Memory Remains

Memory Remains: Judas Priest – 24 anos de “Demolition” e a despedida de Tim “Ripper” Owens

16 de julho de 2025


Há 23 anos, em 16 de julho de 2001, o Judas Priest lançava o seu 14º álbum de estúdio. E o incompreendido “Demolition” é o tema do nosso Memory Remains desta quarta-feira.

Trata-se do primeiro álbum lançado pela banda no século 21. Era também o segundo, último com o vocalista TimRipperOwens e também o único a ter em sua capa o adesivo “Parental Advisory”, aquele que avisa aos pais sobre conteúdo explícito. No iTunes, as faixas “Machine Man” e “Metal Messiah” têm o aviso de material explícito.

A banda vinha do não muito bem aceito “Jugulator” e eles avaliaram o que foi feito de errado neste álbum, para não repetir o mesmo erro em “Demolition”. Então, eles resolveram acrescentar novas influências ao som da banda, como Groove e coisas mais modernas, aproximando-se e muito do New Metal. O resultado não foi tão bom, embora o play tenha seus bons momentos, ainda que a banda não traga quase nada do seu Metal tradicional e da NWOBHM.

O álbum levou dois anos para ser produzido. Desde 1999 a banda trabalhou na concepção de “Demolition” no “Silvermare Studios”, na Inglaterra, com o guitarrista Glenn Tipton responsável também pela produção e Sean Lynch co-produzindo. Pela primeira vez desde “Painkiller”, o Judas Priest acrescentaria o teclado em uma música, o que aconteceu em “A Touch of Evil”. E foi tocado por ninguém menos que Don Airey, o atual tecladista do Deep Purple e com passagens na banda de Ozzy Osbourne e Whitesnake, por exemplo.

Na primeira passagem de Rob Halford pela banda, era ele e a dupla de guitarristas, K.K. Dowing e Glen Tipton, os responsáveis pelas composições. Sem o Metal God, em “Jugulator“, os dois guitarristas dividiam as composições, mas aqui em nosso aniversariante do dia, Glen Tipton escreveu praticamente sozinho todas as composições. Obviamente que contou com o apoio de K.K. Dowing em algumas músicas. A única exceção foi a faixa “Cyberface“, que foi escrita pelo baterista Scott Travis, a sua única composição em toda a história do Judas Priest.

Antes do lançamento do álbum, Glen Tipton falou com a imprensa sobre o que os fãs poderiam aguardar. Aspas para ele:

“As pessoas vão se perguntar se um novo álbum do Priest é tão bom quanto qualquer um dos quinze que o antecederam. Estou confiante de que vão achar este. Ele tem algumas faixas maníacas como “Machine Man” e “Bloodsuckers”, além de uma música típica do Tim “Ripper” em “Jekyl and Hide”.

Bolacha rolando, o Judas nos apresenta um álbum longo: são 13 canções em 70 minutos de duração. Os grandes destaques do álbum ficam por conta de canções como “Machine Men“, “One on One“, “Hell is Home” e “Devil Digger“. Apesar dos bons riffs de guitarra e da excelente performance de Ripper, “Jugulator” está longe de figurar entre os melhores momentos do Judas Priest.

A versão japonesa do aniversariante de hoje tem uma faixa bônus, “What’s my Name”. A versão em digipack tem duas faixas a mais: “Rapid Fire” e “The Green Manalishi”, enquanto que a versão australiana tem estas três faixas como bônus.

Os resultados deste álbum fizeram com que a banda trouxesse de volta o eterno vocalista Rob Halford, que segue com a banda até os dias atuais. “Demolition” teve um desempenho satisfatório nos charts ao redor do mundo: 50º lugar na Áustria, 72º na França, 16º na Alemanha, 55º na Suécia, 72º na Suíça e 165º na “Billboard 200”. Não é um dos álbuns preferidos dos fãs que acompanham a banda.

TimRipperOwens afirmou certa vez que gostaria de regravar tanto o aniversariante do dia quanto seu antecessor, “Jugulator“, pois entende que sua passagem pela banda foi apagada. E provavelmente tem razão, pois desde que Rob Halford retornou ao Judas, as músicas da fase Ripper Owens são ignoradas, ainda que o Metal God tenha afirmado que não se importaria de cantar as músicas desta fase. O vocalista falou sobre regravar os álbuns no ano de 2018, no entanto, essas regravações até o momento não aconteceram.

Assim terminava a passagem bastante discreta de Ripper pelo Judas Priest. O vocalista segue em plena atividade, seja em carreira solo, quando toca com músicos brasileiros do quilate de Johnny Moraes e Marcus Dotta, e também é a voz do KK. Priest, banda formada por K.K. Dowing depois que ele deixou o Judas, que também segue em plena atividade, tendo lançado no ano passado, o excelente álbum “Invencible Shield“. Desejamos uma longa vida aos mestres da NWOBHM.

Demolition – Judas Priest
Data de lançamento – 16/07/2001
Gravadora – SPV/ Atlantic Records

Faixas:
01 – Machine Man
02 – One on One
03 – Hell is Home
04 – Jekyll and Hyde
05 – Close to You
06 – Devil Digger
07 – Bloodsuckers
08 – In Between
09 – Feed on Me
10 – Subterfuge
11 – Lost and Found
12 – Cyberface
13 – Metal Messiah

Formação:
Tim “Ripper” Owens – vocal
KK. Dowing – guitarra
Glenn Tipton – guitarra
Ian Hill – baixo
Scott Travis – bateria

Participação especial:
Don Airey – teclado