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Memory Remains: Guns N’ Roses celebra os 35 anos do multiplatinado “Appetite For Destruction”

Memory Remains: Guns N’ Roses celebra os 35 anos do multiplatinado “Appetite For Destruction”

30 de julho de 2022


No último dia 21 de julho, o Guns N’ Roses celebrou os 35 anos do seu álbum de estreia: “Appetite For Destruction” ganha uma homenagem tardia, é bem verdade, mas bem honesta. Um dos discos mais importantes do Rock de todos os tempos é tema do nosso Memory Remains de hoje.

O álbum que hoje é cultuado, passou praticamente despercebido quando de seu lançamento. Somente após a banda sair em turnê, abrindo shows de bandas como The Cult, Alice Cooper e Aerosmith, pela América do Norte. Apesar de ser o álbum de estreia, não é o primeiro lançamento do quinteto, pois um ano antes, eles haviam lançado um EP, o “Live ?!*@ Like a Suicide“, que apesar do nome, não é um disco ao vivo. Ele foi lançado com a ideia de manter o público interessado na banda enquanto eles trabalhavam em um disco de estúdio.

Eles ficaram trancafiados em três estúdios: o Rambo, Take One e Can Am, todos em Los Angeles, durante os anos de 1986 e 1987, sob a batuta do produtor Mike Clink. Apesar de as músicas estarem creditadas a todos os membros, na realidade elas foram compostas por cada um deles em diferentes épocas e algumas até mesmo criadas para bandas anteriores ao Guns. As melodias foram trabalhadas somente quando todos estavam reunidos para gravar o homenageado do dia.

Eles chegaram com tantas ideias que ficou impossível colocar todas as músicas em um só álbum: “Back Off Bitch“, “Don’t Cry“, “You Could be Mine” e “November Rain” foram criadas durante este período e acabaram entrando em outros álbuns futuros. “November Rain” só ficou de fora porque, no entender de todos, já havia uma “balada” no disco, “Sweet Child o’ Mine“, que aliás, é um dos grandes hits da banda, se não o maior. Aliás, quem não reconhece aquele solo de Slash, logo na intro?

O interessante é que nomes como Paul Stanley se ofereceu para produzir o play. Mas eles optaram pelo iniciante Mike Clink. Ele teve bastante trabalho, ficava cerca de 18 horas por dia no estúdio, sobretudo ajudando Slash a encontrar o melhor timbre de sua guitarra, coisa que ele só conseguiu quando usou um modelo similar a uma Les Paul em um amplificador Marshall. O custo das gravações ficou orçado em 370 mil dólares.

A capa do álbum merece um parágrafo em especial. Desenhada por Robert Williams, mostra uma mulher após ser estuprada por um robô, com a calcinha na altura do joelho e tendo uma máquina vingadora se preparando para vingar a pobre mulher. A capa foi banida em vários países e subistituída por uma imagem com um crucifixo, tendo a caricatura de cada um dos membros da banda como se eles fossem caveiras. Axl Rose tem esse crucifixo tatuado em seu braço.

A versão alternativa do álbum

A versão alternativa do álbum

É um dos discos de estreia mais importantes de toda a história musical e não é para menos, afinal, ele produziu grandes canções como “Welcome to the Jungle“, “Paradise City“, “You’re Crazy“, “My Michelle“, “It’s so Easy“, “Nightrain“, além da já citada “Sweet Child o’Mine“. Não somente isso, é também o disco de estreia mais vendido de todos os tempos. Somente nos Estados Unidos, vendeu mais de 11 milhões de cópias somente nos Estados Unidos e mais de 40 milhões em todo o mundo, fazendo parte da lista dos discos mais vendidos da história. E hoje como as pessoas têm preguiça de comprar discos, preferindo ser escravos da internet e do streaming, a banda muito provavelmente não vai sair deste grupo.

O álbum figurou nos charts por muitos anos. Em 1987 estreou na “Billboard 200” na posição de número 182. Após 50 semanas figurando na lista, o álbum alcançou o topo, por onde ficou até o ano de 1989. Em 1988, o disco chegou ao 7° lugar na Austrália, 4° na Nova Zelândia, 15° no Reino Unido e 32° do Suécia. Em 1989, o álbum alcançou o topo na Nova Zelândia, 3° no Canadá, Áustria e Países Baixos, 5° no Reino Unido, 7° na Suíça, 9° na Noruega, 12° na Hungria e 13° na Austrália. Em 1990, três anos depois do lançamento, o disco ainda figurava nos charts do Reino Unido (51°), Austrália (36°), Nova Zelândia (36°) e Suécia (37°). Em 1992, a Alemanha também entrou no circuito, tendo o álbum em 16° e no ano 2000, a Irlanda colocou o play em 11°.

Foi certificado com Disco de Ouro na Áustria e na Finlândia; Platina na Alemanha, França, Suécia, Suíça e, pasme, caro leitor, até no Brasil. No Reino Unido, ganhou Dupla Platina, Triplo Platina na Argentina; 18 vezes Platina nos Estados Unidos e Diamante no Canadá. A revista “Rolling Stone” colocou o álbum na 27ª posição na lista dos melhores discos dos anos 1980 e posteriormente, a mesma revista colocou o disco na 61ª posição entre os 500 melhores discos da história.

São 53 minutos que justificam todas as certificações e colocações nas listas de melhores, ainda que essas listas sejam todas muito controversas. Mas “Appetite For Destruction” traz uma banda bem afiada, tocando um Hard Rock muito bem feito, bem produzido, com músicas que fizeram época. Sem sombra de dúvidas, é o melhor disco da carreira dos caras e as músicas contidas aqui são o carro chefe dos shows da banda até hoje.

No Brasil, o disco chegou com um pouco de atraso, como era comum na época. Não vivíamos os tempos de hoje, globalizado, quando sabemos de (quase) tudo em tempo real. Ajudou muito na explosão da banda por aqui o advento da MTV Brasil, que rodava à exaustão os videoclipes. E culminou com as duas apresentações de Axl Rose e Cia. no Rock In Rio II, no ano de 1991. Guardadas as proporções, por aqui, a banda lembrava os Beatles nos anos 1960.

Pessoalmente, esse álbum representa a formação do meu caráter. Foi o primeiro álbum completo de uma banda de Rock estrangeira que tive acesso e escutei, isso lá em 1991. E foi o disco que me motivou a procurar por bandas semelhantes e com o passar do tempo, me tornei headbanger. Então, juntamente com “Cabeça Dinossauro“, dos Titãs, é um álbum a quem eu devo muita devoção e certamente, você leitor que chegou até aqui, compartilha deste mesmo sentimento.

O álbum merece toda a referência, por toda relevância que tem na cena. Certamente influenciou muitas bandas que vieram depois e marcou toda uma geração. Os fãs terão a oportunidade de ver a banda em ação, no Rock in Rio, dia 8 de setembro, onde eles irão tocar algumas músicas deste play. Elas são imortais.

Appetite For Destruction – Guns N’Roses

Data de lançamento – 21/07/1987

Gravadora – Geffen

 

Faixas:

01 – Welcome to the Jungle

02 – It’s so Easy

03 – Nightrain

04 – Out ta Get me

05 – Mr. Brownstone

06 – Paradise City

07 – My Michelle

08 – Think About You

09 – Sweet Child o’ Mine

10 – You’re Crazy

11 – Anything Goes

12 – Rocket Queen

 

Formação:

Axl Rose – vocal/ percussão/ apito em “Paradise City”

Slash – guitarra solo

Izzy Stradlin – guitarra base/ backing vocal

Duff McKagan – baixo/ backing vocal

Steve Adler – bateria