Entrevistas

The Gathering: Uma Linda Distorção

The Gathering: Uma Linda Distorção

22 de setembro de 2022


Gema Perez/Divulgação

The Gathering é uma banda holandesa de rock atmosférico que no Brasil e na América Latina ficou famosa com os álbuns “Mandylion” e “Nighttime Birds” nos anos 90. Hoje tendo em sua formação a incrível vocalista Silje Wergeland, o baixista Hugo Prinsen Geerlings, os irmãos Hans Rutten (bateria) e René Rutten (guitarra) e o tecladista Frank Boeijen a banda lança este ano seu mais novo álbum de estúdio “Beautiful Distortion” e também virão ao Brasil para alguns shows após 11 anos. Batemos um papo com o baterista Hans Rutten que nos contou mais sobre o estilo da banda, sua paixão pelo ritmo Motown e a empolgação de finalmente poder voltar a tocar na América do Sul.

Para aqueles que querem entrar no Mundo do The Gathering, como descreveria o som hoje em dia?

É muito, mas muito difícil, pois acredito que somos muito ecléticos e temos muitas influencias. Não somos apenas uma banda de heavy metal,rock, pop, atmosférico ou o que seja. Eu acho que somos uma mistura de tudo isso e isso é o The Gathering. Acredito que temos a nossa própria categoria. Eu deixo outras pessoas decidirem por si mesmas que tipo de música criamos, pois eu não sei realmente.

“Beautiful Distortion” é um álbum muito lindo melodicamente e uma música que se destaca é ‘Grounded’. Você poderia explicar um pouco a parte rítmica para esta música?

Primeiro tivemos algo bem lento ritmicamente, mas não funcionou e se tornou algo que fizemos diversas vezes já. As coisas mais lentas. Então aceleramos um pouco e surpreendentemente funcionou, pois é muito difícil fazer uma atmosfera num compasso mais acelerado e acho que fizemos algo bem legal. Eu fiz o groove em casa claro, por causa do COVID-19 eu fiquei em casa por muito tempo e ensaiei na parte de cima de minha casa onde tenho um kit eletrônico e acabou surgindo. Ficou com um suingue interessante. A banda inteira na verdade ouviu muito Motown ao criar este álbum. Não somos fãs de Motown, mas especialmente quando gravamos o álbum estávamos ouvindo o estilo. Motown tem aquela batida fixa, forte com um groove e foi certa influência para gente. Tivemos uma batida constante, mas com variações e desenvolvemos a canção com esta batida fixa. É o que fizemos com ela.

Mas Silje teve alguma influência no estilo Motown para esta música?

Motown foi apenas uma influência para a bateria. Fizemos uma demo e Silje já tinha as linhas de vocal para esta música. Mas estávamos um pouco lutando com a estrutura da bateria, então foi uma saída. No caso dos vocais está longe de ser algo do Motown, claro.

Óbviamente Motown não pode ser um estilo musical que vocês seguem em sua música, muito menos Silje como vocalista (risos).

Estas coisas podem ser inspiradoras e você pode usar elas na sua música. É sempre legal colocar estes elementos musicais ou até de filmes em sua própria música. Attie (Attie Bauw), nosso produtor, gosta de trabalhar com camadas de bateria, então tentamos outros padrões de bateria e ás vezes a gente combina elas ou coloca uma em cima da outra. Fazemos muitas demos e no estúdio a gente tenta coisas. Temos um kit para testar coisas e também um para diversão, onde temos três microfones onde apenas nos divertimos em cima das coisas que já gravamos. Temos também elementos eletrônicos que ás vezes vem de Frank (N.E.: Frank Boeijen,tecladista), as vezes são minhas e são sons feitos eletronicamente. Então é um processo que constantemente está mudando até o processo de mixagem. Mas a parte principal é que gravamos muita bateria e quando temos tempo, gravamos diferentes velocidades.

Vejo que o baixo elétrico é um elemento muito importante na música do The Gathering. Como você e o Hugo trabalham juntos?

Sim, sempre tivemos. Sempre tivemos aquele clique também. Conhecemos Hugo (N.E.: Hugo Prinsen Geerling, baixo) há muito tempo e eu o conheço há 33 anos então sabemos como fazer um groove e quando ele voltou a banda, este groove estava de volta imediatamente. Acredito que somos uma sessão rítmica muito boa.

Estes experimentos são realmente bons, não?

Esta é a forma que gostamos de trabalhar, pois existem diversas aproximações quando o assunto é a nossa música, principalmente nos arranjos e no modo de criar música. Amamos fazer isto e quanto mais tempo temos, mais experimentos iremos fazer.

‘We Rise’ é uma música mais pesada, com uma certa distorção até. Vocês intencionalmente trouxeram o peso de Nighttime Birds para os dias de hoje?

Foi uma atmosfera mais pesada, meio doom que tentamos fazer aqui com a música “We Rise”. Foi também o primeiro riff que René (N.E.: René Rutten,guitarra) escreveu para este álbum e também foi a primeira ideia na verdade e queríamos fazer uma música que lembrasse os tempos áureos da banda e acredito que virou isso no final. A música tem muita conexão com o passado e claro, alguns elementos novos. Mas seria uma canção que seria perfeita em “How To Measure A Planet?” e tem elementos do “Nighttime Birds” também então é bem interessante. Mas é mais uma música das antigas no álbum. É um riff pesado, meio doom, a bateria bem devagar. Na canção ‘Drowned’ a gente acelerou um pouco, mas nesta a gente queria algo com um groove lento bem típico do The Gathering.

