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Memory Remains: Aerosmith – 32 anos de “Pump”, distância das drogas e prêmio no Grammy Awards

Memory Remains: Aerosmith – 32 anos de “Pump”, distância das drogas e prêmio no Grammy Awards

12 de setembro de 2021


Em 12 de setembro de 1989, o Aerosmith lançava seu décimo álbum, “Pump“, um dos mais populares e também um dos que mais venderam na história da banda. Esse clássico é tema do nosso Memory Remains deste domingão.

O álbum é o terceiro após os retornos de Joe Perry e Brad Whitford, remontando a formação clássica que fez sucesso na década de 1970. Porém, a diferença aqui é que os caras estavam limpo das drogas e estavam voltando a ficar em evidência, principalmente em virtude do lançamento do álbum anterior, o multiplatinado “Permanent Vacation” (1987). O aniversariante do dia só veio afirmar a boa fase vivida pelos outrora chamados de The Bad Boys from Boston.

Como não se mexe em time que está vencendo, a banda optou em manter a receita do álbum anterior e repetiu o estúdio utilizado para as gravações, o “Little Mountain Studios“, em Vancouver, Canadá, além do produtor Bruce Fairbairn. Os caras ficaram trancafiados no estúdio entre os meses de janeiro e junho de 1989, porém, os ensaios das novas canções se iniciaram ainda em dezembro de 1988, em Massachusetts, onde eles escreveram 19 canções, onde 10 foram escolhidas para representar Pump na versão original e mais uma entrou na versão japonesa como bônus track. Vamos então sem mais delongas dissertar sobre as faixas deste lindo play.

Young Lust” abre os trabalhos da melhor forma possível, com um baita Hard Rock contagiante e cheio de energia. “F.I.N.E.” é relativamente pesada e tem o refrão grudento, como uma música Hard Rock dos anos 1980 deve ter. Excelente. As iniciais desta segunda faixa significa Fucked up, Insecure, Neurotic and Emotional e o leitor não precisa ser fluente em inglês para manjar o significado.

A faixa número três já nasceu clássica, “Love in an Elevator“, com sua pegada mais puxada para as rádios, mas sem perder a essência Rock. Se você não conhece essa música, perdoe-me dizer, mas você não conhece o Aerosmith, ela foi lançada como single e tocou muito nas rádios. A música é acompanhada de uma pequena vinheta inicial, que foi batizada de “Going Down“.

Aerosmith em ensaio fotográfico para o álbum “Pump”

Norman Seeff

Aerosmith em ensaio fotográfico para o álbum “Pump”

Monkey on my Back” dá sequência ao desfile de clássicos, com suas batidas dançantes e um ritmo pra lá de legal. A seguir, vem a música que eu particularmente considero como sendo a melhor de toda a carreira dos caras: “Janis Got a Gun” e seu Groove, acompanhado daquele clima de tema de filme de suspense. Linda, épica, maravilhosa. Talvez o mais famoso dentre todos os singles deste álbum. Aqui também temos uma pequena vinheta antes de a música começar para valer, chamada “Water Song“.

Se o leitor está no vinil, é hora de virar o lado da grande bolacha: e temos um Medley abrindo o play, a curta instrumental “Dulcimer Stomp“, que é uma espécie de vinheta country, seguida por “The Other Side“, uma típica canção Glam Rock. A zeppeliana “My Girl” é outro momento de diversão garantida no disco, muito proporcionada pelo belo solo de Joe Perry.

Don’t Get Mad, Get Even” tem uma intro que nos dá a impressão de que a música vai ser chata, mas para nossa felicidade logo entra a gaita de Steven Tyler trazendo o agradável clima Southern e assim a música vai se desenvolvendo e mantendo o nível do álbum na altitude de cruzeiro.

Outro medley chega e desta vez a vinheta é muito chata, recebendo o nome de “Hoodoo/Voodoo“, que felizmente dura menos de um minuto e logo entra o Rock visceral de “Medicine Man“, com o baixo colaborando para se ter um certo peso e guitarras alucinadas. A balada “What it Takes” encerra o play em um misto de melodia e melancolia. Lançada como um dos singles, ela fez sucesso, sobretudo entre a galera que não é familiarizada com o Rock. Bela canção. Ainda há espaço para uma pequena música instrumental, escondida, uma espécie de folk, tocada por um sujeito chamado Randy Raine-Reusch.

O que é bom dura pouco e em pouco mais de 47 minutos o álbum passou por nós que nem percebemos. O bom é que a gente pode apertar o repeat e escutar de volta. “Pump” foi um sucesso de vendas, foi o álbum mais vendido do ano de 1990 nos Estados Unidos com mais de 7 milhões de cópias adquiridas por fãs. A crítica recebeu o álbum muito bem: “Loudwire” elegeu o álbum como sendo o 4° melhor da carreira do quinteto, enquanto que a “Spin” compilou uma lista com os 300 melhores discos dos últimos 30 anos, onde Pump ocupa a 279ª posição.

Não somente isso, “Pump” fez com que a banda ganhasse o seu primeiro Grammy Awards, com a música “Janis Got a Gun“. “Love in an Elevator” foi a primeira música a alcançar o topo da “Billboard“, na categoria Mainstream Rock Tracks. O disco alcançou o topo das paradas australianas, a 3ª posição no Reino Unido, a 5ª posição na “Billboard 200“, 8ª na Suécia e Nova Zelândia, 9ª na Suiça e Noruega e a 10ª no Japão. Ainda abocanhou o Disco de Ouro na Alemanha e no Reino Unido, Platina na Nova Zelândia, dupla platina na Austrália e mais 7 vezes platina no Canadá e nos Estados Unidos. Não é pouca coisa.

Os caras demorariam longos 4 anos para lançar um novo play e não deixariam por menos ao lançar o não menos maravilhoso “Get a Grip“, mas isso é assunto para outro dia. Hoje é a oportunidade de celebrarmos esse disco lindo e agradecer por ter esses simpáticos senhores ainda na ativa. Esperamos que essa pandemia seja controlada o quanto antes para que possamos vê-los em ação novamente. Longa vida ao Aerosmith.

 

Pump – Aerosmith
Data de lançamento – 12/09/1989
Gravadora – Geffen

Faixas:
01 – Young Lust
02 – F.I.N.E 
03 – Going Down/ Love in an Elevator
04 – Monkey on my Back
05 – Water Song/ Janis Got a Gun
06 – Dulcumer Stomp/ The Other Side
07 – My Girl
08 – Don’t Get Mad, Get Even
09 – Hoodoo/ Voodoo Machine Man
10 – What It Takes

Formação:
Steven Tyler – vocal/ gaita/ teclado
Joe Perry – guitarra/ slide guitarra em Monkey on my Back/ backing vocal
Brad Whitford – guitarra
Tom Hamilton – baixo/ backing vocal em Love in an Elevator
Joey Kramer – bateria

Participações especiais:
Bob Dowd – backing vocal em Love in an Elevator
Catherine Epps – voz na introdução de Love in an Elevator
Bruce Fairbairn – backing vocal/ trompete em Love in an Elevator
The Margarita Horns – saxofone
John Webster – teclado