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Memory Remains: Alice In Chains – Os 30 anos de ‘Facelift’, a estreia com pé direito

Memory Remains: Alice In Chains – Os 30 anos de ‘Facelift’, a estreia com pé direito

21 de agosto de 2020


Em 21 de agosto de 1990, “Facelift”, o debut álbum do ALICE IN CHAINS era lançado e apresentava uma banda que, embora seja rotulada como grunge, traz consigo muitos elementos do Heavy Metal.

Se fôssemos fazer um “The Big Four” das bandas deste movimento de Seattle, este seria composto pelo ALICE IN CHAINS, PEARL JAM, NIRVANA e SOUNDGARDEN. Cada uma com sua peculiaridade: O NIRVANA com uma sonoridade mais punk, o SOUNDGARDEN com uma pegada mais BLACK SABBATH, o PEARL JAM em seu primeiro momento mais Hard Rock e depois incorporando elementos do Rock Progressivo e o ALICE IN CHAINS sendo a banda mais pesada deste nicho, adorada por fãs tanto do Grunge quanto do Metal, talvez a que encontre menos resistência entre os headbangers.

Para o primeiro registro, a banda se juntou ao produtor Dave Jerden, que se encarregou também da gravação e mixagem. E as gravações ocorreram em dois estúdios: “London Bridge Studios”, em Seattle e no “Capitol Recording Studios”, em Hollywood. A bolacha fora lançada pela Columbia Records.

Temos a abertura do disco simplesmente maravilhosa, com três clássicos: a pesadíssima “We Die Young”, em que a banda abusa do peso das guitarras, emendada com o maior clássico da história da banda,

“Man in the Box”, igualmente pesada, com riffs cavernosos do excelente Jerry Cantrell. Essa música foi executada à exaustão não só pela MTV, mas também pelas rádios Rock aqui no Brasil.

E a trinca de ouro do disco fecha com outro clássico, “Sea of Sorrow”, essa música pesada, mas não tanto quanto as duas anteriores e ainda carrega um feeling bluesy em sua introdução e um solo simplesmente arrebatador do grandioso Jeery Cantrell. Três excelentes sons que já valem pelo CD inteiro.

Alice in Chains, na época de lançamento do álbum 'Facelift'

Lauryn Schaffner

Alice in Chains, na época de lançamento do álbum 'Facelift'

“Bleed the Freak” já dá uma freada brusca no clima protagonizado pelas três primeiras músicas e não é que ela seja uma faixa ruim. Não é. Segue pesada, com um ou outro riff mais pesadão. “I Can’t Remember” traz um violão em sua intro e um clima mais deprê, que iria também caracterizar o som da banda futuramente.

“Love, Hate, Love” traz um clima semelhante ao da faixa anterior, porém, com um pouco mais de peso, em uma música considerada por Jerry Cantrell como a “obra-prima” do álbum. “It Ain’t Like That” traz um pouco de Stoner em sua introdução e guitarras mais pesadas, com riffs arrastadões, um clima bem denso. Interessante esse som.

“Sunshine” tem um começo meio chato, mas depois que ela se desenvolve, ganha uns riffs interessantes e o clima denso permanece. Esta música fala sobre a morter da mãe de Jerry, aliás, o álbum é dedicado à sua memória. “Put You Down” tem muita influência de GUNS N’ ROSES. Essa é a faixa mais Hard Rock do disco.

“Confusion” começa lenta como uma balada e ganha um pouco de peso em seu refrão, sendo a menos interessante do disco. “I Knew Something (Bout You)” começa com bastante swing na guitarra e linhas de baixo interessante, depois ganhando riffs que novamente nos faz lembrar do GUNS N’ ROSES. O álbum se encerra com “Real Thing” que é uma espécie de blues pesado. Bem interessante, que fecha bem um disco honesto e que por isso se faz digno de homenagem.

Em 54 minutos temos um bom disco de estreia que é o “Facelift”. E a banda ainda faria melhor no seu disco sucessor, “Dirt”, este considerado por este que vos escreve como o melhor da discografia do AIC, mas isso é história para ser contada em outra oportunidade. Hoje é dia de celebrar este disco e agradecer pelo fato de Jerry Cantrell ainda ter disposição para levar a cabo o ALICE IN CHAINS, a banda mais pesada e que se mantém fiel ao Rock.

“Facelift” foi indicado ao Grammy em 1992 na categoria “Melhor Performance Hard Rock com Vocal”, mas acabou perdendo para o VAN HALEN e seu “For Unlawful Carnal knowledge”. “Man in the Box” teve seu videoclipe eleito como o melhor vídeo de “Heavy Metal/ Hard Rock” na edição de 1991 do Video Music Awards, da MTV. Foi também o primeiro disco dentre as bandas de Seattle a ser certificado como Disco de Ouro, sendo mais tarde certificado como duplo Platina, chegou a posição de número 42 da “Billboard” e teve a benção do Madman: sim, Ozzy elegeu o aniversariante de hoje como um de seus dez melhores álbuns de Heavy Metal.

Um discaço, completando 30 anos e que envelhece muito bem, obrigado. O ALICE IN CHAINS é mais uma das bandas que esperamos ver em breve na ativa tão logo essa pandemia interminável chegue ao seu fim, ou ao menos que nos permita voltar a viver, ainda que de uma maneira bem diferente daquela que imaginávamos que seria este ano de 2020. Parabéns ao mais novo trintão da área.

Facelift – Alice in Chains

Data de lançamento – 21/08/1990

Gravadora – Columbia

Faixas::

01 – We Die Young
02 – Man in the Box
03 – Sea of Sorrow
04 – Bleed the Freak
05 – I Can’t Remember
06 – Love, Hate, Love
07 – It Ain’t Lije That
08 – Sunshine
09 – Put You Down
10 – Confusion
11 – I Know Something (Bout You)
12 – Real Thing

Formação:

Layne Stanley – Vocal
Jerry Cantrell – Guitarra
Michael Starr – Baixo
Sean Kinney – Bateria