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Memory Remains: Black Sabbath – 39 anos de Mob Rules, a sequência com Dio e o primeiro álbum sem Bill Ward

Memory Remains: Black Sabbath – 39 anos de Mob Rules, a sequência com Dio e o primeiro álbum sem Bill Ward

4 de novembro de 2020


O décimo álbum do Black Sabbath completa 39 anos nesta quarta-feira, 4. E hoje “Mob Rules” é tema do nosso Memory Remains.

O play marca a estreia de Vinny Appice na bateria, em lugar de Bill Ward, que enfrentava problemas pessoais naquela época, s também motivado pela saída de Ozzy, optou por fazer a mesma escolha que o madman.

A banda retornou ao mesmo estúdio onde gravou “Heaven and Hell”, o Record Plant, em Los Angeles. Com produção de Martin Birch. Geoff Nicholas mais uma vez seria creditado como tecladista, então “Mob Rules” novamente traz o Black Sabbath como quinteto.

Era o segundo e derradeiro álbum da primeira passagem de Ronnie James Dio na banda. Alguns dos fãs do Black Sabbath o preferem a Ozzy. E o álbum anterior, “Heaven and Hell” explica muito disso: o baixinho dera um espetáculo a parte e contribuiu para que o álbum obtivesse o sucesso que teve.

Dio seguiu responsável pelas letras e aqui impôs um pouco de seu romantismo lítico, coisa que não estávamos acostumados com o Black Sabbath, pelo menos o dos primórdios. O resultado foi bom. Oa créditos sobre as músicas foram divididos entre os demais músicos.

Então sem mais delongas, vamos pôr a bolacha para rolar e conferir o que há nas nove faixas que compõem o aniversariante do dia: “Turn up the Night” começa com muito peso da guitarra de Tony Iommi e o baixo de Geezer Buttler, os remanescentes do lineup original. A voz de Dio brilha aqui e temos um Heavy Metal bem poderoso. Belo início.

“Voodoo” é mais voltada para o Hard Rock, mais cadenciadas, certinha, impecável. Já “The Sign of the Southern Cross”, do alto de seus sete minutos, começa apenas com o violão de Iommi acompanhado o vocal de Dio, nos dando a impressão de que será apenas uma balada, se desenvolve bem densa, com influências blues, mas com muito peso.

Denis O'Regan

“E5150” não passa de uma faixa bem irritante com barulhos desconexos. Para nossa sorte dura apenas dois minutos e logo entra a faixa título e seu rockão visceral, contagiante e pesado e um solo maravilhoso praticado pelo “pai” Iommi. “Country Girl” dá outra quebrada no ritmo do play, com outra música mais cadenciada, onde Dio ganha espaço para brilhar com sua performance vocal.

“Sliping Away” mostra mais deste “novo” Black Sabbath, ainda com fortes influências blues, mas se modernizando. Os bons riffs de Tony Iommi ajudam a torná-la mais agradável. “Falling off the Edge of the World” começa carregada de muita melancolia, mas ela se cresce e muito, à medida que se desenvolve, se tornando uma bela música de Heavy Metal, onde a banda claramente bebeu na fonte da NWOBHM. Sonzão.

“Over and Over” é a faixa que fecha a obra e aqui sim, a melancolia dá as cartas durante toda sua extensão, com um espaço para um solo sensacional de Tony Iommi, que nunca deixa a desejar nos discos do Black Sabbath, afinal, ele é o criador de toda essa bagaça que curtimos.

Em 40 minutos temos um álbum que, se não é sensacional quanto os primeiros da carreira ou tão arrebatador quanto “Heaven and Hell”, ele tem seus bons momentos. E de mais a mais, trata-se de um álbum do Black Sabbath, a banda que é simplesmente a mãe das mães de todas as bandas de Heavy Metal. Nada do que existe aí existiria se não fosse esses caras. Então vale o nosso respeito e a nossa devoção.

São 39 anos de história deste álbum que faz por merecer nossos confetes. Ainda que a década de 1980 não tenha sido frutífera para o Black Sabbath, era Iommi mostrando que poderia sobreviver ainda que não fosse com a formação original. Longa vida a “Mob Rules”.

Mob Rules – Black Sabbath

Data de lançamento – 04/11/1981

Gravadora – Vertigo/ Warner

Faixas:

01 – Turn up the Night
02 – Voodoo
03 – The Sign of the Southern Cross
04 – E5150
05 – The Mob Rules
06 – Country Girl
07 – Sliping Away
08 – Falling off the Edge of the World

Formação:

Ronnie James Dio – Vocal
Tony Iommi – Guitarra
Geezer Buttler – Baixo
Vinny Appice – Bateria
George Nichols – Teclado