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Memory Remains: Deicide – 24 anos de “Serpents of the Light” e a volta da banda aos trilhos

Memory Remains: Deicide – 24 anos de “Serpents of the Light” e a volta da banda aos trilhos

20 de outubro de 2021


Há 24 anos, em 20 de outubro de 1997, o Deicide lançava “Serpents of the Light“, o quarto álbum da banda de Death Metal mais profana da cena e que é tema do nosso Memory Remains desta quarta-feira.

O quarteto vinha de um álbum não muito bem elogiado, “Once Upon the Cross“, mas eles tinham o respaldo da Roadrunner, a gravadora e nada foi modificado para o aniversariante do dia. Assim sendo, todos retornaram ao icônico “Morrisound Studios“, em Tampa, Florida, a Meca do Death Metal, com o gênio Scott Burns na produção, ajudado pela própria banda.

O play é bem curto, meia hora de brutalidade em forma de música, portanto, vamos colocar a bolacha para rolar e conferir o que temos nas dez faixas presentes aqui. A faixa título abre com riffs insanos e grunhidos desesperadores de Glen Benton e vai se desenrolando em uma velocidade absurda, tendo um belo solo mais cadenciado no meio.

Bastards of Christ” é rápida e cheia de ódio, com uma letra que encaixa muito bem no contexto atual do Brasil, onde os bastardos religiosos estão tentando acabar com a laicidade de nosso Estado. Tudo bem que provavelmente Glen Benton nem faça ideia do caos vivido aqui, mas que a letra dele faz sentido por essas terras, ah, se faz. Excelente início.

Blame It on God” é a faixa número três e é mais arrastada, porém bem trabalhada, com riffs intrincados, ganhando velocidade na parte final. É a mais curta do play. Excelente. A velocidade brutal do Deicide retorna com “That’s Hell We’re in“, uma música que é um desafio ao pescoço do ouvinte. Em “I am no One“, a velocidade é subitamente trocada por riffs complexos e mais arrastados, o que deixa a música ainda mais brutal. O solo é outro ponto a se destacar.

A metade final do play se inicia com “Slave to the Cross“, que tem uma mistura de andamentos bastante interessante: temos um flerte com o Hard Rock, o Death Metal, tudo isso com as guitarras ditando as regras. Belo som. “Creatures of Habit” é a faixa sete e é arrastada durante boa parte de sua duração, ganhando um pouco mais de velocidade e agressividade musical aqui e acolá. A letra segue insana, como sempre foi característica de Glen Benton.

Believe the Lie” traz a metranca de Steve Asheim arrebentando com tudo na parte rápida e os riffs poderosos dos irmãos Hoffman nas partes menos velozes. E claro, mais blasfêmia do malvadão Glen na letra, que aliás, eu particularmente me identifico demais, pois entendo ser a Bíblia um livro muito polemico e fantasioso. “The Truth Above” é uma das mais interessantes do disco, onde os riffs são ainda mais espetaculares, tanto nas partes rápidas quanto nas cadenciadas.

Father Baker’s” é o capítulo final deste pergaminho do ódio ao cristianismo e a música vai intercalando partes rápidas e mais arrastadas, sendo que as rápidas nos remetem ao Possessed, mostrando que a fonte em que eles beberam é maravilhosa. E o play termina assim, esplêndido do mesmo jeito que começou.

Meia horinha só, que parece tempo de disco de Punk Rock, mas é Death Metal na veia e que destila o puro ódio contra os que crêem cegamente no cristianismo. A produção já começava e ficar em um nível bastante agradável e esse fator só iria ser aperfeiçoado disco após disco.

Após o lançamento, a banda saiu em turnê, onde uma das apresentações, no “The House of Blues“, em Chicago, acabou virando o álbum ao vivo “When Satan Lives“, que foi lançado também em 20 de outubro, só que de 1998. Cinco das dez músicas de “Serpents of the Light” acabaram entrando no registro aí vivo.

Temos esse clássico do Death Metal apagando as velinhas e que segue sendo cultuado pelos fãs do estilo. E Glen Benton que graças ao capiroto, não se suicidou aos 33 anos em cima do palco, como prometera, segue vivinho da Silva, com sua banda na ativa, hoje já sem os irmãos Hoffman. A nossa expectativa é para que eles lancem um novo play, pois já está na hora. Enquanto isso não acontece, a gente vai celebrando o play de hoje e torcendo para que o capetão que está na presidência do Brasil seja engolido nas próximas eleições e leve seu rebanho de evangélicos para o raio que os parta. De capirotesco para nós, só o som do Deicide.

Serpents of the Light – Deicide
Data de lançamento – 20/10/1997
Gravadora – Roadrunner

Faixas:
01 – Serpents of the Light
02 – Bastards of Christ
03 – Blame It on God
04 – This is Hell We’re in
05 – I am no One
06 – Slave to the Cross
07 – Creatures of Habit
08 – Believe the Lie
09 – The Truth Above
10 – Father Baker’s

Formação:
Glen Benton – baixo/ vocal
Eric Hoffman – guitarra
Brian Hoffman – guitarra
Steve Asheim – bateria