estaremos gravando um segundo EP. As canções já estão prontas, falta apenas ajustar alguns detalhes. Uma das canções inclusas será “Temple of the Crow”, que aparece em nossa demo intitulada “Preach the Riff”. Este é um trabalho um pouco mais obscuro e pesado, o som vai mais dentro do Doom e Sludge, tem um pouco menos de Stoner. Sobre o LP, podemos adiantar que já estamos trabalhando na composição musical, assim como em ideias para arte, letras, etc. Ainda não sabemos totalmente aonde irá este álbum, porém tudo indica que será mais obscuro e pesado. O que queremos é seguir explorando sonoridades e coloca-las a serviço do culto ao Riff e da música densa, lenta e pesada.

Quais os planos para o futuro?
Como já falamos um pouco do que faremos nos próximos trabalhos, além disso esperamos poder rodar por nosso país no próximo ano já com um segundo EP em mãos e tratando de nos fazer presentes como uma banda emergente para a maior quantidade possível de pessoas com nossa música. Para mais adiante, ainda que não tenhamos certeza do que vem, gostaríamos de sair para tocar fora do México. A América do Sul é um dos destinos que nos chama a atenção.

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Escutem “The First Rite” e aguardem por mais notícias da banda e nossos próximos trabalhos! Preach the riff.

https://open.spotify.com/album/2r262va1b88RxF56jNrln4?si=lUzGFUgMTiW5DhC-4Ti98g&dl_branch=1