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Entrevista com Inka, vocalista do NOIRA, uma das finalistas da competição finlandesa Come To Latin America

Entrevista com Inka, vocalista do NOIRA, uma das finalistas da competição finlandesa Come To Latin America

30 de julho de 2022


Divulgação

Com uma sonoridade que une ao metal pesado, influências da música pop, a Noira é uma banda que vêm se destacando na cena europeia, e é uma das finalistas da competição finlandesa Come To Latin America. Num papo descontraído com o Headbangers News, a vocalista Inka contou mais detalhes sobre a banda, influências e planos.

A banda é relativamente nova, vamos começar falando sobre a origem e o começo da banda. Como tudo começou?

Bom, primeiro de tudo, obrigada! Acho que a banda começou em 2018, era apenas eu e meu marido Pete, que é o baterista, tinha outro cara também mas hoje ele não está mais na banda. Nós todos estávamos bem empenhados com os nossos projetos musicais, e estávamos precisando de um projeto que fosse como uma espécie de terapia pra nós, e tentamos meio que um pop finlandês, e de alguma forma não estava dando certo, não estávamos curtindo. E acho que o fato de eu não estar achando o meu lugar, não me encontrando na música, estava me deixando confusa, então decidimos por fazer algo do qual não precisávamos pensar muito pra fazer, sem pensar muito no que as pessoas irão achar, o que as gravadoras vão achar. E assim a banda foi tomando forma.

Bem legal. E o que inspira você na hora de escrever as letras?

Bom, acho que tudo ao meu redor. Mas o que mais tenho escrito é sobre injustiça, muitas vezes pego escrevendo sobre karma, sobre coisas ruins acontecendo com aqueles que praticam coisas ruins. E nesse momento tem a guerra acontecendo na Ucrânia, e tudo está muito perto de nós, estamos muito perto da Rússia. E claro que esse tem sido um dos principais assuntos do qual estou escrevendo no momento.

O que vocês querem alcançar com a banda? Qual a essência de vocês?

Tipo, no começo não estávamos querendo alcançar nada. Estávamos mantendo na cabeça que não estávamos querendo alcançar as estrelas, queríamos apenas manter como um projeto de terapia mesmo. Mas com o tempo as pessoas foram alcançando a nossa música e tivemos uma recepção tão calorosa, as pessoas estavam mesmo curtindo o nosso som. E obviamente com o tempo os nossos objetivos foram mudando um pouco. E talvez o primeiro objetivo seja viver de música, que a gente consiga viver apenas da nossa arte e da nossa música, focando apenas nisso. Isso seria maravilhoso!

Agora sobre a competição Come To Latin America, como está sendo a experiência?

Bem, está sendo uma grande surpresa pra nós, pra começar, porque nem sabíamos que tinha uma competição como essa rolando. Um belo dia recebemos uma mensagem falando “Ei, vocês estão no TOP 10 de selecionados da competição. Vocês gostariam de participar?” e claro que topamos (risos). E depois soubemos que estávamos no TOP 3, então ficamos muito surpresos. A América Latina é um lugar muito desconhecido pra nós, nunca estivemos por aí, e claro que conhecemos algumas bandas, mas o lugar é bem desconhecido pra nós, é muito longe de onde vivemos (risos). Está sendo bem interessante conhecer mais sobre a sua cultura, sobre como vocês são como pessoas, conhecer umas pessoas daí e conversar com elas.

E quais são as influências de vocês?

Gostamos muito dos estilos dos anos 2000, são as coisas que nós mais crescemos ouvindo porque temos todos mais ou menos 30 anos. Estamos fazendo e vivendo esse tipo de música desde que somos crianças. E temos bastante essa parte visual, o meu marido e eu estamos sempre criando esses conteúdos visuais, como fotografias, os nossos clipes, coisas assim. E desde o início nós tínhamos muito claro pra nós que nós queríamos fazer 50% música, e 50% parte visual da qual pudéssemos nos expressar por ali também.

Você sendo uma mulher na cena, teve alguma artista feminina que mais te inspirou a seguir nesse caminho?

Quando eu me tornei musicista, uma das que me inspiraram a ir para o metal e fazer o que faço com o Noira, foi a Maria Brink, ela é uma vocalista e performer maravilhosa. A Tatiana do Jinjer também é muito boa, mas é um estilo diferente de vocal do que eu estou fazendo. Ela é uma artista muito forte, como uma super-heroína. A Alissa do Arch Enemy também é uma inspiração, enfim, todas são vocalistas e performers muito fortes e poderosas e me inspiram demais! Quando eu estava começando, era pra elas que eu olhava e falava “Um dia eu quero ser igual elas!”.

Alguns anos atrás você teve uma banda de pop! Quais as principais diferenças que você sentiu entre o cenário do pop e do metal? Porque são públicos totalmente diferentes, né?!

Sim. Bom, primeiro de tudo, eu era muito nova na época, isso foi acho que em 2012, e estávamos com uma gravadora grande, a Universal Music, e na época eu estava tentando me encontrar como vocalista, como musicista, e eles me pediram para entrar para a banda, e como na época eu não tinha outra coisa…aceitei. E na época eu senti bastante que a gravadora era quem te instruía sobre como você deveria se comportar, como sua música deveria soar, isso é uma coisa que é diferente do que no metal. Na época também não tínhamos uma comunidade forte no pop, e agora com o metal eu vejo que temos uma comunidade muito forte, por todo o mundo tem pessoas que ouvem e amam o metal, é tipo uma grande família. Isso é uma coisa que não vi na cena do pop, talvez exista..só eu que não vi mesmo (risos). No metal você tem mais liberdade pra escolher como você quer se vestir, como o seu som pode soar, não tem tantas pessoas te dizendo o que e como fazer alguma coisa.

Quais são os planos da banda para este ano? Tem algum novo lançamento ou turnê em vista?

Nós acabamos de finalizar as gravações da bateria para o nosso primeiro álbum, e estamos planejando gravar vocais, guitarra e baixo até setembro ou outubro. Depois disso precisamos preparar tudo sobre o novo álbum, como por exemplo, se vamos ter alguma gravadora, se terá alguma que estará interessada no nosso som, isso seria um sonho se tornando realidade. E quando estivermos com o álbum pronto, vamos começar as as agências de booking pra começar com alguns shows ao vivo, porque não fizemos muitos ainda, então queremos cair na estrada!

Estamos finalizando a entrevista, gostaria de mandar uma mensagem para os fãs?

Obrigada pela entrevista, foi bem legal conversar com você. Obrigada também a todos por estarem ouvindo e curtindo as nossas músicas, espero que um dia a gente consiga ir até aí e tocar ao vivo pra todos vocês! Estou bem ansiosa pra isso!

 

As votações da competição Come To Latin America se encerram no dia 2 de agosto, e você pode votar pelo site oficial: https://www.cometolatinamerica.fi/