Memory Remains

Memory Remains: Deep Purple – 52 anos de “Machine Head” e o nascimento do maior clássico da banda

Memory Remains: Deep Purple – 52 anos de “Machine Head” e o nascimento do maior clássico da banda

25 de março de 2024


Há 52 anos, em 25 de março de 1972, o Deep Purple lançava “Machine Head“, o sexto álbum da clássica banda, que é tema do nosso Memory Remains desta segunda-feira, a primeira do outono.

Esse é o terceiro disco do Deep Purple com a clássica formação e também o álbum de maior sucesso comercial de toda a história da banda. Diferente do álbum anterior, “Fireball“, quando a banda alternou momentos no estúdio com apresentações ao vivo, para o aniversariante do dia, eles queriam dedicar seu tempo exclusivamente para estar dentro de um estúdio e gravar sem pressa seu novo álbum. Então eles contrataram o Rolling Stones Mobile Studio e reservaram o Montreux Cassino. Entretanto, durante uma apresentação de Frank Zappa, pouco antes de se iniciarem as sessões de gravação, o local sofreu um incêndio, pois um espectador disparou um sinalizador na direção do teto do local. Assim sendo, eles reservaram o Grand Hotel, em Montreux, que ficava fechado no inverno.

Eles ficaram trancafiados lá entre os dias 6 e 21 de dezembro de 1971, com a própria banda fazendo a produção da bolacha. Eles entendiam que os trabalhos anteriores não eram tão bons a ponto de traduzir o que a banda era capaz de fazer ao vivo e por isso, queriam trazer para este novo álbum, o mesmo clima que eles conseguiam trazer quando estavam em cima dos palcos. Eles foram aconselhados a escolher um lugar fora do Reino Unido para não ter que gastar tanto dinheiro com impostos. A banda se instalou nas dependências do hotel vazio, mantendo a unidade móvel do lado de fora do hotel. A distância até onde eram registradas as gravações eram enormes e eles não ficavam indo ao local para escutar o que era gravado. Eles iam tocando até que ficassem satisfeitos com o resultado alcançado e assim as músicas foram sendo registradas.

Escolher a música mais icônica do Deep Purple é uma tarefa das mais ingratas, mas podemos dizer que foi aqui em “Machine Head” que nasceu o maior clássico da banda: estamos falando de “Smoke on the Water“. A música foi inspirada no acidente que impediu com que eles gravassem o álbum no Cassino de Montreux, com as labaredas alcançando as margens do lago Genebra. Roger Glover disse que acordou lembrando do incidente, dizendo a palavra “Smoke on the Water“, em voz alta, que Ian Gillan se encarregou de escrever uma letra. O vocalista falou certa vez sobre a cena que virou a clássica canção.

Estávamos sentados em um bar-restaurante a cerca de quatrocentos metros do cassino, e estava em chamas. O vento soprava das montanhas e levava a fumaça e as chamas para todo o lago.”

O álbum é curto e direto: 7 faixas em 37 minutos. Além de “Smoke on the Water“, faixas como “Highway Star”, “Lazy” e “Never Before” são outros destaques da bolacha, que foi muito bem recebida tanto pela crítica quanto pelo público. “Machine Head” é de influência enorme para o Heavy Metal, que na época ainda era um bebê e que iria no futuro se expandir, com tantas vertentes como conhecemos hoje em dia.

Nos charts, o álbum alcançou o topo na Austrália, Canadá, Dinamarca, Países Baixos, Finlândia, França, Alemanha e no Reino Unido, 3° na Noruega, 4° na Suécia, Itália e Áustria, 6° no Japão e 7° na “Billboard 200”. Foi certificado com Disco de Ouro no Japão, Itália e Suécia, Duplo Disco de Ouro na França e Duplo Platina nos Estados Unidos. A Kerrang! classificou o álbum em 35° lugar em sua lista dos “100 Melhores Álbuns de Heavy Metal de Todos os Tempos”; Ozzy Osbourne já afirmou que “Machine Head” é um dos seus dez melhores álbuns britânicos de todos os tempos. Em 2007 o The Guardian publicou um artigo no qual diz que o play é um dos cem álbuns que o leitor precisa ouvir antes de morrer.

Disco lançado, era hora de ir para a estrada. Uma turnê pelos Estados Unidos estava agendada, mas Ritchie Blackmore adoeceu. Quando o guitarrista se recuperou, eles começaram a viajar para promover o novo álbum. Pela primeira vez o Deep Purple tocou no Japão e as apresentações foram gravadas, o que acabou rendendo o álbum ao vivo “Live in Japan“. Mas nem tudo eram flores, o relacionamento entre Ian Gillan e Ritchie Blackmore era tenso e o vocalista chegou a entregar seu pedido de demissão, no ano de 1973 e deu seis meses para que os colegas de banda e os empresários decidissem o que iriam fazer do grupo a partir daquele momento. Era o fim da “MK II”, a segunda fase do grupo.

Felizmente o Deep Purple segue na ativa, depois de muitas idas e vindas. Dá formação que gravou o maior sucesso comercial que é esse “Machine Head“, hoje só não estão na banda, o tecladista John Lord, que já nos deixou e o guitarrista Ritchie Blackmore, que segue com a sua banda. Foi a partir do nosso homenageado do dia que o Purple se consolidou como a gigante que é e hoje é dia de celebrar esse belo play, escutando-o no volume máximo.

Machine Head – Deep Purple

Data de lançamento – 25/03/1972

Gravadoras – EMI/ Purple/ Warner 

 

Faixas:

01 – Highway Star

02 – Maybe I’m a Leo

03 – Pictures of Home

04 – Never Before

05 – Smoke on the Water

06 – Lazy

07 – Space Truckin

 

Formação:

Ian Gillan – vocal/ gaita

Ritchie Blackmore – guitarra

Roger Glover – baixo

John Lord – teclado/ órgão

Ian Paice – bateria/ percussão