Entrevistas

Invisible Control: “Temos muitas bandas de qualidade, apenas não há o espaço devido para elas”

Invisible Control: “Temos muitas bandas de qualidade, apenas não há o espaço devido para elas”

18 de fevereiro de 2022


Daniela Serafim, vocalista e compositora

Thiago Linhares

Daniela Serafim, vocalista e compositora

A banda brasileira de death metal Invisible Control se prepara pra o lançamento do aguardado álbum de estreia, intitulado ‘Created in Chaos’, que contará com oito faixas autorais mixadas e masterizadas pelo renomado Martin Furia, que já trabalhou nos álbuns da Nervosa, Eskröta e BARK. ‘Created in Chaos’ será lançado dia 25 de fevereiro em mídia digital e física através dos selos Xaninho Discos, Voice Music, Rapture Records e Two Beers or Not Two Beers Records.

Para falar sobre o novo disco, influências e curiosidades sobre a banda, a vocalista e compositora Daniela Serafim concedeu uma entrevista ao site Headbangers News.

Olá Daniela, tudo bem? É um prazer falar com você.
Olá, tudo bem sim! Desde já agradeço muito a oportunidade de poder conversar com vocês da Headbangers News.

Invisible Control surgiu com a união de alguns músicos da cena nordestina. Podem falar como foi esse encontro e como decidiram montar a banda?
Isso, a banda conta com cinco integrantes, Eu – Daniela (Vocalista), de Alagoas, Wagner Campos (baterista) e Marco Melo (guitarrista), de Pernambuco, Dennys Parente (Guitarrista) e Marcos Flávio (baixista) do Rio Grande do Norte.

Na verdade, a banda existia em formato de um projeto com esse mesmo nome, formado por Wagner Campos e Marco Melo, inclusive a música “Cold Blood” já existia apenas no instrumental, cinco anos antes da banda surgir de fato. Em 2020 Wagner quis colocar a ideia de banda mesmo, em prática, e junto com Alcides Burn, (que inclusive é o autor de nossas artes e Lyrics vídeos), ambos contataram quem conheciam e possivelmente seriam bons para a banda. O meu convite veio a partir de Alcides, que eu já conhecia pessoalmente e ele já conhecia meu trabalho como vocalista. Recebi duas faixas para ter uma noção de como o som seria, e não pensei duas vezes, e fui para o estúdio gravar a voz e mandar de volta para o pessoal, todos curtiram muito e a partir daí começamos a trabalhar pesado, mesmo que a distância, pois surgimos bem no auge da pandemia.

A banda irá lançar o aguardado álbum de estreia,  intitulado ‘Created in Chaos’. Como está a expectativa para o lançamento?
A expectativa e a ansiedade estão a mil, algumas pessoas já fizeram review de nosso álbum, e os feedbacks foram muito, muito bons. Isso só aumentou mais ainda a minha vontade de mostrar ao mundo, o trabalho que eu e minha banda fizemos totalmente à distância, com muita dedicação e comprometimento.

Vocês trabalharam com o Martin Fúria, conhecido pelo grande trabalho com a banda Nervosa. Como foi trabalhar com ele e como a banda fez essa escolha?
Sim, primeiramente foi uma grande honra trabalhar com esse monstro, ele realmente é muito bom no que faz e além do mais, ele não faz apenas por trabalho, por ser pago, e sim por amor, ele entra no seu som, ele curte, ele incentiva, e trabalhar com pessoas assim, não tem preço. E mais foda ainda, é que no meio de todo esse trabalho, Martín entrou para a banda Destruction, que é uma das minhas bandas favoritas!!! Foi surreal! Fizemos essa escolha por ter curtido MUITO o trabalho dele com as bandas, e principalmente com a Nervosa, sabíamos que com ele, chegaríamos onde queríamos. Apresentar um trabalho com um nível sonoro muito bom.

Podemos perceber durante a audição uma ligeira influência da banda Vader. Além das guitarras rápidas e ferozes, quais são as outras influências de death metal que a banda usou na concepção do som?
Então, costumo dizer que somos realmente uma mistura de influências que está dando certo, cada um com um estilo próprio que trouxe para as nossas composições, por isso podemos perceber que as músicas são bem diferentes umas das outras, no nosso CD. Curtimos muito Death Metal, mas também caminhamos entre Thrash e outros estilos. Na banda temos integrantes que curtem Slayer, Suffocation, Nile, Necrophagist, Arch Enemy, Death, Carcass, Krisiun, Behemoth, Jinjer, Suicide Silence, entre tantas outras bandas de diferentes linhas do gênero. Falando por mim, eu amadureci bastante e me abri para muitos estilos, até para referências de vocais, e confesso que isso tem me enriquecido bastante em meus trabalhos.

Como a banda enxerga o mercado do metal extremo no Brasil e no mundo, em relação aos outros estilos de metal?
Infelizmente no Brasil, vemos que esse mercado é bem escasso e carente, digo escasso no sentido de incentivo e abertura para isso, pois temos muitas bandas de qualidade, apenas não há o espaço devido para elas. Também sabemos que fora do Brasil, como na Europa, por exemplo, o incentivo a essas bandas é muito maior, e digo até, por questão de respeito e valorização. Nosso país culturalmente falando, não abre portas para o metal extremo, ainda é visto com muito preconceito. Mas acredito que não podemos deixar nos abalar ou desistir do que realmente gostamos e acreditamos, por isso, felizmente temos a tecnologia ao nosso favor, para nos mostrarmos ao mundo. Ainda que seja triste não poder ter o mesmo reconhecimento no nosso próprio país.  

A banda compôs o disco em menos de um ano, vocês já tinham quase tudo em mente, desde as ideias para composição até os nomes de quem iriam trabalhar na produção do disco?
Não, na verdade logo que nos juntamos, deixamos claro o que cada um pretendia com a banda, não queríamos ter “mais uma banda”, queríamos fazer valer a pena, trabalhar e nos dedicar de verdade, e colher os frutos desse trabalho, sempre ficando claro para todos, que o caminho seria longo e o trabalho teria que ser em equipe. Essa foi uma vontade unânime, unimos nossas vontades e objetivos e começamos a colocar a mão na massa bem rápido. Algumas coisas já tínhamos em mente sim, mas também tínhamos opções e dentre elas, selecionamos as que se encaixavam no que pretendíamos. As composições foram surgindo durante o processo, nós respiramos esse álbum dia e noite, e até fizemos em um tempo muito curto, foi um processo bem intenso de pré-produção e gravação final, como eu disse, tudo a distância. Cada um gravou de sua cidade, mas a nossa sintonia era tanta que tudo fluiu muito bem.

Quais os próximos planos da Invisible Control? A banda já tem shows em mente?
Primeiramente, iremos divulgar bastante o nosso cd, que será lançado no dia 25 de fevereiro, inclusive fizemos um merchan muito foda desse trabalho. Temos também um videoclipe para lançar. E em relação aos shows, temos sim algumas propostas em vista, mas infelizmente tudo ainda está tão incerto por conta da pandemia, que nem temos muito como falar disso por agora, mas espero que em breve já possamos divulgar datas concretas.

Obrigada pela entrevista! Podem deixar uma mensagem para os fãs?
Foi um prazer poder participar desta entrevista e falar sobre os planos da Invisible Control. Espero que tenham gostado e que os leitores nos sigam nas redes sociais para acompanhar nossas novidades, e olha que temos bastante vindo por aí!

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