Memory Remains

Memory Remains: AC/DC – 28 anos de “Ballbreaker” e o retorno de Phil Rudd na bateria

26 de setembro de 2023


Há 28 anos, em 26 de setembro de 1995, o AC/DC lançava seu décimo-terceiro álbum de estúdio. “Ballbreaker” é assunto do nosso Memory Remains desta terça-feira de primavera quente que mais se parecem com o verão.

Se “Ballbreaker” não foi na época muito bem recebido pela crítica, ele tem um marco importante: a volta do baterista Phil Rudd, que havia saído da banda em 1983 por divergências, principalmente com Malcolm Young. Era o primeiro álbum que a banda lançava após um hiato de 5 anos entre “The Razors Edge“, que fez aniversário recentemente. E a produção, ficou a cargo de Rick Robin, sobre o qual Malcolm Young deu a seguinte declaração:

Rick Robin não é um roqueiro. Tenho certeza disso. Nunca mais vamos fazer outro trabalho com ele, para ser honesto, o cara era um impostor.”

Mas “Ballbreaker” pode não ter superado “The Razors Edge“, porém, tem seus bons momentos. E em 49 minutos temos aquele Hard Rock caprichado com o selo de qualidade do AC/DC. E em decorrência dos desentendimentos entre banda e Rick Robin, Mike Fraser, que atuava com engenheiro de som neste play, acabou assumindo a produção das partes finais.

Com a volta da formação que ficou mais conhecida, sobretudo a partir do clássico álbum “Back in Black“, eles se revezaram entre as costas leste e oeste dos Estados Unidos, onde utilizaram o Record Plant, em Nova Iorque e o Ocean Way, em Los Angeles, entre o final de 1994 e o início de 1995 para gravar o aniversariante do dia.

Temos a abertura com a sensacional “Hard as a Rock“, com os riffs sem distorção alguma dos irmãos Young em uma música que é estupenda, na qual os vocais rasgados de Brian Johnson se destacam. Essa foi a primeira música da banda que eu conheci, através da MTV, antes mesmo de saber que a banda havia eternizado clássicos como “TNT“, “Back in Black” e “Shoot to Thrill“, por exemplo.

Cover You in Oil” é aquela música meio Hard, meio Blues, que o AC/DC sempre fez de maneira competente e que nunca soa repetitiva. “The Furor” tem uma pegada bem Country, que aliada ao peso das guitarras soa excepcional. Um solo magistral abrilhanta mais a faixa.

Boogie Man” é bem bluesy, calminha, que nos remetem aos filmes sexys, é a imagem que nos vem à cabeça ao escutar esse sonzão, em que mais uma vez brilha o solo. Em “The Honey Hall” temos um AC/DC ainda com fortes influências do Blues, mas aqui soando como na década de 1970. Poderia facilmente estar incluso em um álbum como “High Voltage” ou “Powerage“, por exemplo. Muito boa.

Burnin’ Alive” é uma das melhores do disco, um Hard Rock puro e simples que somente essas feras da Austrália são capazes de produzir. Outra música em que o solo brilha. “Hail Caesar” é aquela faceta Hard Rock do AC/DC que combina com festas, uma música com essa cara alegre, em que o ouvinte se imagina em um bar tomando uma bela cerveja gelada num ambiente pra lá de descontraído. É isso que o som do AC/DC nos remete.

Love Bomb” é mais pesada, com solos bem elaborados, bons riffs de guitarra e um refrão poderoso. “Caught With Your Paints Now” começa mais devagar, nos dando a impressão de que será uma música mais calma, mas logo ela fica mais rápida à medida que se desenvolve, se tornando uma das minhas favoritas. E um solo bem bluesy, sendo um pouco mais rápido, como pede uma música. Perfeita.

Whiskey on the Rocks” é um título sugestivo para este redator que trabalha como bartender e tem este destilado como um de seus favoritos. Aqui temos outra faixa com pitadas country que ganham força com o peso das guitarras. Muito boa. E o fechamento do álbum não poderia ser melhor e com a melhor faixa do play: “Ballbreaker“, aquele blues pesadíssimo que desafia a inércia do ouvinte. Impossível não banguear com esse som maravilhoso e um solo bastante técnico.

E em 49 minutos temos um AC/DC fazendo o que dele se espera: um Hard Rock com qualidade ímpar e que nunca soa repetitivo. O álbum teve uma boa recepção entre fãs e a crítica especializada. Nos charts, o disco chegou ao 1º lugar no chart da Austrália e na Suécia, 2° na Nova Zelândia e na Áustria; 3° na Belgica e na Suíça, na “Billboard 200”, Alemanha, Canadá e Noruega alcançou o 4º lugar; na “UK Albums Chart” (Reino Unido) ficou nem 6º; 12° na Hungria e 28° na Holanda. Em 2008, alcançou a 194ª posição no Japão.

Após o lançamento, o AC/DC saiu em turnê mundial, que culminou com o lançamento de um DVD ao vivo, “No Bull”, lançado em 1996. Durante esta turnê, cinco músicas do então recém-lancado disco foram executadas: “Hard As a Rock“, “Boogie Man“, “Cover You In Oil“, “Hail Caesar” e “Ballbreaker“.

Então vamos celebrar este disco, desejando longa vida ao AC/DC, que segue firme e forte, lançando discos e fazendo shows. Uma pena que mais uma vez sem o baterista Phil Rudd. Não sabemos ainda se é temporariamente ou em definitivo.

Ballbreaker – AC/DC

Data de lançamento – 26/09/1995

Gravadora – Albert

 

Faixas:

01 – Hard as a Rock

02 – Cover You in Oil

03 – The Furor

04 – Boogie Man

05 – The Honey Roll

06 – Burnin’ Alive

07 – Hail Caesar

08 – Love Bomb

09 – Caught With Your Paints Down

10 – Whiskey on the Rocks

11 – Ballbreaker

 

Formação:

Brian Johnson – vocal

Angus young – guitarra

Malcolm Young – guitarra

Cliff Williams – baixo

Phil Rudd – bateria