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Entrevista com Lotta, vocalista do Luna Kills, uma das finalistas da competição finlandesa Come To Latin America

Entrevista com Lotta, vocalista do Luna Kills, uma das finalistas da competição finlandesa Come To Latin America

28 de julho de 2022


Divulgação

Diretamente de Kuopio, na Finlândia, conversamos com Lotta, vocalista e líder da banda Luna Kills, uma das finalistas da competição finlandesa Come To Latin America!

Primeiro, parabéns pelo trabalho, eu curti muito. Vamos começar falando sobre o começo da banda, pode nos contar como tudo começou?

Muito obrigada pelos parabéns! Bem, a nossa banda começou em 2016. Eu e o guitarrista Samuli somos primos, na verdade, então nos conhecemos muito bem. E no começo tivemos que amadurecer bem a ideia, descobrir como éramos e o que gostaríamos de fazer, isso levou uns anos. E em 2019 o Luna Kills se tornou realmente o Luna Kills, nós trocamos de nome, o nosso baixista Lassi tinha meio que acabado de entrar na banda também, se tornou um membro permanente, e o nosso baterista Dennis entrou no ano passo, eu acho, nós tivemos muitos bateristas (risos). Mas foi em 2019 que o Luna Kills começou a se tornar mais sério, e essa é a origem da nossa banda, começamos com a banda fazendo uma pesquisa sobre o que gostaríamos de fazer, e tal, e o nosso estilo se tornou esse rock/metal alternativo em 2019 e pensamos, “Bom, isso é o Luna Kills”!

E quais são as principais influências da banda? Eu vi que vocês são apaixonados por videogames e tentam colocar um pouco disso nas músicas também…

Sim, claro. Videogames são bem importantes pra nós, todos nós somos gamers e curtimos muito as músicas de videogame, todo o ambiente, e nós também temos influências da cultura pop, como alguns filmes, programas de TV, e tudo o que é artístico ou que evoca algum tipo de emoção. E claro, temos vários videogames que nos influenciam demais, e tem um compositor chamado Mick Gordon, que compõe umas coisas bem pesadas, com guitarras pesadas e tal, e é muito bom. Ficamos apaixonados quando ouvimos pela primeira vez, ele é uma das nossas maiores influências. Também temos influências de outras bandas, mas tudo depende do nosso humor, do que nós estamos escutando naquele momento, porque somos bem sazonais (risos), tipo, no inverno ouvimos coisas mais pesadas e na primavera coisas mais eletrônicas, algo assim. Mas com certeza, trilhas sonoras de filmes e games são uma grande influência pra nós.

E vocês já se imaginaram talvez fazendo trilhas de videogames e filmes?

Nossa, definitivamente sim (risos). Da nossa perspectiva, do nosso ponto de vista, nós temos várias músicas que poderiam estar em filmes ou programas de TV, até em video games. Nós não pensamos constantemente nisso, mas às vezes quando uma música fica pronta, nós pensamos que ela poderia ser trilha de alguma coisa, e isso é muito bom! E isso é uma oportunidade, caso alguém ouça uma de nossas músicas e queira colocar elas como trilha de alguma coisa (risos).

Agora falando sobre a competição Come To Latin América, como está sendo a experiência? Você está curtindo?

Sim, com certeza! Estou curtindo a experiência, e isso tudo está meio que sendo uma surpresa pra nós, porque não sabíamos que a competição estava acontecendo antes da nossa banda ser selecionada, e ficamos muito surpresos em termos sido selecionados nesse tipo de competição, estamos muito felizes e honrados com isso. E tem sido bem legal ter uma galera nova conhecendo a banda, seguindo no Instagram, e estamos tendo um feedback muito bom de pessoas que estão realmente apaixonadas pela nossa música, e isso é muito maravilhoso. Acho que todos ainda estamos processando tudo o que está rolando (risos).

Como você definiria a essência da banda? Vocês já pensaram sobre qual marca vocês querem deixar no mundo?

