O mês de outubro é especial para o Iron Maiden. Ontem, falamos sobre “No Prayer for the Dying“, e caso você tenha perdido, poderá conferir, clicando AQUI. Há 30 anos, em 2 de outubro de 1995, foi lançado “The X Factor“, o álbum de número dez de uma das maiores bandas de Heavy Metal de todos os tempos, e, claro, tema do nosso Memory Remains desta quinta-feira.
O aniversariante do dia é o primeiro a contar com o vocalista Blaze Bayley, que foi odiado pelos fãs. Blaze substituiu Bruce Dickinson, que saiu em 1993, para se dedicar à sua carreira solo. Foi realizado um concurso para escolher o novo cantor da Donzela, e entre os finalistas, estavam Andre Matos e Edu Falaschi. Claro que a banda optou por um britânico e Blaze, que havia sido vocalista do Wolfsbane tentava conquistar a simpatia dos fãs.
Na época da composição do álbum, o baixista Steve Harris estava passando pelo processo de divórcio, fato que acabou sendo refletido em algumas das letras, que trazem temas pessoais. A música estava mais sombria, e até mesmo a capa, assinada por Hugh Syme, traz Eddie sendo dilacerado. Uma capa alternativa foi criada depois que algumas lojas britânicas ameaçaram boicotar o lançamento. A ideia de ter o Eddie “real” foi de Dave Murray.
A banda se reuniu então no “Barnyard Studios”, na Inglaterra, entre 1994 e agosto de 1995, com uma mudança na produção. Saiu o produtor Martin Birch para a entrada de Nigel Green, que assinou a produção juntamente com Steve Harris. Em nosso trintão, o Iron Maiden aproveitou partes de uma canção que era do White Spirit, composta por Janick Gers nos anos 1980, mas nunca foi lançada. A música em questão se tornou “Man on the Edge“.
Apesar de muitas das letras refletirem a situação pessoal de Steve Harris, há exceções: a letra de “Sign of the Cross” é baseada no romance de Umberto Eco, de 1980, “O Nome da Ros”a. Já a música “Lord of the Flies” é baseada no romance homônimo de William Golding, de 1954.
“The X Factor” tem onze músicas em 71 minutos, um álbum bastante extenso. A música mais curta é a excelente “Man on the Edge“, com quatro minutos. Aliás, esta faixa pertence ao início apoteótico do play, que contempla as cinco primeiras. “The Sign of the Cross“, “Lord of the Flies“, “Fortunes of War“, “Look for the Truth” e a primeira citada neste parágrafo são simplesmente arrebatadoras. As músicas que completam o play são boas, mas as cinco primeiras já valem pelo disco inteiro. Blaze Bayley com seu vocal em nada se parece com seu antecessor e talvez por isso ele não tenha sido tão bem aceito pela base de fãs.
A edição japonesa foi lançada com três faixas bônus: “Justice for the Peace“, “I Live my Way” e “Judgment Day“, todas elas excelentes canções, com destaque para essa última, um Power Metal digno dos grandes dias da banda. Aí ficamos sem entender porque essas faixas não foram incluídas na versão original do play.
Apesar de ter suas qualidades, “The X Factor” não fez grande sucesso de vendas: foi apenas Disco de Prata no Reino Unido. Nos charts, ficou em 2° na Finlândia, 4° na Suécia, 8° no Reino Unido e na Bélgica, 16° na Alemanha, 17° no Japão, 19° na Áustria e na “Billboard 200” ocupou a discreta 147ª posição. A turnê foi extensa, incluiu o Brasil, quando a banda foi headliner da versão brasileira do festival “Monsters of Rock“, em 1996, e também rendeu inúmeras críticas dos fãs às performances de Blaze Bayley, em uma das maiores covardias contra esse frontman que jamais perdeu seu carisma é bom humor, mesmo execrado por boa parte das pessoas durante o período que esteve na banda.
Três décadas depois, poucas músicas de nosso aniversariante são lembradas nos shows da banda, como “Sign of the Cross” e “Man on the Edge“, apesar de não serem tocadas já há algum tempo. E a atual turnê que comemora os 50 anos de carreira do Iron Maiden, somente os nove álbuns anteriores estão sendo lembradas. Blaze Bayley, que se recupera de um infarto sofrido em 2023, sempre toca músicas de sua época na banda, e claro que “The X Factor” não é esquecido, afinal, foi o ponto alto de sua carreira musical.
Hoje é dia de celebrar as três décadas deste álbum, que se não representa o Iron Maiden tão bem quanto outros álbuns clássicos, merece todos os confetes. Nicko McBrain, infelizmente se despediu depois dos shows no Brasil, por motivos de saúde, e em seu lugar está Simon Dawson. Longa vida para a Donzela de Ferro. Esperamos que a banda lance logo o sucessor de “Senjutsu“.
The X-Factor – Iron Maiden
Data de lançamento – 02/10/1995
Gravadora – EMI
Faixas:
01 – Sign of the Cross
02 – Lord of the Flies
03 – Man on the Edge
04 – Fortunes of War
05 – Look for the Truth
06 – The Aftermath
07 – Judgement of Heaven
08 – Blood on the World’s Hands
09 – The Edge of Darkness
10 – 2 A.M.
11 – The Unbeliever
Formação:
Blaze Bayley – vocal
Steve Harris – baixo
Dave Murray – guitarra
Janick Gers – guitarra
Nicko McBrain – bateria