Memory Remains

Memory Remains: Iron Maiden – 8 anos de “The Book of Souls” e a vitória de Bruce Dickinson sobre o câncer na língua

4 de setembro de 2023


Estamos na semana do Iron Maiden. Se ontem foi aniversário de dois álbuns da banda, o aclamado “Powerslave“, lançado em 1984 e “Senjutsu“, lançado em 2021, hoje é a vez do antecessor deste, “The Book of Souls“, o 16° álbum da banda, lançado há 8 anos, em 4 de setembro de 2015 e que é tema do nosso Memory Remains desta segunda-feira.

A banda vinha da turnê do álbum “The Final Frontier“, que recentemente completou aniversário e nós também falamos dele, caso você tenha perdido, poderá ler, clicando AQUI. A turnê, inclusive, passou pelo Brasil, quando a banda foi a headliner da noite que encerrou o festival. Depois de um período de descanso merecido, a banda iniciou o processo de composição e gravação do vindouro play. Adrian Smith e Nicko McBrain foram vistos em Paris, assistindo a uma partida da Copa Davis de tênis e isso levou a rumores (confirmados depois) de que a banda estava na França gravando seu novo álbum.

O álbum marca a estreia da banda por uma nova gravadora, a Parlophone. Como a EMI foi vendida, passando a ser parte da Warner Music Group, a Donzela partiu em busca de novos horizontes. Essa era apenas a segunda gravadora da banda, que em 2015 completou 40 anos de existência. Outra curiosidade é que o álbum traz a música mais longa dentre todas que o Iron Maiden já compôs: “Empire of the Clouds“, com seus 18 minutos, ultrapassou “Raime of the Ancient Mariner“, lançada lá em “Powerslave“, que com seus quase 14 minutos reinou por quase 30 anos como a mais extensa. A mesma “Empire of the Clouds” tem um marco especial: é a primeira a ter Bruce Dickinson também tocando piano em uma música do Iron Maiden. Eles dedicaram a faixa “Tears of a Clown” ao ator Robin Williams.

Como dissemos mais acima, a dupla Adrian Smith e Nicko McBrain foram vistos em Paris, no mês de setembro de 2014, que coincidiu com a estadia da banda no estúdio Guillaume Tell, o mesmo estúdio onde a banda gravou “Brave New World”, lançado 15 anos antes. Eles ficaram por lá até dezembro daquele ano, na companhia do produtor Kevin Shirley. Pela segunda vez seguida, o Iron Maiden lançou um álbum que tem uma música com o mesmo título de outra música lançada por Bruce Dickinson em sua carreira solo: no álbum anterior, eles lançaram “The Alchemist” e agora uma canção chamada “The Man of Sorrows“. Nenhuma das duas faixas têm correlação com as músicas lançadas nos álbuns “The Chemical Wedding” e “Accident of Birth“. Mas a faixa “If Eternity Should Fail“, foi escrita por Bruce em um primeiro momento para ser uma canção de sua carreira solo.

Musicalmente falando, “The Book of Souls” traz novamente o Iron Maiden apostando na sonoridade mais Prog. Ele é bem extenso, com mais de uma hora e meia de duração e por isso foi lançado como CD duplo. Diferente de outros álbuns, os membros chegaram no estúdio com esboços do que viriam se tornar as músicas, e à medida que iriam terminando cada faixa, já gravavam. Segundo Harris, isso deu a sensação do “ao vivo”.

No início de 2015, tão logo as gravações se encerraram, Bruce Dickinson foi diagnosticado com câncer na língua e isso fez com que a banda segurasse o lançamento do nosso homenageado do dia. Em maio daquele ano, depois de tratamento, os médicos declararam que o vocalista estava curado e livre para voltar a cantar e assim ficou determinado que o álbum sairia em setembro daquele ano.

The Book of Souls” fez mais uma vez grande sucesso entre público e crítica. Mais do que isso, alcançou o topo das paradas em diversos países, como o Brasil. Veja só, caro leitor, o Brasil, berço da música atual que é de péssimo gosto e só o Iron Maiden para conseguir superar toda essa mediocridade do sertanejo universitário e de Anitta e Ludmilla da vida, e reinar absoluto em primeiro lugar por aqui. Uma prova de que nosso país ainda tem salvação quando o assunto é cultura.

A primeira posição foi repetida nos seguintes países: Argentina, Áustria, Bélgica, Colômbia, Croácia, Países Baixos, República Tcheca, Finlândia, Alemanha, Grécia, Hungria, Israel, Itália, México, Noruega, Polônia, Portugal, Sérvia, Escócia, Eslovênia, Espanha, Suécia, Suécia e Reino Unido. Na “Billboard 200”, o álbum repetiu sua melhor posição, 4° lugar, que em 2021 foi superado por “Senjutsu”. Ficou em 2° na Irlanda, França, Austrália e Canadá, 3° na Dinamarca e Turquia, 4° na África do Sul, 6° no Japão e 26° na Coreia do Sul. A banda recebeu disco de Ouro na Áustria, Canadá, Finlândia, Croácia, França, Alemanha, Itália, Noruega, Polônia, Suécia e Reino Unido, além de Platina na Hungria.

Não estamos falando de qualquer banda e sim do Iron Maiden, essa galinha dos ovos de ouro do Heavy Metal. Que felizmente está na ativa produzindo álbuns e fazendo shows. Hoje é dia de celebrar essa obra de arte, ouvindo-o no volume máximo, enquanto agradecemos por viver na mesma geração desses caras. Longa vida ao Iron Maiden.

The Book of Souls – Iron Maiden

Data de lançamento – 04/09/2015

Gravadora – Parlophone

 

Faixas:

01 – If Eternity Should Fail

02 – Speed of Light

03 – The Great Unknown

04 – The Red and the Black

05 – When the River Runs Deep

06 – The Book of Souls

07 – Death or Glory

08 – Shadows of the Valley

09 – Tears of a Clown

10 – The Man of Sorrows

11 – Empire of the Clouds

 

Formação:

Bruce Dickinson – vocal/ piano em “Empire of the Clouds

Steve Harris – baixo

Adrian Smith – guitarra

Dave Murray – guitarra

Janick Gers – guitarra

Nicko McBrain – bateria