Acho que na nossa banda, nós fazemos tudo com paixão! É como se fosse um depósito de emoções pra nós. Porque primeiramente, esse era um projeto pra ajudar na nossa saúde mental, para podermos escrever tudo o que sentíamos e produzir música que vinham diretamente das nossas emoções, para que a gente conseguisse dar uma nova finalidade aos nossos sentimentos. Enquanto estávamos fazendo uma turnê na Finlândia, nós tivemos muito feedback de pessoas que estavam tirando mensagens positivas das nossas letras, da nossa música, e ajudando eles a superarem um passado difícil, de bullying, coisas desse tipo. E isso é a coisa mais importante pra mim, se eu posso trazer algo bom para alguém que tem uma situação similar a minha e passar algum tipo de força para a vida delas, esse é o maior impacto que eu acho que a nossa banda deveria deixar!

Qual a maior dificuldade que vocês enfrentam desde o começo da carreira?

Muitas coisas (risos). Mas acho que talvez a mais difícil, na verdade, é que aqui dentro da Finlândia, é uma coisa ótima que nós tenhamos tantas bandas boas aqui, mas também existe um nível de competição por parte de algumas bandas. Eu diria que isso é uma coisa saudável porque você sempre tem que estar estudando, tentando melhorar e pensando em como se destacar dentro da sua cena. Essa é uma das coisas difíceis dentro das fronteiras finlandesas. Obviamente a indústria também é bem difícil, e creio que pra todo mundo!

E sendo uma mulher na música, você já sentiu algum tipo de resistência ou preconceito por parte do público?

Infelizmente sim, é difícil para todas as mulheres musicistas. Muitas pessoas não te conhecem e te tratam de uma forma diferente, mesmo que eles não percebam que estejam fazendo isso, mas a atitude deles mostra que estão te tratando diferente. Isso está mudando um pouco, e isso é bom, mas ainda temos que estar o tempo todo provando o nosso valor dentro da cena, e isso é uma das dificuldades de ser uma mulher no rock. E eu creio que em vários lugares também.

Sim, aqui no Brasil isso acontece muito também. Mas estamos nos fortalecendo! E você tem alguma artista ou banda feminina que te inspirou a se tornar musicista também?

Sim, na verdade quando eu era adolescente, e algumas bandas estavam estourando, eu notei que não tinha muita representação feminina em gravadoras e selos grandes, por exemplo, porque eles não escolhiam bandas que tinham mulheres na formação, mas isso está começando a mudar também. A Maria Brink da banda In This Moment é a minha cantora favorita de metal, ela tem uma presença de palco maravilhosa, vocais maravilhosos, então ela é com certeza a mulher que mais me inspirou. Obviamente tem muitas outras mulheres, mas ela é a principal (risos).

Quais os planos do Luna Kills para este ano? Planejam lançar algo novo, algum show…?

Sim, na verdade temos um novo single vindo por aí em agosto, não consigo dizer a data certa ainda mas em breve iremos anunciar. E também, estamos tentando agendar mais shows ao vivo. Ainda estamos no pós-pandemia para agendar um show porque a maioria dos lugares já estão lotados, mas queremos cair na estrada novamente porque amamos estar em turnê. E se a gente, com muita esperança, vencer a competição, iremos para a América do Sul (risos), isso seria bem legal, é o nosso sonho, então vamos manter os nossos dedos cruzados pra isso. Então teremos música nova, novos shows e estamos planejando fazer mais música porque não queremos ficar parados, então vamos voltar aos estúdios e fazer mais sons!

Estamos finalizando a entrevista, gostaria de mandar um recado para a galera?

Bom, obviamente a competição ainda está acontecendo, então espero que vocês achem a nossa música legal e que você ache nelas algo que te inspire também, ou que seja pelo menos algo que vocês curtam ouvir (risos). Esperamos também ir para a América Latina mesmo que não for pela competição, então nos vemos em breve!

As votações da competição Come To Latin America se encerram no dia 2 de agosto, e você pode votar pelo site oficial: https://www.cometolatinamerica.fi/