Memory Remains

Memory Remains: Iron Maiden – 13 anos de “The Final Frontier” e os rumores sobre o fim da banda

16 de agosto de 2023

Em 16 de agosto de 2010, o Iron Maiden lançava “The Final Frontier“, o décimo quinto álbum desta que é uma das maiores referências do Heavy Metal de todos os tempos e que é tema do nosso Memory Remains desta quarta-feira.

Já se passavam 4 anos do lançamento do último álbum, “A Matter of Life and Death” e quando a banda anunciou o título do vindouro álbum, muitos rumores de que este seria o último álbum da banda começaram a circular. Steve Harris tratou de desmentir, e Bruce Dickinson disse que havia pensado no título do álbum meses antes de a banda entrar em estúdio e deu uma explicação acerca da escolha do título:

“Eu apenas pensei ‘Deveríamos nomear o novo disco de The Final Frontier!’ porque é tipo isso… Pode ser, mas pode não ser!”

Para gravar o álbum, o sexteto se juntou mais uma vez ao produtor Kevin Shirley, que havia ficado famoso ao produzir o álbum de estreia do Silverchair, “Frogstomp” e produziu todos os álbuns do Iron Maiden desde “Brave New World“. Eles embarcaram para as Bahamas, por onde ficaram entre os dias 11 de janeiro e 12 de fevereiro de 2010, no famoso Compass Point Studios, onde a banda já havia gravado os álbuns “Piece of Mind” (1983), “Powerslave” (1984) e “Somewhere in Time” (1986). Entre os dias 17 de fevereiro e 1 de março, a banda foi para Malibu, Califórnia, no The Cave Studios, onde concluíram as gravações e fazer a mixagem. Sobre o retorno ao Compass Point Studios, Bruce Dickinson falou e deixaremos abaixo sua declaração:

“O estúdio tem a mesma vibração e é exatamente como era em 1983. Nada mudou! Até um abajur quebrado no canto… o mesmo carpete… tudo… É realmente assustador. Mas nos sentimos muito à vontade em um ambiente tão familiar e onde já vivemos tanto e eu acho que isto surtiu efeito na maneira de tocar e na atmosfera do álbum.”

No mês de maio de 2010, o produtor Kevin Shirley conversou com a Blabbermouth sobre a conclusão das gravações do álbum novo.

“Bruce Dickinson veio por alguns dias e cantou todas as suas partes antes de voar para os quatro cantos do globo e Steve Harris ficou para trás para terminar o disco comigo. Ele é muito prático. Adrian Smith chegou a tempo de ouvir o trabalho e, como em qualquer banda, nem todos têm o mesmo resultado final em mente, mas nós chegaremos lá.”

Este foi o quarto álbum em que Steve Harris foi creditado em todas as músicas como co-autor. Porém, ele escreveu sozinho a música “When the Wild Wind Blows“. Bruce Dickinson se inspirou na crise econômica mundial que se abateu sobre o mundo no final da primeira década dos anos 2000, para escrever as letras das músicas contidas aqui. Ele fala da expectativa das pessoas para ter uma vida melhor diante das dificuldades que abalaram o mundo.

O álbum tem dez faixas em 76 minutos, sendo um dos álbuns mais extensos de toda a carreira do Iron Maiden. Destas dez músicas, seis ultrapassam dos sete minutos cada uma, sendo que a já citada “When the Wild Wind Blows” tem praticamente onze minutos, uma das cinco músicas mais extensas já lançadas pela banda.

O Iron Maiden não lançou singles oficiais neste álbum. As faixas “El Dorado” e “Satellite 15… The Final Frontier” foram lançadas antes do lançamento como faixas promocionais nas rádios. A primeira, inclusive, foi disponibilizada para download gratuito no site da banda, enquanto que a segunda teve um videoclipe gravado para ela.

“The Final Frontier” recebeu boas críticas por parte da imprensa especializada e também boa aceitação do público, que fez com que o álbum fosse premiado em diversos países: Disco de Ouro na Alemanha, Canadá, Colômbia, França, Itália, Noruega, Polônia, Reino Unido, Rússia, Suécia e Suíça. E disco de Platina, veja só caro leitor, aqui no Brasil e também na Finlândia. O álbum brilhou também nos charts pelo mundo. Ficou em 1° na Alemanha, Arábia Saudita (!!), Áustria, Brasil, Canadá, Chile, Croácia, Dinamarca, Escócia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Índia, Itália, Líbano, México, Noruega, Nova Zelândia, Portugal, Reino Unido (pela primeira vez desde “Fear of the Dark”), República Tcheca, Suécia e Suíça, 2° nos Países Baixos, Bélgica e Austrália, 3° na Irlanda, 4° na “Billboard 200” – a melhor posição de um álbum do Maiden nos Estados Unidos – e 5° no Japão.

A faixa “El Dorado” fez a banda sair vencedora do Grammy Awards, na categoria Melhor Performance de Heavy Metal. Em entrevista para a “Kerrang!“, Bruce Dickinson falou sobre a temática da música:

“El Dorado tem uma letra cínica sobre essa porcaria que está acontecendo com a economia. Parecia a tempestade perfeita, pessoas pegando dinheiro emprestado loucamente. Eu pensei, “isto vai ferrar o povo, estamos na merda!” E é isso que El Dorado se trata, é sobre alguém vendendo o mito de que “As ruas são pavimentadas com ouro” e outro perguntando: “Onde eu me inscrevo?”.

O Iron saiu em turnê para divulgar o álbum. As apresentações tiveram início pela América do Norte, em 9 de junho, com shows grandes, tendo 350 mil pessoas presentes. Depois a banda seguiu para a Europa, onde tocou inclusive na Transilvânia. O Brasil recebeu a banda em 2011, com aparições em São Paulo, Rio de Janeiro, Belém, Brasília, Recife e Curitiba. Em 2013, eles retornaram ao Brasil onde se apresentaram no Rock in Rio, quando Bruce Dickinson espinafrou a cerveja patrocinadora do festival, aquela da garrafa verde.

Hoje é dia de celebrar mais um aniversário deste play. Para nossa felicidade, o Iron Maiden segue na ativa, e enfrentou um drama que foi o AVC sofrido por Nicko McBrain, que foi mantido em segredo e só revelado mais recentemente. Ficamos aqui aguardando por mais lançamentos de Steve Harris e Cia. Tivemos muita sorte, pois em milhares de anos de existência humana, nós tivemos a sorte de viver na mesma época do Iron Maiden.