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Memory Remains: AC/DC – 34 anos de “Blow up Your video” e o retorno do sucesso de vendas

Memory Remains: AC/DC – 34 anos de “Blow up Your video” e o retorno do sucesso de vendas

18 de janeiro de 2022


Em 18 de janeiro de 1988, o AC/DC lançava “Blow up Your Vídeo“, o álbum de número onze da discografia desse quinteto australiano que todos nós amamos e que é tema do nosso Memory Remains desta terça-feira.

Após a turnê de seu álbum anterior, “Who Made Who“, a banda se reuniu para escrever o vindouro álbum e o local escolhido foi o “London’s Nomis Studio” , em Londres, onde eles ficaram enclausurados durante o mês de julho de 1987. Canções escritas e ensaiadas, eles atravessaram o Canal da Mancha e foram parar no “Studio Miraval“, no sul da França e por lá ficaram entre agosto e setembro do mesmo ano, sob a batuta dos produtores Harry Vanda e George Young.

Blow up Your Vídeo” também é o último registro de estúdio do baterista Simon Wright. Phill Rudd voltaria depois para o posto de onde ele nunca deveria ter saído. Vamos então passear pelas dez músicas que compõem o aniversariante do dia.

Heatseeker” se inicia com riffs que nos dão a impressão de que vai ser uma música mais Southern Rock, mas logo logo a dupla Angus e Malcolm Young mudam drasticamente o andamento e a música se torna um baita Rockão com um vigor impressionante. Até soa um bocado diferente do que o AC/DC costuma fazer. E com direito a um belo solo. “That’s the Way I Wanna Rock and Roll” traz de volta o clima setentista, dos tempos de Bon Scott nos vocais em outra música cheia de energia que contagia o ouvinte. Belo início.

Em “Meanstreak“, a banda nos brinda com a velha pegada bluesy que vez por outra a banda insere em suas canções e se não é tão empolgante quanto as duas faixas anteriores, ao menos não decepciona. Afinal de contas, estamos falando do AC/DC. “Go Zone‘, a faixa número quatro é um Hard Rock cujo andamento é mais arrastado e se não há empolgação por parte dos músicos, os riffs são bons e a música tem um certo peso, além do bom solo, que é o grande destaque.

Divulgação

Em “Kissin’ Dynamite”  o nível volta a subir e temos uma música densa e bem estruturada, onde as guitarras são inconfundíveis, você escuta e já sabe que ali estão os irmãos Young arregaçando tudo. A segunda parte do play se inicia com “Nick of Time“, que traz o baixo de Cliff Williams na intro e depois o restante da banda entrando com o Rock que o AC/DC sabe fazer como ninguém: vigoroso e poderoso, da forma mais simples possível. Uma das melhores músicas do disco, sem sombra de dúvidas.

Chega “Some Sin for Nuthin’ ” e temos o AC/DC se rendendo ao Glam Rock que andava em voga nos anos 1980 e a banda não compromete nessa empreitada. A atmosfera setentista retorna com “Ruff Stuff“, onde temos batidas retas, mas precisas de Simon Wright e com direito a um refrão pra lá de grudento. “Two’s up” é a faixa número nove e a mais pesada do play, além de ser uma das que se destacam entre todas as que estão presentes no play devido ao seu clima bem Hard Rock.

This Means War” é faixa derradeira e a que tem o andamento mais rápido. Aqui a o nível de empolgação é elevadíssimo e a música não poderia ser a melhor escolha para se encerrar um disco muito cima da média. Por vezes temos sensação de que a banda está tocando Country só que em um andamento quase igual aos das bandas de Speed Metal. Excelente música. Final apoteótico. Digno do AC/DC.

Temos 10 faixas em 42 minutos que fazem do aniversariante do dia um belo disco. Obviamente que não se compara aos grandes clássicos lançados pelo AC/DC, mas este aqui está longe de ser um disco subestimado. Tem grandes momentos e a prova disso foi o sucesso que fez entre o público, sendo o disco da banda que mais vendeu desde “For Those About to Rock… We Salute You“, de 1981. O álbum foi certificado com disco de ouro na Alemanha, Espanha, Finlândia e no Reino Unido; Platina nos Estados Unidos e em sua terra natal, a Austrália, foi certificado com triplo Platina.

Nos charts pelo mundo, o disco alcançou o 2° lugar na Austrália e no Reino Unido, 3° na Noruega, 4° na Suiça, Suécia, Alemanha e na Nova Zelândia; na “Billboard 200“, o álbum alcançou a 12ª posição, 14° no Canadá, 15° na Áustria e 26° na Holanda. E nos nossos corações, certamente ocupa uma das primeiras posições.

Após o lançamento, a banda saiu em turnê que se indicou em Perth, Austrália, depois mais 15 datas em sua terra natal, onde eles não se apresentavam haviam sete anos. Pouco tempo depois, o quinteto fez uma tour pela América do Norte, mas Malcolm Young não foi, pois ele havia decidido iniciar o tratamento contra sua dependência alcoólica, sendo substituído pelo sobrinho Stevie Young, que hoje ocupa o posto permanente de guitarrista da banda, justamente no lugar do saudoso tio.

Enfim, a banda caminhava de volta rumo ao topo, o que se confirmou com o sucessor, “The Razor’s Edge” (1990), que terá sua história contada em breve por aqui. Hoje é dia de celebrarmos esse maravilhoso disco. Se cuidem, a pandemia ainda não acabou, temos visto muitos shows sendo cancelados por causa do aumento nos casos de Covid-19. Não podemos ignorar o vírus nem tampouco as vacinas. Se não nos cuidarmos, não poderemos voltar a prestigiar nossos ídolos de volta aos palcos. Pensemos nisso enquanto escutemos esse baita play.

Blow up Your Vídeo – AC/DC
Data de lançamento – 18/01/1988
Gravadora – Atlantic

Faixas:
01 – Heatseeker
02 – That’s the Way I Wanna Rock and Roll
03 – Meanstreak
04 – Go Zone
05 – Kissin’ Dynamite
06 – Nick of Time
07 – Some Sin for Nuthin’
08 – Ruff Stuff
09 – Two’s up
10 – This Means War

Formação:
Brian Johnson – vocal
Angus Young – guitarra
Malcolm Young – guitarra
Cliff Williams – baixo
Simon Wright – bateria