É interessante ouvir a discografia de vocês e ver tanta influência de todos os gêneros. Há influencia do trip-hop inglês até o shoegaze. Existe um limite pra isso?

Sempre tivemos uma atmosfera meio inglesa na banda. Nossas bandas favoritas são inglesas. Pode ser Pink Floyd nos anos 70 ou Dead Can Dance e Cocteau Twins dos anos 80. Estas bandas nunca estiveram tão longe de nossas raízes e você pode ouvir isto claramente. Temos muitos elementos do metal, no entanto como Paradise Lost e Anathema, mas mais uma vez não conseguimos fugir da influência inglesa em nossa música. Não se esqueça também do shoegaze com bandas como Slowdive e Mogwai que também são bandas inglesas – somos fortemente ligados á cena musical inglesa.

Como vocês fazem esta junção de estilo ao vivo? Juntando músicas de épocas tão diferentes?

Nós apenas começamos a tocar – simples. O setlist é a organização. A gente também muda o setlist durante a turnê. A seleção musical é orgânica, viva e sempre está em mudança. Não mantemos o setlist durante o ano todo. Mudamos muito as coisas. Agora por exemplo quando vamos para a América Latina e sabemos que temos que tocar músicas mais antigas – ensaiamos algumas sabendo que o público vai amar. Mas como tocamos muito aqui na Holanda, é normal que a gente toque músicas do álbum mais recente. Eles já ouviram as músicas velhas demais. Como já não tocamos na América Latina há 11 anos, achamos que seria prudente incluir músicas mais velhas também. Mas criar este setlist é algo bem orgânico para nós.

"Beautiful Distortion" novo álbum de estúdio dos holandeses do The Gathering

Mas como funciona para vocês tocar isto em sequência?

Tocar estas músicas ao vivo é sempre algo mais bruto do que quando gravado no estúdio. Para mim eles diferem um pouco, pois músicas de Mandylion ou de Souvenirs, apesar de serem tão diferentes, com estilos tão distintos, ainda são The Gathering. Mas para a bateria, sempre penso que uma música tem uma sonoridade mais “metal” ou a outra tem uma sonoridade mais “leve” e isso demora um pouco – mas não faz a diferença para um show do The Gathering.

Podemos esperar do show aqui no Brasil algo como “Sound Of Relief” ou teremos algo totalmente diferente?

Sound of Relief foi uma abordagem mais acústica para as nossas músicas. Nossos shows normais são um show de rock e podem ser bem pesados. Mas temos muitas dinâmicas. A gente toca músicas novas e velhas e temos muita dinâmica. Temos atmosferas leves, mas também absurdamente pesadas em nossos shows ao vivo. Tocar com atmosferas e dinâmicas são algo muito importante para a banda. Você vai ouvir muito estas variações de nossa música nos shows ao vivo.

Quais são suas expectativas para os shows no Brasil?

A turnê foi adiada duas vezes, esta é a terceira vez. Então estamos muito ansiosos por estes shows e mesmo tendo esta pandemia ainda rolando, queremos muito tocar para o público brasileiro e para o público do Rio de Janeiro, para qual nunca tocamos antes! Estamos chegando!

SERVIÇO

The Gathering em São Paulo

Data: 28 de setembro de 2022 (quarta-feira)

Local: Manifesto Bar

Endereço: Rua Iguatemi, 36 – Itaim Bibi

Horário: 20h (abertura das portas)

Classificação etária: 16 anos (obrigatório apresentação do documento de identidade)

 

Ingressos:

Pista Meia:

Meia Lote 3 R$ 190,00

Pista Promocional:

Promo +1Kg Antecipado Lote 2 R$ 190,00

Pista Inteira:

Inteira Lote 2 R$ 380,00

Camarote Meia:

Meia Lote 1 R$ 240,00

Camarote Promocional:

Promo +1Kg Antecipado Lote 1 R$ 240,00

Camarote Inteira:

Inteira Lote 1 R$ 480,00

 

Venda online: https://www.bilheto.com.br/evento/245/The_Gathering

Pontos físicos de venda:

Manifesto Bar (Sem taxa de conveniência)

Pontos conveniados Bilheto (Sujeito a taxa de conveniência)

 

MEIA-ENTRADA

– Estudantes: Somente com carteirinha do órgão estudantil oficial, dentro do prazo de validade e com foto;

– Idosos: Idosos com idade superior a 60 (sessenta) apresentando o documento de identidade na entrada do evento;

– Professores de Rede Pública: Professores da Rede Pública apresentando o comprovante na entrada do evento;

– Portadores de Necessidades Especiais: Possuem direito a meia-entrada, estendido a um acompanhante.

Deve apresentar o cartão de benefício de prestação continuada de assistência social a pessoa com deficiência ou documento emitido pelo INSS que ateste aposentadoria.

INFORMAÇÕES SOBRE INGRESSOS

Ingresso Promo +1kg

Ingresso promocional válido mediante a doação de 1kg de alimento na entrada do evento (exceto sal e açúcar).

Fone: (11) 3168-9595 | WhatsApp (11) 94747-5883

E-mail: info@manifestobar.com.br

*Cartões: Visa, Mastercard, Elo, American Express e Dinners

*Débito: Visa Electron, Maestro, Rede Shop