Há 33 anos, em 07 de julho de 1992, o Dream Theater lançava “Images and Words“, o segundo álbum desta que é uma das maiores bandas de Metal Progressivo e que é tema do nosso Memory Remains desta segunda-feira. Vamos contar um pouco da história deste play.
Uma grande mudança ocorreu no lineup da banda para a gravação do aniversariante do dia e tal mudança se deu na voz do quinteto de Long Island. Logo após o lançamento do debut album, “When Dream And Day Unite“, Charlie Dominici foi demitido por divergências musicais. A banda passou dois anos sem um frontman, até que chegaram ao nome do canadense James LaBrie, que atuava na banda de Hard Rock Winter Rose. Duzentos candidatos concorreram à vaga, que pertence a LaBrie até os dias atuais.
Assim sendo, a banda com seu novo vocalista adentrou ao “Bear Tracks Studio”, em Suffern, Nova Iorque e também no “The Hit Factory”, na cidade de Nova Iorque, durante o mês de dezembro de 1991, sob a batuta do produtor David Prater. A masterização aconteceu no “Sterling Sound”, também em Nova Iorque.
Temos de destacar dois fatores: o primeiro é que trata-se de um dos maiores álbuns da banda, os fãs em sua maioria o tem como o preferido. O segundo fato é que apesar de ter boas canções e de ser feito por músicos altamente gabaritados, estamos falando de um disco com canções altamente complexas e muito longas, em maior escala que o álbum anterior. Só para que o leitor tenha ideia, na estreia, eram quatro as músicas com mais de seis minutos, nenhuma ultrapassava a marca dos nove; aqui em “Images and Words“, são cinco as faixas extremamente longas, que variam de 7 a 11 minutos. Ou seja, tem que gostar muito para escutar sem entrar em profundo tédio.
Nosso aniversariante é composto por 9 canções e tem duração total de 57 minutos. Os grandes destaques ficam por conta de músicas como a clássica “Pull me Under”, a qual eles fizeram um videoclipe com uma versão mais curta da música e foi exibido com frequência na MTV. “Take the Time“, com seu peso e virtuosismo, “Metropolis (Part 1: The Miracle and the Sleeper)” e “Under a Glass Moon“, também fazem parte das faixas que fazem a diferença na audição deste play.
Uma curiosidade: no ano de 1999, a banda gravaria a continuação da música “Metropolis Part 1 (The Miracle and the Sleeper)“, mas não como uma canção e sim como um álbum completo, o excelente “Metropolis Pt II: a Scenes From Memory“, álbum que a banda fez uma justa celebração quando completou 20 anos de lançamento, em 2019, com turnê que passou inclusive pelo Brasil.
No geral, “Images and Words” é um ótimo álbum de Progressive Metal e alterna grandes momentos com alguns outros poucos tediosos. É mais pesado que o anterior e menos pesado do que seria o sucessor, “Awake“, lançado dois anos depois e que também terá seu espaço em nosso quadro. Com três vídeos produzidos para a divulgação, o álbum ajudou a tornar a banda mais popular, e como dito no início deste texto, considerado o melhor por muitos fãs.
Uma curiosidade acerca desse álbum é que no encarte, na parte dos “agradecimentos especiais”, a banda fez uma trollagem com o Fates Warning, mudando a grafia do nome desta para Fatez Warning, de maneira intencional. A razão, uma resposta bem humorada para a banda que, no seu álbum “Parallels“, ao citar o quinteto nos agradecimentos, escreveu Dream Theatre. O vocalista James LaBrie fez uma participação especial na faixa “Life in Still Water” e por isso o agradecimento, ainda que escrito de maneira errada. Aí o DT resolveu usar o bom humor para responder os colegas.
O solo de guitarra da faixa “”Under a Glass Moon” foi eleito o 98° em uma lista dos 100 melhores solos, em votação com os leitores da revista “Guitar Player“. Nos charts, o aniversariante do dia alcançou a 2ª posição na “Billboard Top Heatseakers” e a 94ª posição no Canadá. O álbum ganhou disco de platina nos Estados Unidos, pela marca de 1 milhão de cópias vendidas. Bons tempos em que as pessoas comprava discos e dedicavam parte de seus tempos para escutá-los. Mike Portnoy admitiu que esse foi o disco que colocou o DT no mapa, ainda que, segundo suas palavras, isso tenha demorado um pouco para acontecer.
De fato, “Images and Words” foi moldando a sonoridade do DT, fazendo com que eles deixassem de soar como uma mera cópia do Rush, como deixou transparecer no disco de estreia. Era o início da afirmação da banda, que viria a se tornar referência no Prog Metal. Então hoje é dia de celebrar o play, escutando-o no volume máximo, ao mesmo tempo que agradecemos o fato de a banda ter passado sem grandes sustos pela pandemia e seguir na ativa, tendo lançado no início deste ano, o excelente “Parasomnia“, que conta com o retorno de Mike Portnoy de volta, após 13 anos separado de seus companheiros.
Images and Words – Dream Theater
Data de lançamento – 07/07/1992
Gravadora – Atco
Faixas:
01 – Pull me Under
02 – Another Day
03 – Take the Time
04 – Surronded
05 – Metrópolis Part 1 (The Miracle and the Sleeper)
06 – Under a Glass Moon
07 – Waiting for Sleep
08 – Learning to Live
Formação:
James LaBrie – vocal
John Petrucci – guitarra
John Myung – baixo
Mike Portnoy – bateria
Kevin Moore – teclado