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Memory Remains: Anthrax – 34 anos de “Among the Living”, um disco que mais se parece um Greatest Hits

Memory Remains: Anthrax – 34 anos de “Among the Living”, um disco que mais se parece um Greatest Hits

22 de março de 2021


Se em 1986, três das bandas do The Big 4 lançaram as obras-primas de suas respectivas carreiras, o Anthrax lançou a sua um pouco tardiamente. Mais precisamente em 22 de março de 1987. E os caras não decepcionaram, pois “Among the Living” é o ponto alto dos caras, tal como o ano de 1986 foi o ano das demais bandas da Bay Area.

Hoje o terceiro álbum deste quinteto apaga as velinhas, sendo assunto do nosso Memory Remains. Um disco que nasceu e segue clássico, conforme eu irei detalhar mais abaixo, com uma música melhor que a outra, algumas eternizadas como os clássicos do Thrash Metal.

Para “Among the Living“, o Anthrax recrutou o renomado produtor Eddie Kramer, que tem em seu currículo, assinaturas em trabalhos de Twisted Sister, Raven, Baron Rojo, entre outros. A própria banda co-produziu o aniversariante de hoje. Todos adentraram ao “Quadradial Studios“, em Miami, enquanto que a mixagem foi feita nas Bahamas, Vamos destrinchar cada uma das nove faixas deste play.

A faixa título chega mostrando que nasceu clássica e obrigatória até hoje nos shows da banda. Pesada, veloz e excelente o trabalho do baixista Frank Bello. Os riffs são igualmente excelentes, bem como o trampo do excepcional Charlie Benante. Outra paulada na cabeça do ouvinte é a linda “Caught in a Mosh“, que começa com riffs assombrosos e logo descamba para um Thrash Metal veloz nas estrofes, e incluindo Groove no refrão. Essa é uma das minhas favoritas da carreira da banda. Que sonzera.

O leitor que estiver ouvindo pela primeira vez esta bolacha há de perguntar se esse se trata de um greatest hits, pois a terceira faixa é a também clássica “Madhouse“. Eu vos digo que não, os caras estavam inspirados e temos aqui uma música pesada, densa e com uma grooveira maravilhosa, ficando rápida na parte final.

A sequência do greatest hits continua com a faixa “Efilnikufesin (N.F.L.)”, outra das notáveis da carreira desta que é uma das The Big 4. Muito peso e riffs precisos, com algumas mudanças de andamento muito boas. N.F.L. significa “Nice Fuckin Life” e esta eu a conheci quando ouvi a regravação dos clássicos da banda na voz de John Bush, o excelente “The Greater of the Two Evils” (2004).

A Skelekton in the Closed” mantém o nível no alto, com a banda fazendo seu Thrash Metal muito bem trabalhado e aqui cabe um parêntese: das bandas do The Big 4, o Anthrax certamente é a mais técnica de todas. E a habilidade dos caras se mostra presente aqui.

O disco volta com mais uma clássica: “Indians“. Uma das mais importantes da sua carreira. Ela é técnica, rápida, agressiva, com muito Groove e tudo dividido em partes. E foi uma honra para este redator que vos escreve presenciar a banda tocando essa música no fechamento de sua apresentação no Rock in Rio 2019. Que música. “One World” traz um duelo entre Scott Ian e Dan Spitz contra Charlie Benante e o baterista leva a melhor neste duelo em que as estrofes são mais trabalhadas e o refrão bem rápido e agressivo. Um belo som.

Em “A.D.I. – Horror of It All” temos uma introdução bem longa, que começa acústica, tendo um violão abrindo e depois entra o peso, com o vocal de Joey Belladonna entrando só aos três minutos. E do alto dos seus quase oito minutos, é um som trabalharão, com um andamento mais cadenciado em quase toda a sua extensão. E o baixo de Frank Bello aqui aparece bem, dando o peso que a música precisa, principalmente ao final quando a música ganha um pouco mais de velocidade e um clima épico.

Imitation of Life” encerra um disco perfeito, em uma música direta, rápida em sua maior parte, mas com aquela quebrada no meio para que os caras mostrem que são bons em complexidade.

Among The Living” além de ser o mais importante álbum da carreira do Anthrax, ele é cercado de algumas curiosidades: o disco alcançou a posição de número 62 na “Billboard 200“; na Inglaterra, a bolacha ficou em 18º lugar, enquanto que na Suécia, alcançou o 43º posto. Foi ainda o primeiro disco da banda a conquistar o disco de ouro pela RIAA (empresa estadunidense que representa a indústria musical).

O título do disco foi inspirado na obra “The Stand“, de Stephen King. Este álbum é dedicado a Cliff Burton, baixista do Metallica, que faleceu no ano de 1986. Quando Joey Belladonna retornou à banda em 2005, “Among The Living” foi o disco que serviu de base para as músicas que formaram o setlist daquela turnê.

Assim é “Among the Living“, a obra maior do Anthrax. Um disco que envelhece muito bem e é uma ótima pedida para audição durante esta quarentena. E ele sobreviverá, como todos nós, a este período bem difícil da humanidade. Longa vida a essa banda sensacional. Estamos todos aguardando essa pandemia dar uma trégua para que possamos ser agraciados por novos álbuns.

Among the Living – Anthrax

Data de lançamento: 22/03/1987

Gravadora: Island Records

Faixas:

01 – Among the Living

02 – Caught in a Mosh

03 – I am the Law

04 – Efilnikufesin (N.F.L.)

05 – A Skelekton in the Closet

06 – Indians

07 – One World

08 – A.D.I. – Horror of it All

09 – Imitation of Life

Formação:

Joey Belladonna – Vocal

Scott Ian – Guitarra

Dan Spitz – Guitarra

Frank Bello – Baixo

Charlie Benante – Bateria